mais uma cronica de Carlos Motta
Consegui ver o vídeo do SBT que mostra a bolinha de papel batendo na cabeça de Serra só hoje. É chocante: nada reflete melhor o que tem sido a campanha eleitoral do ex-governador paulista do que a pantomina que fez para se passar por vítima.Os jogadores de futebol que ficam cavando faltas atrás de faltas, aqueles que são chamados de "cai-cai" por serem viciados nessa arte do fingimento, devem estar com uma baita inveja do tucano. A encenação do famoso goleiro chileno Rojas no Maracanã, perto do que o Serra fez ontem em Campo Grande é coisa de amador.
A cena é impagável: a bolinha ricocheteia na careca de Serra, que continua com os braços erguidos saudando a claque, ele aparece depois falando no celular e só então põe a mão na cabeça, no lado oposto ao que a bolinha bateu. E aí fica com aquela expressão de dor que deveria ser estudada por todos esses atores canastrões que pululam por aí.
O resto da história todos já sabem: títulos espalhafatosos nos jornais, edição caprichada no Jornal Nacional, entrevistas condenando a "tropa de assalto" do PT, artiguetes de ocasião condenando a violência petista etc etc - um filme antigo de quinta categoria.
Sinceramente, acho que uma pessoa que faz algo desse tipo não deve ser normal. Parece uma ação digna de um psicopata.
Não sei, não: todas as mentiras que o sujeito conta, com a maior cara de pau, como se a plateia que o escuta não passasse de um bando de imbecis; todas as suas manias (lavar as mãos com álcool depois de cumprimentar "populares" é só uma entre tantas, assim como a sua famosa hipocondria), seu medo quase patológico do contraditório, sua crença num destino bem-aventurado ("nasci preparado para ser presidente"), seu centralismo extremado, sua insônia, tudo isso me parece coisa de quem tem o miolo mole.
Ou talvez seja apenas um reflexo idiossincrático de uma mente muito superior às normais. Mas eu ainda fico com a primeira hipótese.
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Comentario botocudo
O que o JN da Globosta deixou de explicar nas suas duas dilatadas edições sobre o episódio do projétil celulósico é que os chamados “mata-mosquito” do Rio sempre recepcionam D. José I, o pegador discreto, quando este vai para o Rio de Janeiro, notadamente quando vai para a Baixada Fluminense. Trata-se de milhares de ex-funcionários da FUNASA demitidos em plena epidemia de dengue por José Serra, quando era Ministro da Saúde.
Desde 2002, sempre que Serra vai ao Rio e encontra esse grupo, sempre houve protestos, sem violência. Os seguranças de Serra não deveriam rasgar cartazes de quem estava manifestando. A rua é pública. Depois os manifestantes do PT, que estavam nas proximidades, é que entraram na confusão.
Mas nada disso a Globo disse. Levou 5 minutos querendo convencer o otário telespectador global de que haveria um segundo objeto, cujo peso varia entre 2 a 0,5 kg de acordo com variadas versões. Só que ninguém que estava ali viu esse ÓVNI, só o “especialista” Molina.
As últimas pesquisas indicam que vai perder, mas agora pelo menos o Serra pode dizer que levou alguma coisa nesta eleição :)
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