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sábado, 19 de março de 2011

Guerra na Libia - significado


Kadafi se encontra há exatos 42 anos no poder (1) e agora que caiu a ficha do Conselho de Segurança (2) da ONU, pois rebeldes armados (3) decidiram (4) derrubar o ditador de 1969 aproveitando do dominó que se instalou no Oriente Médio... mas e depois da intervenção (5), quem governará a Líbia?

Os intervencionistas?

Justamente em nome de quem Kadafi explorava o seu país?

NOTAS

(1) desde 1969 quando eu ainda era escoteiro

(2) Que segurança representa isso?

(3) Armados por quem?

(4) Será que foram eles mesmo que decidiram?

(5) Por falar em intervenções do Conselho de "Segurança" : Rhuanda, Guiné Bissau, Costa do Marfim, Angola e tantos outros países africanos que padecem de guerras civis há décadas, quando foi que se reuniram para intervir?


5 comentários:

  1. Isso tem diversos lados. Um deles é sem dúvida o interesse petrolífero, até a formiga que vive dentro do estabilizador aqui sabe disso.

    Esse argumento de que "há 50 ditaduras e os EUA só são contra 30 delas por interesse egoísta!!!!!!!!!!#@()%(#" tenta vender o seguinte argumento, do ponto de vista do Kadaffi e do Fidel: "Eles toleram ditadura no Cudistão e no Fuckistão, então têm de me engolir também.". Como se fosse direito adquirido. (**)

    Ditadura nunca é bom, a queda de um ditador nunca deve ser lamentada, e infelizmente é impossível mesmo aos EUA mandar tropa pra 50 lugares diferentes. Se eles extiguirem 30 das 50, só sobram 20, isto deveria ser motivo de comemoração e não de lamentação. Se extinguirem uma a uma, tudo bem também.

    Claro que faz falta a URSS pra fazer o serviço nas 20 restantes, mas... o que acontecia é que a URSS protegia as 30 de esquerda, os EUA as 20 de ditaduras de direita, e a situação era ainda pior. Vide a ploriferação das ditaduras na América Latina.

    E não vamos esquecer que os EUA não são os únicos a fazer esse tipo de seleção por motivos políticos. O Brasil tolera Venezuela (uma ditadura de fato), Bolívia (onde a segurança jurídica foi jogada no lixo), Cuba, a própria Líbia. Não foi o Lula que disse que o Kadaffi era um "grande amigo"? Com certeza foi por interesse, nem eu com minha impressão "morna" em relação ao Lula seria capaz de acusá-lo de ter amizade genuína com aquele palhaço.

    Um outro fator que possivelmente influencia na maior "sensibilidade" a umas ditaduras e não a outras, é a "distância hamiltoniana". Eu tive por colega de trabalho um professor iraniano, que saiu de lá porque a coisa estava de rosca etc. Então, naturalmente vou me importar mais com o que acontece no Irã do que no Fuckistão, de onde eu não conheço ninguém. Bem ou mal o Oriente Médio está geograficamente próximo da Europa, existe essa interação (*).

    Aliás, pelo número de iranianos e cubanos que andam por aí, é mesmo um sinal que são países não tão fechados quanto a gente pensa. É realmente uma questão de contraste.

    (*) Para mim existe uma "falha de San Andreas cultural", em cima da qual estão Israel, Sérvia, Turquia etc. É por isso, acima de tudo, que o bicho pega por lá.

    (**) Esta falácia é parente de uma outra, também muito empregada pelos ufanistas brasileiros. Quando se aponta um problema no Brasil, rapidamente o ufanista aponta "Ah, mas no Fuckistão é assim também.". Você aponta outro problema "ah mas no Cudistão também tem disso". Curiosamente, o Brasil é o conjunto-potência dos problemas de todos os países do mundo, mas infelizmente os aspectos positivos de cada recanto do planeta não são igualmente replicados por aqui :)

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  2. Desculpe pelo post longo (às vezes os dedos vão sozinhos e quando vejo já tem um texto longo no quadradinho...).

    Peço desculpas também aos Fuckistaneses e Cudistaneses por citar tanto seus países. Os problemas que atribuí a seus países são fictícios; qualquer semelhança é mera coincidência.

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  3. Normalmente a lógica eurocentrica (mormente representado pelo pensamento ortodoxo de direita (???)) prevê (e se conforma com) uma “ordem mundial”, que já foi o Imperio Romano, ou o Imperador Carlos V, o Papado, o Congresso de Viena de 1815, ou ainda o Imperio Britânico – onde o sol nunca se põe, e que agora seria representada pelo Conselho de Segurança da ONU.

    Sustentam que sem esse sistema de ordem global o mundo seria uma colcha de retalhos e de conflitos entre tiranetes, déspotas, tribos, seitas, seria um caos infinitamente maior do que hoje é o mundo globalizado.

    Também defendem que essa ordem global mais recente, que vem de 1815 (derrocada de Napoleão) e permanece até hoje atravessando duas guerras mundiais foi o que garantiu o imenso progresso material que o mundo desfrutou desde o fim das guerras napoleonicas. Invenções sem fim, investimentos intercontinentais, transportes cada vez melhores, progresso material, de produtividade, na industria, na agricultura,na ciência, na energia, tudo possivel pelo guarda chuva da ordem global, que auma potencia hegemonica tem que reger.

    Mas na verdade esse discurso ordenatório global é uma definição empolada para definir “Imperialismo”, substituindo a hegemonia de uma nação ou região pelo consenso de um punhado, que na prática só segue o que corrente mais influente e coersiva impõe.

    Ñ pssa de uma enorme bobagem para esconder o conceito de Império, tentando dar um ar mais democrático a imposições despóticas. Na Idade Média quem travou o progresso não foi a falta de um comando central, mas a cultura ocidental nascente sob as asas da Igreja e sua visão fundamentalista do universo freando tudo. Aliás, era a Igreja a personificação da Ordem Global daquela época.

    Outra coisa Elvis:

    1) Qto aos Fuckistaneses e Cudistaneses, fique tranqüilo, ñ se importam com nada. Ainda estão organizados na ordem tribal, como na Líbia. :)

    2) A Venezuela é uma ditadura onde há eleições de tempos em tempos. ;)

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  4. Ah!... ñ estou a defender Kadafi nenhum hein?...

    ...acho que já está pra lá de maduro (pra plagiar o Nonedactilo Mephysto de Garanhuns), mas tenho curiosidade em saber quem vai governar a Líbia depois que for defenestrado...

    Certamente outro tiranete refem dos irmãos do norte.

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