Por Idelber Avelar, no Biscoito fino e a massa
Na Argentina, o governo de Cristina Kirchner entrega à sociedade ampla pesquisa, de 400 páginas, que mostra a cumplicidade dos donos dos jornais Clarín, La Nación e La Razón com a ditadura militar instalada em 1976. É claro que eles chiaram. Em particular, o documento investiga como as ações da empresa Papel Prensa, da qual Clarín e La Nación hoje são acionistas, passaram das mãos da família Papaleo-Graiver aos donos dos três jornais citados(1). Quando aconteceu a transferência? Acertou, bidu, em 1976.
A companhia Papel Prensa (4) surgiu em 1972 das mãos do … Grupo Abril, sim, ele mesmo, o conglomerado máfio-midiático dos Civita. Como já é de tradição nas últimas décadas, a Argentina investiga seu passado em níveis impensáveis no Brasil.
Mas para os porcalistas da Família Marinho, trata-se de “investida contra a imprensa”. Um dos maiores mistérios da última ditadura militar brasileira é o montante exato de dinheiro público apropriado pelas Organizações Globo. Quantos milhões de dólares passaram dos cofres públicos para a Globo sob a forma de subsídios, subvenções, isenções fiscais, propagandas do Exército ou métodos menos ortodoxos? Ninguém sabe.
Precisamos urgente de uma campanha: ajude um porcalista da Globo a descobrir qual porcentagem do seu salário é paga com dinheiro público roubado pela ditadura.
Notas (e contranotas) botocudas:
(1) Este caso é um thriller da vida real dos mais interessantes, cuja estrutura é bem explicada, mesmo que em rápidas pinceladas, aqui. A história tem de tudo: Interesses internacionais, banqueiros oportunistas (2), atentados, desastres aéreos mal explicados, guerrilheiros urbanos, empresários ganaciosos, governantes medíocres, militares golpistas, porões da ditadura com seu aparato de tortura e por ai vai... Aparece a fina flor do submundo judeu de interesses difusos: o Mossad (serviço secreto de Israel), família Civita e Safra do Brasil, o grupo Bunge y Born (antigo grupo Moinho Santista e SAMRIG aqui na Botocundia, hoje Grupo Bunge) e muitos mais.
(2) A saga do banqueiro judeu-argentino David Graiver (em castelhano) está aqui, também didaticamente relatada. Foi o personagem central inicial de toda a trama.
(3) Os dois links acima, são complementares um ao outro, dão uma visão clara de como funcionam as coisas aqui na nossa Latinoamerica, dos interesses de sempre dos yankees e das máfias finaceiras internacionais em nos manter sempre como seu curral.
(4) A companhia papeleira chamada Papel Prensa (uma especie de Aracruz Celulose ou Klabin daqui), cujo principal controlador era o banqueiro David Graiver, depois encampada por ouros interesses, passou a dominar o PIG argentino da época (e até hoje), controlando os jornais Clarin, La Nacion e La Razón, este ultimo extinto já.
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