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Sabine Righetti, seção Ambiente - Folha.com
O duelo entre cientistas e ruralistas na discussão sobre o novo Código Florestal tem mais um participante: o setor produtivo do papel.
Acompanhada de ONGs ambientalistas, a indústria papeleira apresentou na quinta-feira uma contraproposta ao projeto do novo código, cujo relator foi o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O documento, assinado por 30 empresas --incluindo as gigantes Suzano, Klabin e outras--, segue a linha do que estão propondo os cientistas para o novo código.
A ideia central é manter as chamadas APPs (áreas de preservação permanente), como no código que está em vigor, que é de 1965.
Isso significa não desmatar as margens de rios e córregos (até cinco metros de largura) e nem os topos de montanhas.
As APPs seriam reduzidas se a proposta de Rebelo for aprovada na Câmara.
De acordo com José Luciano Penido, da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel), as definições sobre APPs não afetam o setor de papel, que, hoje, trabalha exclusivamente com áreas de reflorestamento.
"O novo código não impactaria nosso setor. Mas, se for aprovado, haverá um impacto ambiental", diz.
"Essa discussão é puramente ambiental. De onde vem os polinizadores?", completa Beto Mesquita, diretor do IBio (Instituto BioAtlântica), signatário do documento apresentado.
Mas, além da preocupação ambiental, o setor produtivo trouxe algo que poderia adoçar um pouco a discussão: a indústria quer incentivos econômicos aos imóveis rurais que não desmatarem.
Essa é a principal mudança em relação à proposta apresentada pelos cientistas.
O documento será agora encaminhado a parlamentares e integrantes da discussão do novo código na Câmara dos Deputados.
A ideia é que mais empresas, também de outros setores, assinem a proposta.
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