A musica do vídeo acima é bem do inicio da década de 1970, do tempo da minha juventude, da fase bem adolescente mesmo. A gente tinha um conjuntinho de rock bem fuleiro, que acabou descambando só em cantar baladas do estilo dessa ai, da qual eu havia esquecido totalmente.
Eu era o guitarrista dessa banda e não tínhamos teclados, um equipamento fora do alcance do nosso bolso. Nessa balada de Hurricane Smith, bem simplinha e fácil de cantar, pois nenhum de nós havia aprendido inglês nessa época, o solo de piano elétrico que tinha no finalzinho (a partir do minuto 1:45) eu solava na guitarra. Ficava bom. Essa musica também era uma das poucas que eu fazia o vocal, forçando a rouquidão na voz... Ai, ai, ai... isso devia ser uma coisa louca. Pena que não se conservou algum vídeo dessa nossa odisséia no mundo da musica. Claro, na época não havia as facilidades tecnológicas que dispomos hoje.
Como é que fazíamos esse malabarismo de arranjos para essa musica, mesmo sem dispor de teclados? Fizemos uma espécie de karaokê: Havia um disco, (long-play de vinil) com essa musica gravada em 4 canais, o chamado “som quadrifonico”, um sistema que seria a evolução do “stéreo” (2 canais), mas que não se firmou. Um amigo nosso, cujo apelido era "Xampoo", tinha um super equipamento de áudio, entre os quais um inacreditável gravador de fitas de rolo, marca AKAI, que podia gravar em 4 canais também, onde podíamos separar esse canais deixando só os arranjos instrumentais e tirar a voz o cantor para depois juntar tudo numa fita cassete (coisa que já sumiu da nossa vida - os mais jovens nem sabem do que se trata).
Foi o que fizemos, gravamos só a parte instrumental do disco e colocamos arranjos com os nossos instrumentos em cima, nas apresentações. Eramos 2 guitarras (ou violão acústico), baixo, bateria e percussão. Fizemos uma espécie de play-back primitivo mesmo sem ter conhecimento dessa técnica dos estúdios e da televisão. Como achei fácil fazer o solo (originalmente do piano) na guitarra, tiramos isso da parte instrumentada e assim ficou.
Pena que não se conservaram nem imagens (nem foto eu tenho disso) nem áudios desse nosso conjunto.
Oh tempo bom!
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