* Este blog luta por uma sociedade mais igualitária e justa, pela democratização da informação, pela transparência no exercício do poder público e na defesa de questões sociais e ambientais.
* Aqui temos tolerância com a crítica, mas com o que não temos tolerância é com a mentira.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cataratas do Iguaçu e Alvar Nuñes Cabeza de Vaca



do pesquisador e amigo Fabio K. Nunes, via email





Hoje, 31 de janeiro, o Google lembrou através da ferramenta Doodle (logotipo do Google para comemorar feriados, aniversários e a vida de artistas famosos, pioneiros e cientistas), a Descoberta das Cataratas do Iguaçu por Álvar Núñez Cabeza de Vaca.


São exatamente 470 anos que a expedição de 250 homens, 26 cavalos, dois frades franciscanos, mais alguns índios e o próprio Cabeza de Vaca saíram da ilha de Santa Catarina no dia 18 de outubro de 1541 e começaram a longa caminhada pelo interior do continente a partir do rio Itapocu no litoral norte do estado de Santa Catarina no dia 02 de novembro do mesmo ano. 


Foram praticamente três meses caminhando durante 27 dias pela região nordeste do estado de Santa Catarina e mais 60 dias aproximadamente pelo interior do estado do Paraná até chegarem com quase toda a expedição no dia 31 de janeiro nas cataratas do rio Iguaçu. Depois de contornarem as quedas da água, a expedição chegou  no dia 11 de março ao seu destino final que era a cidade de Assunção, no Paraguai.


Sobre a parte documental relatada por Álvar Núñez Cabeza de Vaca em relação às cataratas do Iguaçu, estou disponibilizando num texto publicado no blog  Professor Herói, explicando principalmente as versões dadas pelo espanhol quando de passagem pelo local com o restante da expedição.


Pinheirinho e Cracolândia (epílogo)



por Maria Ines Nassif, na Carta Maior


É o horror. Nada mais precisa ser dito para descrever a operação de despejo de Pinheirinho, em São José dos Campos, e a ação policial contra os usuários de crack no centro da capital, na chamada Cracolândia. Mas existem muitas explicações para a truculência, a desumanidade, a destituição do direito de cidadania aos pobres pelo poder público paulista.

A primeira delas é tão clara que até enrubesce. Nos dois casos, trata-se de espantar o rebotalho urbano de terrenos cobiçados pela especulação imobiliária. O Projeto Nova Luz do prefeito Kassab, que vem a ser a privatização do centro para grandes incorporadoras, vai ser construído sob os escombros da Cracolândia, sem que nenhuma política social tenha sido feita para minorar a miséria ou dar uma opção séria para crianças, adolescentes e adultos que se consomem na droga. 

O terreno desocupado com requintes de crueldade em São José dos Campos, de propriedade da massa falida do ex-mega-investidor Naji Nahas, que já era de fato um bairro, vai ser destinado a um grande investimento, certamente. O presente de Natal atrasado para essas populações pobres libera esses territórios antes que terminem os mandatos dos atuais prefeitos, e o mais longe possível do calendário eleitoral. Rapidamente, a prefeitura de São Paulo está derrubando imóveis; a prefeitura de São José não deve demorar para limpar o terrreno de Pinheirinho das casas - inclusive de alvernaria - das quais os moradores foram expulsos. 

Até outubro, no mínimo devem ter feito uma limpeza na paisagem, o que atenua nas urnas, pelo menos para a classe média, a ação da polícia. A higienização justifica a truculência policial. A "Cidade Limpa" de Kassab, que começou com a proibição de layouts na cidade, termina com a proibição de exposição da pobreza e da miséria humana.

A segunda é de ordem ideológica. Desde a morte de Mário Covas, que ainda conseguia erguer um muro de contenção para o PSDB paulista não guinar completamente à direita, não existe dentro do partido nenhuma resistência ao conservadorismo. Quando Geraldo Alckmin reassumiu o governo do Estado, em janeiro de 2011, muitas análises foram feitas sobre se ele, por força da briga por espaço político com José Serra dentro do partido, iria trazer o seu governo mais para o centro. A referência tomada foi o comando da Segurança Pública, já que em seu mandato anterior a truculência do então secretário, Saulo de Castro Abreu Filho, virou até denúncia contra o governo de São Paulo junto à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. 

O fato de ter mantido Castro fora da Segurança e se aproximado do governo federal, incorporando alguns programas sociais federais, e uma relação nada íntima com o prefeito da capital, deram a impressão, no primeiro ano de governo, que Alckmin havia sido empurrado para o centro. O que não deixava de ser uma ironia: um político que nunca escondeu seu conservadorismo foi deslocado dessa posição por um adversário interno no partido, José Serra, que, vindo da esquerda, tornou-se a expressão máxima do conservadorismo nacional. 

Isso não deixa de ser uma lição para a história. Superado o embate interno pela derrota incondicional de José Serra, que desde a sua derrota vinha perdendo terreno no partido e foi relegado à geladeira, depois da publicação de "Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, Alckmin volta ao leito. O governador é conservador; o PSDB tornou-se orgânicamente conservador, depois de oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e oito anos de posição neoudenista. A polícia é truculenta - e organicamente truculenta, já que traz o modelo militar da ditadura e foi mais do que estimulada nos últimos governos a manter a lei, a ordem e esconder a miséria debaixo do tapete. 

O nome de quem faz a gestão da Segurança Pública não interessa: está mais do que claro que passou pelo governador a ordem das invasões na Cracolândia e em Pinheirinho.

Outra análise que deve ser feita é a da banalização da desumanidade. Conforme a sociedade brasileira foi se polarizando politicamente entre PSDB e PT, a questão dos direitos humanos passou a ser tratada como um assunto partidário. O conservadorismo despiu-se de qualquer prurido de defender a ação policial truculenta, de tomar como justiça um Judiciário que, nos recantos do país, tem reiterado um literal apoio à propriedade privada, um total desprezo ao uso social da propriedade e legitimado a ação da polícia contra populações pobres (com nobres exceções, esclareça-se). 

Para os porta-vozes desses setores, a polícia, armada, "reage" com inofensivas balas de borracha à agressão dos moradores que jogam pedras perigosíssimas contra escudos enormes da tropa de choque. No caso de Pinheirinho, a repórter Lúcia Rodrigues, que estava na ocupação, na sexta-feira, foi ela própria alvo de duas balas letais, vindas da pistola de um policial municipal. Ela não foi atingida, mas duvida, pela violência que presenciou, das informações de que tenha saído apenas uma pessoa gravemente ferida daquele cenário de guerra.



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Picaretagem de 489 bilhões de Euros - quer comprar uma mesa de pebolim?...


por Mike Withney, no conterpunch - tradução do Viomundo
O novo veículo de empréstimos do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi — a Operação de Refinanciamento de Longo Prazo (ORLP) — ajudou a tirar o sistema financeiro do precipício de uma nova catástrofe tipo Lehman [Lehman Brothers, banco de investimento dos Estados Unidos cuja falência detonou a crise financeira de 2008], mas não trata dos problemas fundamentais criados pela crise (desequilíbrios contábeis, fluxos de capital).
O que a ORLP faz é permitir a bancos europeus que troquem garantias mambembes por empréstimos sem limites com prazo de 3 anos a uma taxa de juros de 1%. O dinheiro emprestado — quase metade de um trilhão de euros — perpetua a ilusão de que os bancos são solventes, especialmente porque a vasta quantia de bens desvalorizados que estavam na contabilidade dos bancos foi transferida para a contabilidade do Banco Central Europeu (O Banco Central dos Estados Unidos conduziu uma operação similar [Quantitative Easing 1, QE1] quando comprou 1,25 trilhão de dólares em papéis assegurados por empréstimos imobiliários dos bancos norte-americanos em 2009).
Assim, agora, o sistema bancário da União Europeia está navegando em liquidez e a taxa que os bancos pagam para emprestar uns aos outros caiu dramaticamente. Portanto, tudo está cor-de-rosa, certo?
Errado. Embora as taxas de empréstimos interbancários tenham atingido seu ponto mais baixo dos últimos dez meses (na segunda-feira passada), os bancos continuam estacionando o dinheiro que tomaram emprestado no Banco Central Europeu. Na última sexta-feira, os depósitos no BCE atingiram um recorde de 528 bilhões de euros, o que é 39 bilhões de euros mais que o que os bancos emprestaram usando a ORLP. Que doideira é essa?
Isso significa que o dinheiro emprestado pelos bancos não está sendo repassado a consumidores e empresários, como Draghi previa, mas está sendo usado pelos bancos para rolar dívidas e continuar a desalavancagem, permitindo a eles atingir as novas exigências de capital de 9%.
Isso é enganação da pior, tipo um jogo de fumaça e espelhos. Afinal, Draghi está pagando mais caro por bens que perderam valor. Qual é a vantagem disso? Pense qual seria a reação se o Banco Central dos Estados Unidos criasse um programa similar para combater os efeitos da bolha imobiliária. Vamos dizer que o presidente [Ben] Bernanke decidisse cobrir tudo o que os donos de casas perderam desde 2006.
Você acha que isso reduziria o número de casas em risco e as penhoras? Com certeza. Mas o povo miúdo não recebe ajuda desse tipo. O que se espera é que ele tome na cabeça. Todas as bondades vão para os caras do dinheiro. É por isso que existe a ORLP. O Banco Central Europeu está dando toneladas de dinheiro barato para seus amigos em troca de bens que, ELE SABE, não valem o dinheiro que está sendo emprestado. Assim, basicamente, é um subsídio (em outras palavras, golpe).
E o Banco Central Europeu está tentando esconder o que faz alegando que o mercado de financiamento bancário não está funcionando direito. Ou, como diz o sr. Draghi, as preocupações com o mercado de ações “causaram distúrbios severos no funcionamento normal dos mercados”.
Vocês já ouviram coisa tão idiota antes?
Quando os banqueiros inflam uma gigante bolha que explode e detona 8 trilhões de dólares em valor imobiliário, ninguém fala que “o mercado não está funcionando direito”, porque somos eu e você os perdedores. Mas quando os banqueiros correm risco, logo surgem as desculpas.
“Ah, não, não pode ser”, eles dizem. “Os mercados não devem estar funcionando direito”. Mas isso é nonsense. Não há nada de errado com os mercados. Afinal, estamos falando de compradores e vendedores, não de algum mecanismo intrincado que requer especialistas com suas pranchetas e jaquetas brancas. O problema é que ninguém está comprando o lixo que os bancos querem vender justamente porque o lixo perdeu muito valor no ano que passou. É só isso.
O sistema funciona assim: os bancos não ganham dinheiro com o João Ninguém e seu pequeno depósito que vem do salário semanal. Tudo isso mudou. A maneira como os bancos se financiam nos dias de hoje envolve grandes quantias de dinheiro que os fundos de investimento estacionam nos bancos enquanto se decidem sobre onde e como investir. Assim, os bancos usam o dinheiro para fazer empréstimos de curto prazo e colocam os bens garantidores dos empréstimos na contabilidade. O chamado “repo market” — sobre o qual estamos falando agora — é na verdade uma grande casa de penhor, sem qualquer regulamentação.
O problema inevitável é que as pessoas que tem acesso ao dinheiro grande (gerentes de fundos) se tornam mais e mais ressabiados com os bancos quando desconfiam do valor declarado dos bens usados como garantia. Assim, os bancos precisam dar mais e mais garantias para obter o mesmo tanto de dinheiro. Isso é equivalente a uma perda, o que significa que os bancos perdem mais e mais dinheiro em toda transação que fazem. Ao mesmo tempo, fica mais difícil para os bancos conseguirem dinheiro lançando ou vendendo ações. Por que? Porque a essa alturta todo mundo sabe que os bancos estão sentados sobre uma grande piscina fétida de bens financeiros podres, que  ninguém quer tocar nem mesmo com uma vara de 10 metros.
Isso significa que o mercado não está funcionando?
Não, na verdade o mercado está funcionando perfeitamente. Os investidores estão fazendo o que os investidores sempre fizeram. Estão separando o joio do trigo, nada mais que isso. É o sr. Draghi que está distorcendo o mercado ao bombar centenas de bilhões de euros numa bolha de ações que já implodiu faz tempo. Vocês tem acompanhado o que aconteceu com a Grécia recentemente?
Aqui está uma analogia que pode ajudar: vamos dizer que você precisa pagar uma prestação do automóvel de 500 reais. Você decide procurar alguma coisa no quintal para vender no Mercado Livre. No processo, encontra uma velha mesa de pebolim que só tem três pernas, cheia das manchas daquela festa-bebedeira que você fez anos atrás, e coloca o móvel à venda no Mercado Livre por 500 reais. Então, abre uma cerveja gelada e fica esperando pela enxurrada de ofertas.
[O Viomundo tomou liberdades poéticas com a tradução do parágrafo acima, para aproximá-lo de uma experiência que um leitor brasileiro teria]
Só que as ofertas nunca aparecem e você é obrigado a ligar para a financeira que está te importunando com as cobranças e dizer “desculpe, cara, não é culpa minha. O mercado não está funcionando direito!”.
Você acha mesmo que o cobrador vai te dar uma colher de chá?
O fato de que ninguém quer sua mesa de pebolim não é um sinal de que o mercado não está funcionando. A mesma regra vale para os papéis-lixo dos bancos. Ninguém os quer porque são lixo; nada mais que isso. Além disso, há sempre um preço para bens financeiros (mesmo o lixo); é uma questão de saber quanto as pessoas aceitam pagar por eles.
Neste caso, as ofertas por papéis da dívida soberana [de estados europeus, que estão na contabilidade dos bancos] são tão baixas que muitos bancos da União Europeis faliriam se vendessem os papéis e considerassem as perdas na contabilidade. É por isso que eles contam com o Draghi para salvá-los. E salvá-los é o que Draghi está fazendo.
O que deveria ter acontecido é que os bancos deveriam ter tido suas dívidas reestruturadas, para não forçar os contribuintes da eurozona a enfiar trilhões [de dinheiro público] neste novo regime de instituições bancárias-zumbi que eventualmente serão consideradas “muito grandes para falir”.
Mas a gigante operação de reinflação do Draghi é apenas um dos problemas da ORLP. Outra questão é que a montanha de garantias dos bancos está rapidamente se esvaindo, o que vai tornar mais difícil os empréstimos do Banco Central Europeu para os bancos em dificuldades em fevereiro, quando a fase dois da ORLP (estimada em 400 bilhões de euros) for lançada.
Mas, como pode ser? Isso significa que os bancos não teriam dinheiro, nem bens decentes para oferecer, o que significa que o sistema bancário moderno não passa de um jogo de enganar.
De fato, é um jogo de enganar. Veja, os bancos tem emprestado vastas somas de dinheiro usando os mesmos bens, de novo e de novo. É chamado de re-hipoteca e, na maioria dos casos, é perfeitamente legal. O problema surge, no entanto, nos ciclos de desalavancagem, quando os bens financeiros no cofre não batem com os que estão na contabilidade. E aí? Como o blog FT Alphaville, do Financial Times, notou: “… neste ambiente, os bancos poderiam facilmente ficar sem bens e falir (Dexia!) (“Death sanitised through credit“, FT Alphaville).
Isso coloca em dúvida o sucesso da chamada fase dois da ORLP. Afinal, existe um limite mesmo para o lixo que o BCE pode aceitar em troca de empréstimos.
Existem outros problemas com a ORLP, como o fato de que coloca o sistema de cabeça pra baixo, ao substituir os Estados pelos bancos privados. Como faz isso?
Ao dar aos bancos privados garantias implícitas sobre suas dívidas, ao mesmo tempo em que as dívidas dos governos perderam a garantia total do BCE, com isso reduzindo-as ao nível de junk. A razão pela qual isso aconteceu: Draghi sinalizou aos mercados que o BCE VAI agir como garantidor de último recurso para os bancos privados, mas não para os estados-membros. Assim, as taxas de risco para as dívidas de governos dispararam, enquanto as taxas para as dívidas de bancos privados cairam.  Naturalmente, isso criou pressão nos orçamentos de governos, já que os déficits continuam a explodir.
Pergunte a você mesmo o seguinte: em que mundo doido vivemos, no qual empresas privadas, que buscam lucro (como bancos) podem conseguir dinheiro emprestado mais barato que estados? Os estados empregam dezenas de milhares de trabalhadores, promovem programas sociais, pagam a polícia, a educação, o salário-desemprego, os serviços de saúde, etc. e operam em nome dos grandes interesses do público… e ainda assim, sob o regime de Draghi, banqueiros inescrupulosos podem usar sem limites os recursos dos bancos centrais com uma taxa de juros menor. Alguém poderia me explicar?
Naturalmente, é o que acontece quando as nações abrem mão do poder de imprimir seu próprio dinheiro. Perdem a capacidade de controlar seu próprio destino. Isso cria uma oportunidade para que as elites financeiras assumam o controle político-econômico, que é o que elas fizeram. A grande finança tomou o poder na Europa e está fazendo o que sempre fez, ou seja, está sistematicamente desmantelando as instituições que prestam serviços de saúde, de aposentadoria, que garantem o trabalho para milhões de pessoas comuns, jogando milhares na pobreza abjeta.
Não era esse o esquema? Não é isso o que o maestro italiano Draghi tinha em mente?
Uma última coisa: a ORLP não tem um mecanismo de transmissão. Em outras palavras, não há como fazer a liquidez que está se acumulando no sistema bancário passar para a economia real. Está tudo lá acumulado, como as reservas de mais de trilhão de dólares estão no sistema bancário dos Estados Unidos.
Assim, a luxuosa doação de 600 bilhões de euros do sr. Draghi não será investida em construções residenciais ou de novas empresas ou no desenvolvimento de novas drogas ou em veículos mais eficientes no gasto de energia.
Na verdade, a fortuna não será alocada para qualquer atividade produtiva. Em vez disso, será usada da mesma forma que os bancos dos Estados Unidos usaram os 700 bilhões de dólares do TARP [Troubled Asset Relief Program, programa de alívio a bens duvidosos, lançado pelo governo dos Estados Unidos para ajudar o sistema financeiro] ou o 1,25 trilhão da primeira etapa do QE [Quantitative Easing]; para turbinar bens em risco e para mandar o mercado de ações para a estratosfera durante um ano. E isso vai deixar a turma do Draghi muito feliz, já que eles vão ter lucros recordes, enquanto o resto da Europa mergulhará numa duradoura mini-depressão.
*MIKE WHITNEY vive no estado de Washington. Ele é contribuinte do livro Sem Esperança: Barack Obama e a política da ilusão, da editora AK.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Para os pobres do Pinheirinho, borracha, despejo e destruição... mas com a Globo!?... quanta diferença.

Velha mídia tupiniquim serve peixe podre a seu publico



artigo de Cristovão Feil, no Diário Gauche

O jornal britânico Financial Times, uma das bíblias do neoliberalismo, caiu na real, e está fazendo uma série de matérias sobre a crise estrutural do capitalismo, se dando a liberdade de cogitar que estamos experimentando o limiar de um novo sistema de produção, mesmo não se sabendo ao certo aonde iremos.

Esse não é qualquer jornal, o FT é uma publicação que circula desde 1888, tem uma tiragem diária de 2,1 milhões de exemplares, circula em 140 países e tem agências editoriais em 50 países.
     
Corte rápido.

O diário paulistano O Estado de S. Paulo estampou em suas páginas no dia 23 de janeiro último um artigo do ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, onde ele afirma que os altos ganhos salariais são um dos fortes fatores da atual crise econômica da eurolândia. Pronto, sobrou para os assalariados! É inacreditável que a essa altura da crise alguém ainda atribua a mesma a motivações que não as das finanças hipertrofiadas, o descontrole do crédito e a desregulação geral da atividade econômica, em especial a liberdade de ação dos grandes capitais bancários na Europa e no mundo todo. 
    
Observem que enquanto um jornal de reputação internacional – podemos questionar a sua afiliação político-ideológica – trata da crise de forma direta, frontal e corajosa, o outro, um jornal provinciano como o Estadão, insiste em manter um séquito de especialistas em produzir vianda requentada, como se fora algo fresco e atual, para assuntos tão relevantes como a crise do capitalismo.

Essa é a grande dificuldade da mídia brasileira: servir marmita rançosa como se estivesse oferecendo peixe fresco grelhado sobre folhas tenras. O problema não é o proselitismo de direita tout court, o problema é o proselistismo de direita, proferido por velhos funcionários da ditadura civil-militar (como Maílson e tantos outros) envolto no papel engordurado do palpite manjado, da opinião pessoal e interessada travestida de vontade geral e republicana.

Prestem atenção, a mídia está coalhada de indivíduos, colunistas, apresentadores, leitores de telepromter e outros quetais que estão ali para expressarem as vozes dos seus donos (ou dos seus patrões e dos amigos dos seus patrões), entretanto querem representar o papel de porta-vozes do universal, do democrático e do espírito de nosso tempo.

Ainda bem que eles são péssimos atores e atrizes.

Coisas da vida.

Porque hoje é sábado!... Steely Dan com Jeff Porcaro


Katy Lied (full album - só o audio) é o quarto album lançado pelo Steely Dan, lançado em 1975 pela ABC Records. Ganhou o disco de ouro e chegou ao #13 nas paradas do EUA.

Gosto de bons bateristas e aqui temos o fantastico Jeff Porcaro em todas as faixas menos uma, "Any World (That I'm Welcome To)". Jeff Porcaro  tinha só 21 anos de idade em 1975, permaneceu no Steely Dan de 1974 a 1976, sendo que só neste disco que apareceu quase que esclusivamente na bateria. Foi um dos mais requisitados bateristas de estudio da década de 1970, tendo gravado, entre muitos outros artistas famosos, com Eric Clapton, Paul McCartney, Michael Jackson, Bee Gees, Dire Straits, Stevie Wonder, Pink Floyd, Larry Carlton, Madona, Bruce Springsten, David Gilmour, etc. Em 1978 se juntou ao grupo Toto, em que já tocavam dois de seus imãos, Mike e Steve Porcaro.

Jeff Porcaro morreu em 1992 de complicações respiratórias causado por inseticidas que aplicaram em seu jardim. Outras versões atribuem sua morte a um ataque cardiaco causado pelo enrijecimento das arterias pelo uso abusivo de cocaina.



Lista das faixas no video:

1.) Black Friday - 0:00
2.) Bad Sneakers - 3:41
3.) Rose Darling - 7:01
4.) Daddy Don't Live in That New York City No More - 10:06
5.) Doctor Wu - 13:22
6.) Everyone's Gone to the Movies - 17:18
7.) Your Gold Teeth II - 21:03
8.) Chain Lightning - 25:17
9.) Any World (That I'm Welcome To) - 28:17
10.) Throw Back the Little Ones - 32:11

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

História do terreno do Pinheirinho

Pescado na comunidade Leu na Veja?... Azar o seu!... do moribundo Orkut

CLIQUE QUE AMPLIA


Print da página:
http://acervo.folha.com.br/fsp/1969/07/01/2/4472053   Folha de S.Paulo 01 Julho de 1969

O Campo dos Alemães é um bairro localizado na zona sul da cidade de São José dos Campos, estado de São Paulo. O maior bairro da cidade, foi fundado a partir de uma fazenda antigamente denominada Chacara Régio, que pertencia a Familia Kubitzky. Seus donos se chamavam Hermann, Artur, Erma e Frida. Nesta fazenda se produziam hortifrutigranjeiros e ovos que eram vendidos nas quitandas da região.

 Porém esta família de imigrantes alemães, foi brutalmente assassinada em meados do ano de 1969. A área, sem herdeiros, pois seus donos eram bem idosos e solteiros (Arthur por exemplo na época de sua morte tinha 77 anos). O caso nunca foi solucionado e, como a família não tinha parentes ou herdeiros, o Estado acabou incorporando a fortuna dos Kubitzky, inclusive os seus imóveis.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_dos_Alem%C3%A3es

Como eles não tinham herdeiros o terreno passou (a princípio) para as mãos do Estado, mas....

Naji Robert Nahas é um empresário, atuando como comitente de grande porte na área de investimentos e especulação financeira. Brasileiro nascido no Líbano. Chegou ao Brasil no começo da década de 1970 com cinqüenta milhões de dólares para investir e montou um conglomerado de empresas que incluía fábricas, fazendas de produção de coelhos, banco, seguradora e outros. Tornou-se nacionalmente conhecido depois de ter sido acusado como responsável pela quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Naji_Nahas

Pelo visto Naji Nahas já chegou no Brasil metendo o pé na porta dos outros. Portanto, como Naji Nahas adquiriu o direito de propriedade de um "patrimônio público"? Foi grilagem? Até agora Naji Nahas não apresentou nenhum documento confirmando a posse do terreno. O Governo de São Paulo aceitou o terreno, que se dizia fazer parte da massa falida da empresa Selecta, como garantia sem checar os documentos.

Assim sim!...






do blog Erva Daninha Rio

A cena comoveu o Brasil na sexta-feira, 03 de maio de 2003. Ao volante de uma retroescavadeira, Hamilton dos Santos, de 53 anos, se recusou a cumprir uma ordem judicial. Deveria demolir duas casas pobres, no Bairro da Palestina, em Salvador, onde morava uma família com sete filhos. Não foi um ato de protesto. Hamilton estava sensibilizado com a situação da merendeira Telma Sueli dos Santos Sena, de 40 anos. Emocionado, desligou a máquina e foi embora.

Transformado inesperadamente num herói, Hamilton retornou ao Bairro da Palestina, na periferia da capital baiana, para rever a merendeira Telma.

Foi abraçado longamente por ela e pelo marido. "Estou muito feliz, pois passei a noite em minha casa", agradeceu a merendeira. "Eu fiquei imaginando o trabalho dessas pessoas para construir o barraquinho e como seria ver tudo destruído, com os sete filhos abandonados, sem ter para onde ir", disse Hamilton chorando. "Fiquei satisfeito por não ter derrubado as casas e peço a Deus que dê tudo certo para eles."

Hamilton não demoliu as casas por causa do desespero de Telma. Sensibilizado, ele não conseguiu acelerar a retroescavadeira. Caiu em prantos. Mesmo ameaçado de prisão pelos policiais militares que estavam no local para cumprir a ordem do juiz Cláudio Oliveira, da 12ª Vara dos Feitos Cíveis de Salvador, desligou a máquina e se recusou a executar o serviço.

Não deu ouvidos a um dos policiais que estavam no local para garantir o despejo: "Endureça seu coração e cumpra a ordem senão vou lhe prender".

Santos não conseguiu "endurecer" o coração; ao contrário, amoleceu mais ainda. "Não consigo, isso está além das minhas possibilidades; não posso derrubar a casa de um pai de família trabalhador como eu", balbuciou.

Sabia que depois seria preso. A multidão de moradores humildes que se concentrou para assistir ao drama aplaudiu o tratorista, aclamando-o como um herói.

O oficial que comandava a operação decidiu revogar sua prisão devido às circunstâncias do caso que teve um desfecho inesperado.

Crises politicas - ministros e secretários






por Mauro Santayana, em seu blog







(JB) - Getúlio Vargas, que, além de seu reconhecido patriotismo,  se associou ao exercício do poder executivo como nenhum outro governante brasileiro, via seus auxiliares com ceticismo sábio. Raramente os elogiava, a não ser em situações pontuais, se isso era de  interesse político ou administrativo. Sua máxima é conhecida: todo ministério é um ministério de experiência. Os ministros serviam, enquanto bem serviam ao país, em seu critério de chefe. Quando não serviam, individualmente ou em bloco, substituía-os, sem grandes dramas, a não ser para alguns dos dispensados. Como se sabe, o poder é como o amor: dele ninguém se liberta sem algum sofrimento.

            Ninguém consegue governar só, nem mesmo os déspotas mais audazes. Nos sistemas democráticos, ou que assim se identificam, os chefes governam com facções políticas. Essas facções – e sempre foi assim – poucas vezes se formam a partir de escolhas ideológicas sinceras. Organizam-se a partir de razões objetivas, como os interesses econômicos e corporativos, e de sentimentos subjetivos, como os da amizade e do carisma de seus líderes.

        Há, no entanto, os casos, freqüentes na História, de psicopatia política. Alguns gravíssimos, como os de Nero, Calígula, Hitler e Franco; outros ridículos, além de criminosos, como os de Mussolini, Berlusconi, Salazar e os vizinhos Somoza, Pinochet, Stroessner e Trujillo. Isso sem falar em nossa própria realidade, com  Médici, Collor e Jânio Quadros.

        Mas, nem mesmo Filippo Maria Visconti - o cruel Duque de Milão, tirano em estado puro, como o definiu Elias Cannetti - governava só. Ele, que exerceu o poder de 1412 a 1447, para manter o ducado íntegro,  dependeu de seu chefe militar Francesco Sforza, de quem fez genro e sucessor.

       Os historiadores e analistas das causas e razões do poder se dividem na dúvida permanente: governar é ciência ou  arte? Mesmo os chefes mais intuitivos dependem de um mínimo de conhecimento para o exercício do poder. Os governantes devem saber mandar. Tancredo recomendava aos seus auxiliares pensar antes de dar uma ordem. Deveriam estar certos de que ela seria cumprida, ou seja, de que o subordinado teria condições de executar bem a missão. Saber mandar é saber escolher – mas nem sempre o chefe de governo tem a possibilidade de nomear a pessoa certa para os cargos. Daí o conselho de Vargas: todo ministro vive uma situação precária em seu cargo, uma vez que são demissíveis ad-nutum.

        Discutir, nesse momento de nossa estação histórica, o desconforto da presidente da República em negociar com um parlamento eclético e, em grande parcela, alheio aos interesses do povo brasileiro, é ocioso. Ela só pode administrar a circunstância que  seus antecessores lhe legaram. E isso, queiram ou não os seus opositores atropelados pela realidade, ela vem fazendo com êxito, dentro dos limites do possível.

         Muitos contestam a substituição de tantos ministros que, acusados de corrupção, não puderam, ou não quiseram, defender-se convincentemente dos erros que lhes atribuíam. Esquecem-se de que, mesmo com os escolhos de uma coligação política quase teratológica, ela construiu o governo mediante as consultas com suas bases parlamentares e líderes políticos aptos a recomendar os titulares do Ministério. Tratava-se, como todos os outros, de um ministério de experiência. Nas últimas semanas, antes da reforma recomendada pelo calendário eleitoral, ela pôde reunir informações e confrontá-las com as razões de Estado e suas próprias razões, a fim de reorganizar o Ministério. Que será, sempre como recomenda a inteligência política, de experiência, passível de ser substituído, no todo ou em parte, e em qualquer momento, de acordo com as circunstâncias.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Qual a verdadeira causa da caça ao Megauploud?...



pescado (sem autorização - ai, ai, ai...) no site da Globo.com (ai, ai, ai...[2])

RIO - Até a operação policial que encarcerou seus responsáveis, o Megaupload se preparava para lançar um site de compartilhamento de músicas que desafiaria as gravadoras por remunerar artistas em contratos exclusivos.

A revelação dos planos de Kim Dotcom e sua equipe suscitou na imprensa especializada a suspeita de que a operação que derrubou o site de compartilhamento não teve apenas a ver com pirataria, mas também, com o temor da indústria fonográfica sobre a chegada de nova concorrência.

- O grupo Universal sabe que nós vamos competir diretamente com eles por meio de nossa empreitada musical chamada Megabox.com, um site que vai permitir aos artistas vender suas criações diretamente aos consumidores e ficar com 90% das receitas - disse o criador do Megaupload, Dotcom, em dezembro do ano passado. - Nós temos uma solução chamada Moviekey que vai pagar os artistas até pelo download gratuito de música. O modelo de negócios do Megakey já foi testado com milhões de usuários e funciona.

Segundo Dotcom, o site seria lançado este ano, tinha entre seus sócios a gigante Amazon (informação até agora não confirmada) e seria o grande concorrente da iTunes Store, da Apple.

A preparação para o Moviebox explica a existência de um vídeo, publicado no Youtube em dezembro, que continha depoimentos elogiosos de vários artistas sobre o Megaupload. Entre eles estavam os pop stars Kanye West, Alicia Keys, Will.I.Am e Snoop Dog.

A Universal não gostou da iniciativa e conseguiu retirar o vídeo do Youtube por meio dos filtros de conteúdo do site. Mas a Google o colocou novamente no ar argumentando que a Universal não tinha direitos autorais sobre ele. Segundo o site da revista “Wired”, o Megaupload investiu US$ 3 milhões na produção do vídeo.

Não há prova sobre o envolvimento da Universal na operação do FBI que levou à prisão de Dotcom e seus sócios na Nova Zelândia e na Europa. O Moviebox, que já funcionava em versão beta, também está fora do ar por causa do mandado da Justiça americana que determinou o fechamento do Megaupload e seus sites associados por pirataria e outros crimes.

Pinheirinho (3) Análise brilhante sobre o lamentável episódio – Ricardo Boechat



Com essa análise posso compreender que muitas vezes o Boechat fica constrangido no Jornal da Band na TV quando o lacaio do Joelmir Betting lê aqueles editoriais da emissora que servem. Sobre o mesmo episódio a Globo deu no Fantástico que o Pinheirinho era local de consumo de drogas (???)... Quanta diferença!...

O libelo desenrolado pelo Boechat vale cada segundo. Sobra para todos, governo de SP e governo federal:

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pinheirinho (2)


Depois a PM de SP foi atirar nos abrigos que haviam sido disponibilizados pela própria prefeitura de SJC

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Anonymous libera a discografia completa da Sony em torrent



Pinheirinho

Só políticos absolutamente insensíveis e imbecilizados para permitir esse crime à luz do dia. Alckmin é um dessa espécie daninha, assim como seu antecessor, o sanguessuga Serra. Aliás, todos do PSDB.






2.000 policiais, 220 viaturas, cem cavalos, 40 cães e 300 agentes da prefeitura de São José dos Campos (prefeito do PSDB) participam da operação para retirar os moradores do terreno, ocupado desde 2004, que faz parte da massa falida da empresa Selecta - falência decretada também em 2004, do empresário Naji Nahas, preso em 2008 pela Polícia Federal, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Porque hoje é sábado!... Animals - Pink Floyd

Aqui o album, de 1977, completo - só audio para ouvir de boa.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E a Globosta?... perdidinha, perdidinha...











E eis que a TV Globo volta à pauta, novamente por razões pouco nobres. As redes sociais já têm batido na tecla dos interesses escusos por trás da minissérie “O Brado Retumbante”, e aos poucos a própria emissora vai confirmando tais intenções. 

Em seu terceiro capítulo, o folhetim associa os trabalhadores do serviço público do país e as centrais sindicais à corrupção. Tudo muito sutil, com o cuidado necessário para evitar futuros problemas na Justiça. Logo no começo do capítulo desta quinta-feira (20), Paulo Ventura, sósia de Aécio Neves que cai de paraquedas na cadeira de presidente da República, anuncia à nação o envio ao Congresso de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que cria a Lei de Responsabilidade Pública, cujo texto prevê punição dobrada a qualquer tipo de delito cometido por agentes públicos, quer sejam servidores, parlamentares, ministros de estado ou juízes. Em seguida, durante o jantar, o mandatário reclama à primeira-dama: “Parece que a grita vai ser grande. As centrais sindicais já ameaçaram greve geral por tempo indeterminado se a lei da ‘responsa’ for aprovada”.

Corta a cena. As emissoras de TV repercutem o conteúdo da lei, otimistas por sua aprovação. Mais um corte, desta vez para um cenário tomado pela penumbra, no qual deputados e senadores corruptos articulam um meio de arquivar a referida PEC. Algumas cenas à frente, ao sair do teatro, o presidente é apupado por manifestantes, identificados como servidores, que seguram cartazes com os seguintes dizeres: “Funcionários públicos repudiam perseguição” e “abaixo o autoritarismo”.
Durante o discurso à nação, o presidente fictício avisa que “minorias organizadas” vão tentar derrubar a PEC e faz uma proposta: “Estou aqui para convidar a maioria desorganizada para defendê-lo”, referindo-se ao projeto. Qualquer semelhança com as convocações feitas por figuras como Reinaldo Azevedo para as “marchas contra a corrupção” ocorridas no ano passado são mera coincidência.
O ataque é bem articulado, mas está longe de ser uma novidade. Desde os tempos de Getúlio Vargas, os veículos de Roberto Marinho e a chamada “grande mídia” em geral associam o sindicalismo e qualquer forma de organização de trabalhadores à baderna, à mamata pública e à corrupção. Milhares de páginas de jornais e revistas já foram dedicadas a martelar nos cérebros da população as “verdades” do Partido da Imprensa Golpista (PIG), obviamente sem nunca exibir quem foram os corruptores da história. Muda-se a forma, mas o conteúdo está longe de ser original.
Descompasso
A eleição de Lula para a Presidência vai completar uma década em outubro deste ano, mas a mídia brasileira, com a TV Globo à frente, ainda está longe de se conformar com as mudanças pelas quais o Brasil vem passando – apesar de também se beneficiar delas. Se o Brasil caminha atualmente para um futuro com mais desenvolvimento e menos desigualdade, esse novo cenário se deve em grande parte às lutas travadas pela classe trabalhadora e suas diversas formas de organização, apesar de toda a gritaria antipopular orquestrada pelos meios de comunicação.
Felizmente, com a internet esse tipo de carimbo sobre movimentos populares aos poucos vai deixando de surtir o efeito de outrora. “O Brado Retumbante”, “Veja”, o “Jornal Nacional” ou a “Gazeta de Jequitinhonha” têm todo o direito de gerar um debate sobre corrupção – ou qualquer tema delicado – na sociedade, mas precisam fazê-lo com responsabilidade e, sobretudo, honestidade. Em tempos de agressões com bolinha de papel e crimes em reality shows, a Globo demonstra não ter assimilado qualquer lição desses recentes fatos – e tampouco compreender os anseios de sua audiência.

NOTA BOTOCUDA
Reproduzi esse post ai por crença pia ... não assisti um único capitulo dessa série retumbante e bradante... provavelmente não o farei. Portanto, são fantasias... mas como isso é recorrente tratando-se da Venus Platinada, fica o post.