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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Prêmios e mais Prêmios

nota do jornal A Gazeta de 08/07/2011, pg 5 - CLIQUE PARA AMPLIAR



Carlos Motta, nas Crônicas do Motta

Poucos homens têm coragem para recusar honrarias. A vaidade é uma praga que atinge a quase todos indistintamente. Até os melhores já se renderam a ela, e, ao cederem à tentação, se rebaixaram, justamente quando pensavam atingir degraus mais elevados em suas vidas.

Quanto aos medíocres, então, nem se fala. Alguns são tão ingênuos que acreditam mesmo ser merecedores da homenagem, da indicação, do prêmio, da comenda, dos salamaleques. Não sei se hoje o comércio desse tipo de medalhas ainda prospera, mas era bem ativo antigamente. Toda pequena comunidade tinha o seu "comendador", geralmente um bobo-alegre que pensava que aquela medalhinha no peito lhe dava o status de um bom sujeito, um tipo especial perante seus pares.

Há alguns casos de personalidades que recusaram honrarias e nem por isso ficaram com a fama de temperamentais, geniosas ou coisas do gênero. Continuaram a brilhar em suas atividades. Passaram à posteridade como expoentes nas suas áreas.

Para elas, porém, fazer isso não deve ter sido tão difícil, pois já eram pessoas famosas: em alguns casos, mais célebres até que as entidades que pretendiam homenageá-las.

Diante de tudo isso, causa até um choque saber que a professora potiguar Amanda Gurgel, que se tornou figura pública depois de denunciar as condições em que trabalham os professores do Rio Grande do Norte numa audiência da Assembleia Legislativa - o seu vídeo virou hit na internet - recusou um prêmio de uma entidade empresarial.

No seu blog, ela explica os motivos de uma forma tão lúcida quanto o depoimento disseminado na rede.

NOTA BOTOCUDA

Aqui nas nossas terras sãobentoanas estamos muito carecidos de algo como um simancol para certos administradores públicos hipnotizados com esse canto da sereia de “prêmios” por desempenhos marcantes. Daqui a pouco o atrio do Paço Municipal vai ficar pequeno para abrigar tantos troféus. Deveriam se preocupar mais com o que entregam efetivamente para a cidade em forma de serviços e deixar essa pavonice idiota de lado.


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