Ontem a coisa ferveu no blog do Luis Nassif, por conta do conflito dele com a Folha (falha?) de São Paulo, o que rendeu mais de 1.000 comentários no post Escandalização da Folha. Nessas ocasiões, nos comentários e nas pautas livres do Nassif, surgem jóias como o que reproduzo a seguir. Uma análise digna de reflexão:
A mudança dos grandes paradigmas
Por Gerson Marques – Ilhéus
Do flerte ao namoro com o golpismo
Existe um cenário que beira ao desespero para a os neocons encastelados na mídia nacional e nos partidos atucandos em geral, o recente seminário do Instituto Milenium, marcado por lamurias e bravatas, expôs de forma avassaladora o sentimento de derrota e de perda sistemática de poder que afeta esta turma, seja o poder real a frente de governos seja o poder subjetivo de influenciar e formar opiniões via mídia.
Os impactos sócio-culturais reflexo das fortes mudanças nos padrões de desenvolvimento econômico do país ao longo desta ultima década ainda está por se consolidar, mas já vem causado um estrago enorme nos antigos paradigmas vigentes da velha mídia e nos partidos políticos brasileiros em geral.
A estratégia de escandalizar os fatos e gerar crises insuportáveis levando o governo a beira do abismo existencial, foi sendo desmontada e desnudada pela guerrilha blogueira da internet ao ponto de empurrar a velha mídia e seus capitães para o campo da delinqüência jornalística ou para o flerte com o golpismo puro e simples (PIG), como ver-se claramente nas entrelinhas dos debates do seminário, mais evidenciado com as muitas meias palavras no discurso desesperado de Arnaldo Jabor.
Chegamos a um ponto de intercessão no meio do caminho, a direita perdeu o rumo e a esquerda ainda não encontrou o sendero, os acertos e até mesmo os desacertos do governo Lula criou fatores tão inusitados e imponderados no padrão vigente de nossa política que virou o mundo de cabeça para baixo, acredito que não tem mais volta, ou se reinterpreta os fatos sobre novas luzes ou não se conseguirá entender a plenitude do momento.
Pior para os que estão de fora ou a margem do processo, neste caso os neo-conservadores já órfãos apesar de neo-s, a velha mídia perdida na própria empáfia e a direita política, que afundou-se no senado no governo de Brasília e no Rio Grande do Sul por exemplo.
Neste “novo mundo” da política brasileira, do tipo estado indutor, responsável pela torrente de políticas publicas que estão funcionando e, portanto dando certo, não existem mais margens de manobras para a política tradicional baseada em uso eleitoreiro da maquina publica, em conchavos de alcovas, ou em acordos e negócios feitos nos velhos balcões onde se vendia de currais eleitorais a editoriais e pautas fantasmagóricas, usando sempre a velha formula de pregar o medo para vender a salvação. Isso já era.
O eleitor simplesmente mudou de paradigma, criou outra forma de interpretar o mundo, o próprio mundo já não é o global, na cabeça do eleitor muitas vezes é somente o de seu quintal, quando muito de sua aldeia, é ali que as coisas estão mudando ou não, é no supermercado, no posto medico, no trabalho, no transporte publico, nas enchentes de calendário, no lazer, em fim, na vida real. Cada vez mais brasileiros se dizem mais felizes, é provável que outros que não se sintam tão felizes comecem a perguntar e a querer entender como também se sentir felizes, isso muda tudo. Para os velhos padrões: “isso não é normal”.
Que ver uma forma pratica disso: Tente explicar por que os nordestinos estão voltando para o Nordeste, em uma clara reversão do padrão migratório até outro dia vigente?
A margem política da direita estreita-se a um ponto nervoso, se for confirmada uma vitoria eleitoral do atual projeto de governo, mesmo meramente de um frente de centro-esquerda, consolidando as “invenções” de Lula como uma nova forma de exercício de poder, verá você nossa direita passar do flerte para o namoro com o golpismo, prepare-se para assistir à nova “Marcha da Família com Deus” assim que for escrito o PNDH de 2011.
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