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terça-feira, 31 de agosto de 2010

O PIG, vendo a vaca praticamente no brejo, agora vai tumultuar (2) - A reportagem bugiganga da Folha


Mais uma pancada do Brizola Neto na moleira do PIG

Meus amigos jornalistas me contam que os jornais perderam muito de sua capacidade de fazer boas reportagens pelos custos que envolvem o deslocamento de um repórter da cidade sede da publicação para outros estados do país.Sempre se queixam de que a falta de visão de certas publicações sobre o país se deve em boa parte a isso, já que não conhecem o Brasil profundo e costumam examinar o que se passa a partir dos grandes centros.

Ainda segundo esses amigos, os jornais, revistas e agências de notícia só enviam um jornalista para outro estado quando a pauta é muito boa e promete render um bom material.

Pode ser que eu esteja errado por não ser jornalista, mas como leitor de jornais, afinal o público a ser atingido, tenho minhas percepções. Por isso pergunto: O que será que a Folha de S.Paulo esperava encontrar para enviar uma repórter a Porto Alegre para produzir matéria sobre uma loja de “bugigangas” da qual Dilma foi sócia durante pouco mais de um ano? Bugiganga, no dicionário, é artigo de pouca utilidade. Exatamente o significado da matéria da Folha.

A leitura da matéria não revela absolutamente nada que melhore ou comprometa a biografia de Dilma. Apenas conta que ela foi sócia de uma loja, de fevereiro de 1995 a 1996, em sociedade com o ex-marido, a ex-cunhada e um sobrinho. A ex-cunhada falou tranquilamente sobre o negócio e a matéria chega ao ponto final sem que se perceba qual o seu objetivo.Como alguns comerciantes vizinhos dizem que a loja era meio feinha e acham que ela não teve sucesso, imaginei que talvez fosse para questionar a capacidade gerencial de Dilma. Mesmo considerando o despropósito, foi a única coisa que me passou pela cabeça. Se de fato Dilma não foi bem sucedida como comerciante, melhor para o Brasil, que ganhou uma excelente ministra e provável futura presidente.

A ex-cunhada de Dilma afirma que o negócio deu certo, o que já relativiza a declaração dos outros comerciantes. A Folha não teve como chegar a conclusão alguma sobre isso.É bem verdade que o jornal se esforçou no texto para atingir Dilma de alguma forma, mas as tentativas beiraram o ridículo. Ao se referir ao nome de fantasia da loja de Pão & Circo, a matéria diz que foi “inspirado na estratégia romana para calar as vozes insatisfeitas”, certamente buscando algum traço autoritário na escolha de um simples nome de loja de produtos de bazar, como os brinquedos dos “Cavaleiros do Zodíaco”.

A Folha também não perde a oportunidade de ao se referir ao ex-marido de Dilma, apresentá-lo como ex-dirigente da VAR-Palmares, “uma das organizações de esquerda das quais Dilma participou durante a ditadura militar.” Até hoje não vi na Folha matéria sobre Serra que se refira a ele como ex-integrante da Ação Popular (AP), “uma das organizações de esquerda que combateu a ditadura militar.”

Por fim, a Folha afirmou que na biografia de Dilma não há referência ao período em que ela foi sócia da tal loja. O fato não tem a menor relevância para constar da biografia de uma candidata a presidente. Mas já que a Folha se preocupa tanto com a precisão biográfica dos candidatos, sugiro que faça uma matéria sobre a participação de Serra na empresa Análise de Conjuntura Econômica Perspectivas Ltda, de 1993 a 2000, que omitiu não só em sua biografia, como na declaração de bens quando foi candidato a presidente em 2002. Possivelmente, não vai encontrar nada de mais, mas nesse caso não precisaria nem de um enviado especial. A empresa ficava em São Paulo mesmo.



Atualização botocuda:

Hoje a tarde (terça feira) Dilma deu sua versão sobre aquela experiência como sócia gerente da Pão & Circo, empresa que importava bugigangas do Panamá para revender a lojistas de Porto Alegre (RS). Artigos de bazar e brinquedos, em especial os dos Cavaleiros do Zodíaco --animação japonesa sobre jovens guerreiros-- eram o forte do negócio.

Aproveitando a estabilidade do real em relação ao dólar e um período em que artigos importados ainda eram novidade no mercado brasileiro, Dilma apostou em artigos populares comprados na Zona Franca de Colón, no Panamá, para revendê-los no atacado e também no varejo.

Em parceria com a cunhada Sirlei Araújo, o ex-marido Carlos Araújo e o sobrinho João Vicente, a candidata abriu sede e filial em Porto Alegre. O negócio foi extinto oficialmente em 1998, mas dois anos antes Dilma e os sócios já haviam fechado a empresa e encerrado as atividades.

"Naquela época, a variação cambial teve muito efeito e também da própria dificuldade que você faz tudo com capital próprio. Na prática, dei uma força para minha cunhada que, por vários motivos, estava sem emprego e tinha que sustentar quatro filhos. Mas tenho muito orgulho daquilo", afirmou Dilma.

Graças à bugiganga da Folha, descobrimos quem acabou com os Cavaleiros do Zodíaco, e com os pequenos empresários que abriram suas lojinhas de bugigangas acreditando que o real era mais forte que o dólar. Ficou aquela fantasia cambial até depois de se garantir a reeleição... de quem?... de quem?...

Para concretizar um projeto político de certo Principe, quebraram milhares de lojinhas de R$ 1,99, a Rede de TV Manchete, que exibia a série, faliu e os Cavaleiros do Zodíaco, que faziam parte da geração que foi adolescente nos anos 90 ficaram só na memória.

Tudo graças ao Mestre Saga, Fernando Henrique Cardoso.

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