Antes de voces assistirem as versões mentirosas de hoje à noite no Jornal Nacional da Globosta (estou postando 20 minutos antes de ir ao ar), vamos às ultimas atualizações do caso das quebras de sigilos das diversas personagens tucanas, entre as quais a filha e o genro do candidato a Imperador D. José I, o visado (de bolotas de papel).
Já deu pra perceber que nem a Folha nem a grande mídia em geral vão poder tapar o sol com a peneira. É como Aznar querer atribuir ao ETA o ataque da Al Qaeda ao metrô de Madri às vésperas das eleições espanholas em 2004.
O vínculo de Amaury Jr com o Estado de Minas e deste com o aecismo é evidente; atribuir a quebra de sigilo ao PT e a própria Dilma é uma armação insustentável, mas o JN tentou isso ontem a noite. Até as torneiras de jardim aqui na blogosfera e twitsfera sabem que isso é a mais pura balela.
Então... mas o que aconteceu hoje?... Com a palavra o Nassif:
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Estão azedadas as relações entre o PSDB mineiro e o paulista. Considera-se que a trapalhada de Eduardo Jorge – divulgando partes do inquérito da Polícia Federal – espalhou lama por todos os poros.
O tema pegava todo mundo: o Estado de Minas (que contratou Amaury), Aécio Neves (ligado ao jornal), o PT (que tentou contratar o repórter), José Serra (principal personagem da Operação Caribe, a reportagem em questão). Por isso mesmo, o melhor para todos seria deixar rolar até depois das eleições.
Embora tivesse todas suas despesas de reportagem bancadas pelo jornal o Estado de Minas, em seu depoimento Amaury Jr procurou poupar Aécio. Assumiu sozinho a responsabilidade pela compra dos dados sigilosos. Em nenhum momento teria declarado que levantou os dados para «proteger Aécio». Como o único vazador do inquérito foi Eduardo Jorge – cuja advogada teve acesso aos depoimentos, por meio de uma liminar – interpretou-se em Minas que a trapalhada da EJ visou deixar Aécio acuado.
Mas o que levaria EJ a esse gesto meio autofágico, de acessar o relatório e vazar partes selecionadas para a Folha de São Paulo?
Simples. No inquérito da Polícia Federal, o jornalista Amaury Jr anexou o tal «Relatório Caribe», a extensa reportagem que escreveu para o Estado de Minas sobre os fluxos de dólares da privatização. É uma espécie de rascunho do seu livro – que, pelo acordo com a TV Record (que recentemente o contratou) só deveria ser publicado no próximo ano, para evitar exploração eleitoral. Aparentemente foi a leitura do relatório que fez Eduardo Jorge dar publicidade seletiva ao inquérito.
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Atualização depois do JN (20:43)
Sobre o caso do objeto pesado arremessado no violento atentado contra o Almirante das águas limpidas de Y-etê do Piratininga, nem vou comentar - isso atesta a indigência jornalística que essa concessionária de televisão chegou.
No caso em pauta neste post, a platinada jogou merda no ventilador. Advogados de Rui Falcão (acusado por ela, Globosta, de ter copiado dados do computador de Amaury Jr), terão acesso aos autos agora – tiro no pé.
A mais verídica matéria publicada hoje sobre a quebra de sigilo é essa que mostro a seguir, publicada pelo e-jornal Hoje em dia de Minas Gerais. O Idelber Avelar do biscoito fino e a massa recomenda que se leia antes que o "Ecim" mande tirar do ar o que está ali.
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Dossiê contra Serra foi tramado no Estado de Minas
Pasta começou a ser montada depois que o deputado Marcelo Itagiba inicia suposta investigação sobre Aécio Neves
no site Hoje em Dia, de Minas
Origem do documento está na disputa entre Serra e Aécio no PSDB
Relatório da Polícia Federal (PF), divulgado na quarta-feira (20), sinaliza que a montagem do chamado “dossiê tucano” foi acertada em 2009, em Brasília, quando o jornalista Amaury Ribeiro Júnior descobriu que o deputado Marcelo Itagiba (RJ) reuniu um grupo de espionagem, a serviço de José Serra, para devassar a vida do ex-governador de Minas Aécio Neves. Mas a documentação começou a ser reunida bem antes, no início de 2008, em Belo Horizonte.
No primeiro trimestre de 2008, muito antes de se decidir sobre os possíveis candidatos à Presidência, o dossiê já era montado na capital mineira. A investigação do jornalista mirava as movimentações financeiras das empresas ‘Decidir.com’, com sede nas Ilhas Virgens, e Patagon, na Argentina.
Repórter especial do jornal “Estado de Minas”, Amaury Ribeiro Júnior foi o responsável pelo levantamento, com base nos dados produzidos durante as investigações da CPI do Banestado, iniciada em 2003, sobre a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais entre 1996 e 2002 – cerca de US$ 84 bilhões.
Ainda no início de 2008, durante a produção do dossiê, Amaury Ribeiro Júnior manteve contato com José Serra, em São Paulo, depois de fazer todas as apurações das movimentações das duas empresas suspeitas de lavagem de dinheiro, e que pertenciam a Verônica Serra, filha de Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Com o conhecimento do dossiê, Serra viajou para Belo Horizonte, onde participou das comemorações dos 80 anos do jornal “Estado de Minas”, em festa no Palácio das Artes para 2 mil convidados.
Além dele, outro governador presente foi José Roberto Arruda, do Distrito Federal, cotado para ser o vice de Serra, indicado pelo DEM, numa chapa com o PSDB. Arruda acabou perdendo o seu mandato no ano passado, após série de denúncias contra seu Governo. Estava presente ainda seu vice, Paulo Octávio, que também caiu.
O assunto dominante na noite foi o recado a José Serra dado, indiretamente, em discurso pelo diretor do jornal, Álvaro Teixeira da Costa: “Não mexa com Minas, que Minas reage” – referência à possível espionagem de Itagiba contra Aécio Neves.
No final do ano passado, quando os nomes da corrida presidencial estavam praticamente definidos, o jornalista deixou o jornal. A notícia do dossiê chegou à cúpula tucana. O caso foi abafado.
Com a documentação em mãos, Amaury Ribeiro Júnior se encontrou com Luiz Lanzetta, responsável, até então, pela coordenação de comunicação da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O encontro aconteceu em abril, em Brasília. Amaury confirmou que, durante o período em que ficou em Brasília, negociou com a equipe da pré-campanha de Dilma Rousseff. O jornalista ficou hospedado num flat e as despesas teriam sido pagas por “uma pessoa do PT” ligada à candidatura governista.
A notícia de que Lanzetta participava da montagem do dossiê fez com que a direção do PT o afastasse. Ele deixou a campanha em junho, após a revelação do caso, negando participação na reunião dos documentos, que havia começado em 2008. Até o final de 2009, o levantamento em torno da movimentação de recursos feita pelas empresas da filha de Serra e da irmã de Dantas já estava concluído. Em nota, a PF afirma que ficou constatado que os dados do dossiê foram utilizados para elaboração de relatórios, “mas não foi comprovada sua utilização na campanha política”.
Por meio de sua assessoria, o senador eleito Aécio Neves rechaçou, ontem, qualquer ligação com o episódio, e disse que a prática de quebra de sigilo nunca fez parte de sua trajetória política, “em mais de 20 anos de vida pública”. Itagiba também negou ter participado de um grupo de espionagem a serviço de Serra. O jornal “Estado de Minas” “entende que isso (denúncias) é normal e recorrente às vésperas da eleição”.
Conforme a PF, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante paulista Dirceu Garcia para obter as informações sobre os tucanos entre setembro e outubro de 2009. O jornalista não revelou de onde teria saído o dinheiro. A PF ouviu 37 pessoas. Amaury Júnior pode ser indiciado por violação de sigilo funcional e corrupção.
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