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domingo, 8 de agosto de 2010

Debate na televisão, vamos convir, é um porre

NOTEM OS COPOS DE COCA-COLA NA BANDEJA DA RAINHA DO LAR

Televisão, o novo (e último) fetiche golpista da direita brasuca

Eu gostaria de conhecer o perfil do sujeito que fica sentado, candidamente, altas horas, esperando que candidatos empoados exibam tudo o que sabem (ou que chutam) em dois minutos, considerando, saúde, educação e segurança pública.

Quero saber que tipo de pessoa espera e acredita que isso seja o melhor método para conhecer as ideias dos que pretendem governar o País.

Debate é um formato inventado pela televisão dos Estados Unidos. Trata-se de algo que simula o diálogo e o esclarecimento do potencial eleitor. A sessão menor do grande espetáculo da alienação de direitos. É um simulacro furreca da velha ágora, a praça grega onde se realizavam as assembleias do povo, hoje, fatiada por comerciais estúpidos. Uma representação teatralizada (ontem, tinha até uma orquestra sub e cafona), na linha do taylorismo-fordismo das ideias, dos conceitos e das política públicas. Falar dois minutos sobre três mega assuntos e ainda convencer pessoas cansadas e escarrapachadas no recesso dos seus lares, no olho da noite escura.... é coisa pra doido. A democracia servida no balcão de fórmica, como sanduíche fast food.

Quem acredita que isso é um exercício - sério, autêntico - de cidadania? Quem aposta que a democracia é mais democracia se passar por esse corredor-polonês das ideias astuciosas e das retóricas de ocasião? [Plinião, ontem, estava ótimo no papel de clown e retórica de ocasião, tripulante de um partido que é o próprio microônibus do engano.]

E pensar que a estratégica política de campanha da direita serrista e marinista tem (ou tinha) como alvo uma performance espetacular na farsa dos debates.

Observem que é uma estratégia, primeiro, de jerico, segundo, o preâmbulo de um golpe aloprado. Eles acham mesmo que vão ganhar a parada com um estalar de dedos na televisão? Que vão desconstruir a mitologia lulista, montada tijolo a tijolo, durante sete longos anos e com benefícios efetivos para as grandes massas, em alguns minutos na televisão, sob a luz das estrelas que cintilam de incredulidade?

O povo é sábio, não vê debate. Prefere dormir.

Texto também sábio do Cristóvão Feil, no Diário Gauche

3 comentários:

  1. Análise correta, mas nada disso seria dito se a Dilma ganhasse o debate.

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  2. Cada um puxa a brasa para sua sardinha ou seria o contrário cada um puxa a sardinha para sua brasa; quanto a essa estória de benefícios efetivos, isso é muito discutível, é filosófico demais não cabe num pequeno artigo.

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  3. Agora debate é ruim simplesmente porque a Dilma quase teve um troço, de tão nervosa? Pena que o Fendrich se antecipou e roubou-me o gosto de cravar esta no meu e-amigo esquerdista Henry :)

    Aliás, o único cara normal daquele debate foi o Plínio, estava tão solto que ajudou tanto a Dilma quanto o Serra a se soltarem. Foi ele quem os fez sorrir pela primeira vez. Fora que era o único não-feio, apesar de octagenário.

    Provavelmente a Dilma vai faltar aos próximos debates, mas qualquer comparação com o Collor será golpismo!!#$(*#@%

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