Fernanda Dalla Costa, da Rebia
A sustentabilidade está para o século 21 assim como a tecnologia esteve para o século 20
A segunda década do século 21 começa com uma profunda mudança nos hábitos de consumo, onde o ciclo de vida dos produtos e seus impactos socioambientais terão mais peso do que apenas o preço e a marca na hora da compra, indicando que os tempos de consumismo desenfreado será deixado para trás, é o que indicam pesquisas recentes de opinão no Brasil e no exterior.
Com a popularização de questões ambientais, como as mudanças climáticas e seus efeitos, cada vez mais as pessoas estão se preocupando com o meio ambiente, mudando alguns comportamentos em prol do coletivo e se predispondo a pagar mais por bens ou serviços menos impactantes.
O reflexo disto, capturado pelas pesquisas, é que as pessoas já estão dispostas a pagar até 10% a mais por produtos que causam menos impactos socioambientais.
De acordo com a pesquisa ‘Consumo em tempos de crise’ feita pela ODES - Observatório de Sinais, uma empresa de pesquisa e tendências, 89% dos entrevistados acreditam em uma forte relação entre o excesso de consumismo e o aquecimento global, enquanto 84% afirmam priorizar produtos nacionais no momento da compra, indicando que querem produtos feitos localmente.
A pesquisa ‘Our Green World’, realizada pela TNS Research International, feita em 2008 com mais de 13 mil pessoas em 17 países, constatou que 40% dos entrevistados mudaram algum detalhe do seu comportamento para beneficiar o meio ambiente, entre os brasileiros que participaram da pesquisa, a taxa foi de 65%.
Já a pesquisa do ODES mostrou que o número de pessoas que mudaram hábitos de alguma forma é de 92%, sendo que a racionalização no uso da água foi a resposta para 71% das pessoas, a diminuição na geração de lixo esteve em pauta nas respostas de 66% e a economia de energia em 42%. Além disso, a TNS concluiu que 83% dos brasileiros consideram-se dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente amigáveis, ficando em segundo lugar na pesquisa, seguindo a Tailândia, onde 94% aceitam o aumento no custo.
Os ‘produtos verdes’ agora deverão ter um design que incorpore tecnologias que causem menos impactos ao meio ambiente, promovam a inclusão social de vários grupos e faixas etárias e levem conta a convergências de mídias para produtos tecnológicos. “Além disso, eles deverão ter a cara da simplificação e do ‘feito à mão por exemplo’”.
Para a ODES, 93% dos brasileiros entrevistados declararam que vão comprar cada vez mais produtos sustentáveis e 33% afirmam que saber a origem do produto é decisivo para a escolha. De acordo com os dados da TNS, 37% dos brasileiros aceitariam pagar até 5% a mais e 36% pagariam 10% a mais por produtos com estas características. A pesquisa também identificou que 95% dos brasileiros apoiam que o varejo elimine marcas não sustentáveis; nos outros 16 países, esse número foi de 71%.
Apesar de tudo isso, a pesquisa ‘Estilos Sustentáveis de Vida’ do Instituto Akatu, realizada em dezembro de 2009 com jovens de idade entre 19 e 35 anos mostrou que 86% dos entrevistados apresentam consciência ambiental, estando mais preocupados com moradia, segurança e trabalho do que com o meio ambiente.
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