As telecomunicações brasileiras, um bem estratégico para
qualquer nação foram “privatizadas” da seguintre forma: saíram do controle do
governo brasileiro e agora parte significativa delas são estatais da Itália, Portugal e Espanha. Acompanhem o raciocínio
do brilhante jornalista Mauro Santayana, bem conhecido já aqui neste blog:
Analise de Mauro Santayana, em seu blog
Um dos mais propalados argumentos para se destruir, esquartejar e desnacionalizar as empresas estratégicas nacionais no final dos anos 90, era a deslavada mentira de que elas davam prejuízo ao erário. Esquecem-se de dizer que suas tarifas e investimentos estavam historicamente congelados - entraves que só foram removidos às vésperas da privatização. Outra desculpa era a de que elas se teriam transformado em “cabides de emprego”, o que naturalmente iria acabar após sua venda à iniciativa “privada”.
Quando vieram as licitações, além de terem sido entregues a preço de banana – e muitas vezes com farto e generoso financiamento do próprio governo brasileiro, via BNDES – percebeu-se que, em vez de terem sido privatizadas, muitas dessas empresas haviam sido na verdade re-estatizadas, deixando de ser patrimônio do povo brasileiro, para ingressar na esfera de influência de governos estrangeiros, como o português, o italiano, e o espanhol. Países que, por meio de participação direta ou “golden-shares”, controlavam politicamente – e ainda controlam - a Telecom Italia, a Portugal Telecom (hoje sócia da OI) e a Telefónica da Espanha.
Abordamos o tema, emblematicamente trágico do ponto de vista da soberania e do desenvolvimento nacionais, não apenas para lamentar a destruição de uma das nossas maiores empresas estratégicas, a Telebrás, e a campanha que estão movendo contra a sua volta, como concorrente pleno, ao mercado brasileiro – no qual as condições de “concorrência”, estabelecidas pela Lei Geral de Telecomunicações, tiveram como maior conseqüência o fato de estarmos pagando, hoje, como já dissemos, algumas das mais altas tarifas do mundo – mas também para mostrar, como, com o nosso dinheiro, estamos enriquecendo parasitas estrangeiros, como é o caso do jogador de handebol e genro do Rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, acusado de desvio de dinheiro público. É essa gente que agora ocupa, no Brasil privatizado, os típicos cabides de emprego nos altos escalões das empresas “privatizadas” que sucederam a Telebrás.
Veja aqui a matéria saída ontem, no El Pais, sobre Iñaki Urdangarin, o genro do Rei, funcionário da Telefónica Brasil (leia-se Vivo, presidida pelo ex-conselheiro da ANATEL Antônio Carlos Valente), e os seus negócios no Brasil
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