* Este blog luta por uma sociedade mais igualitária e justa, pela democratização da informação, pela transparência no exercício do poder público e na defesa de questões sociais e ambientais.
* Aqui temos tolerância com a crítica, mas com o que não temos tolerância é com a mentira.
O WikiLeaks, acontecimento recente e grande pandemônio causado no grande império do norte, para nós tupiniquins não trouxe muita novidade. Dos casos da terra abordados, quase que só veio a confirmar o que já conhecíamos, ou que tínhamos serias desconfianças de.
Vejamos uma caso pra lá deilustrativo:
Em um vazamento recente do WikiLeaks vamos encontrar o casto e puro ex-senador Tasso “eu tenho jatinho” Jereissati, conhecido também pelo carinhoso apelido de “corrupTasso”, num tête-à-tête com um“PolCouns” (Co(u)nsultor para assuntos Políticos) na Embaixada dos EUA em Brasília. Esta reunião ocorreu em 30 de agosto de 2006.
Naquela conversa amistosa, em que depois o PolCouns descreveria seu interlocutor como "Rico, polido, autocrático no seu estilo de gestão, mas centrista em sua política e pró-americano, Jereissati é sempre sincero em suas conversas...” o à época senador, guardião da nossa pátria, revela que ante o quadro que se desenha para as eleições que se aproximam (a de 2006) que ” ... tem uma janela de uns 10 a 15 dias para diminuir a confortável liderança do presidente Lula da Silva sobre o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, e levar a sua candidatura para um segundo turno no final de outubro. O PSDB continua firme, mas Alckmin que no momento tem 27% das intenções de voto contra estáveis 50% de Lula, deve crescer drasticamente."
O que seria que o lacaio senador queria dizer com aquilo?... Não se sabe. Mas o fato é que em 15 de setembro de 2006, dezesseis dias depois da reunião do Jereissati com o Conselheiro para Assuntos Políticos dos EUA na embaixada no Brasil, a Polícia Federal prendeu em flagrante integrantes do PT, acusados de comprar um falso dossiê, de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, com fundos de origem desconhecida. O dossiê acusaria o candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PSDB, José Serra, que disputava na eleição daquele ano o governo de São Paulo, de ter relação com o escândalo das sanguessugas e também contra Alckmin que disputava com Lula na eleição daquele ano, a presidência da República.
Toda a mídia alinhada com o império do norte abriu suas baterias de canhões a fustigar o PT por esse escândalo vergonhoso. Nessa época eu, e muita gente, já desconfiava que isso só poderia ser coisa da oposição, uma armação do PSDB, o que agora, à luz do vazamento do WikiLeaks parece fazer o maior sentido. O blogueiro Antonio Mello também compartilhava essa desconfiança, tanto que em 23 de setembro de 2006 ainda, escreveu uma versão hipotética para desvendar o escândalo, que agora se mostra quase correta. Essa sacada especulativa do Mello pode ser vista aqui:
Mas o mundo continua a girar. Com os “aloprados” foi aprendida uma boa soma de dinheiro vivo, de que até hoje não se estabeleceu claramente a origem. “De onde vem o dinheiro?...” passou a ser o bordão do candidato Chuchu Alckmin e seus acólitos. Até meus amigos de Stammtisch, filhotes de tucano sãobentenses, me faziam essa pergunta naqueles dias fatídicos. Para criar um factóide de impacto eleitoral baseado nesse episódio seria interessante que essa dinheirama pudesse ser mostrada ao distinto publico eleitor. Foi o que se tratou de conseguir.
No dia 28 de setembro de 2006, o Delegado Edmilson Pereira Bruno, munido de uma máquina digital fotográfica, dirigiu-se a uma unidade do Banco Central (guardião dos dólares) em São Paulo e à empresa Protege S/A (guardião dos reais) para fazer as fotos das pilhas de dinheiro. O delegado bateu 23 fotos, em diferentes ângulos. Depois, gravou as imagens em um CD, que foi entregue a jornalistas (da rede Globo de TV) em caráter “sigiloso”. Ocorre assim o vazamento das fotos para a opinião pública, o PT se enfurece publicamente e dispara contra o PSDB e acusa-o de estar ligado ao Delegado Edmilson Bruno.
No mesmo dia 29 de setembro de 2006, quando as fotos do dinheiro foram vazadas para a imprensa pelo delegado Bruno aconteceu o acidente com o Voo Gol 1907:
"Um Boeing 737-800 da companhia brasileira Gol Transportes Aéreos, prefixo PR-GTD, com 154 pessoas a bordo, desapareceu dos radares aéreos às 16h48min (UTC-3) enquanto cumpria a etapa de Manaus (MAO) a Brasília (BSB) do voo 1907. Os destroços do avião foram encontrados no dia seguinte, 30 de setembro, em uma área densa de floresta amazônica na Serra do Cachimbo, a duzentos quilômetros de Peixoto de Azevedo, na região norte do estado de Mato Grosso. Não houve sobreviventes (...)" (descrição da Wikipédia)
No dia do fatídico acidente com o vôo 1907 da Gol, a TV Globo deixou de transmitir no seu jornal de maior audiência o fato mais importante do dia e deu maior importância a um esquema de compra de informações relativas à eleição presidencial que aconteceria dois dias depois.
O Jornal Nacional mostrou com exclusividade, naquela data, fotos do dinheiro que seria usado pelo PT para comprar um dossiê contra o PSDB, que fora apreendido pela Polícia Federal. Já o acidente, que havia acontecido cerca de três horas antes do início do telejornal, nem sequer foi mencionado.
A eleição foi para o segundo turno. Depois que as fotos vazadas pelo delegado Bruno foram mostradas no Jornal Nacional da TV Globo, em todos os debates que aconteceram entre o Lula e Alckmin, no intervalo entre o primeiro e segundo turnos, o Alckmin sempre perguntava ao Lula: " – De onde veio o dinheiro?" [o dinheiro para a compra do dossiê que foi apreendido pelo delegado Bruno que vazou as fotos para a imprensa]. Mas no último debate na TV Globo, quando perguntado o Lula respondeu bem próximo e olhando nos olhos do Alckmin. Veja no vídeo do VocêTuba abaixo:
Lula: "- Eu acho, Alckmin, que .... o dinheiro você sabe de onde veio. Aliás, hoje, como Deus escreve certo por linhas tortas, hoje quase que a gente descobre da onde vem a trama do dinheiro, por que a secretária-geral de uma cidade do PSDB de Minas Gerais, mandou um padeiro mentir dizendo que tinha dado o dinheiro, e a Polícia Federal desvendou que era mentira. Você sabe de que só você ganhou com esse negócio do dossiê, só você, por isso... [tempo esgotado, diz William Bonner]"
O original do cabograma enviado da Embaixada americana em Brasília descrito neste post está aqui
A tradução e um descritivo pormenorizado (num post longo) do pesquisador Stanley Burburinho, para os que não lembram exatamente do caso do “Aloprados” em setembro de 2006, pode ser visto aqui:
Esses últimos encontros da búlgara com a Madonna e o U2 só mostram que há muito tempo há um conluio entre os artistas comuno-pops, os rockeiros vermelhos e os bolcheviques de todo o mundo para a subversão da juventude. Isso assume uma gravidade muito maior aqui no Brasil.
Querem uma prova?
Aquela reunião estapafúrdia de cabeludos malcheirosos, denominada Rock in Rio I, aconteceu em janeiro de 1985. Em abril de 1985 destituiram do poder nossos valorosos Generais.
Mais uma?
Em janeiro de 1991, ocorreu o Rock in Rio II. Em fevereiro do mesmo ano surgem as denúncias contra a LBA, que culminaram com a renúncia da mulher boa Rosane Collor, e logo após isso, Pedro Collor denuncia o Príncipe das Alagoas, o incansável caçador de Marajás, que viria a renunciar pouco tempo depois.
E mais…
Em 2001, houve a terceira edição do festival orgíaco, que, através de seus alto-falantes ensurdecedores, espalhou os sinais da rede neural, que culminaram, em 2002, na usurpação da faixa auriverde pelo apedeuta-mor.
E onde entra o Guns n’Roses?
Em março de 2010, os cabeludos gritalhões fizeram uma apresentação no Brasil. Em junho daquele ano, oficializou-se a candidatura da búlgara dentuça e no fatídico outubro vermelho, a desgraça se abateu sobre esse país.
Esses homens de cabelos longos, com trejeitos pouco másculos, foram só uma forma da juventude aceitar como verdade o despautério do poder feminil.
Como podem ver, confrades, nada mais lógico do que esse encadeamento de eventos que vos expus.
São Serapião nos proteja dessas guitarras ensandecidas!...
narrativa de Arnold Pieper - piloto da Delta Airlines, pescado no blog Aviação de Ontem e Hoje
Nesse momento ainda estou inteiro, escrevendo do meu quarto no hotel da tripulação. São 08:00. Esta é minha viagem trans-pacífica inaugural como recém-checado comandante internacional de 767 e até o momento está sendo interessante, para dizer o minimo. Eu já cruzei o Atlântico três vezes até agora, de forma que os procedimentos oceânicos já me são familiares.
Diga-se de passagem, é deslumbrante voar sobre as Ilhas Aleutas.
Tudo estava indo bem, até 100 milhas fora de Tóquio, na descida para a chegada.
A primeira indicação de problema foi o controle Japones começar a colocar todos os vôos em órbitas de espera.
Inicialmente pensamos que era o habitual congestionamento da chegada. Então recebemos do despacho da empresa, via link de dados, uma mensagem avisando sobre o terremoto, seguida por outra avisando que o aeroporto de Narita estava fechado temporariamente para inspeção e deveria ser reaberto em breve (a empresa é sempre tão otimista).
Do nosso ponto de vista, as coisas estavam, obviamente, um tanto diferentes. O nível de ansiedade do controlador japonês parecia bastante elevado, quando nos comunicou que o tempo de espera era "indefinido". Como ninguém se comprometia com relação a um período de tempo mais preciso, pedi a meu co-piloto e relief-pilot que procurassem alternativas viáveis e analizassem nossa situação de combustível, que, após uma travessia oceânica é normalmente baixo.
Não demorou muito, talvez dez minutos e os primeiros pilotos começaram a alternar para outros aeroportos. Air Canada, American, United, etc todos reportando "combustível mínimo".
Eu ainda tinha combustível suficiente para 1,5 a 2,0 horas de espera. Desnecessário dizer que os vôos alternando logo complicaram a situação.
O controle de tráfego aéreo japonês, em seguida, anunciou Narita fechado por tempo indeterminado, devido à danos.
Os vôos começaram então a solicitar pouso em Haneda, perto de Tóquio. Meia dúzia de JALs e alguns voos ocidentais obtiveram autorização nesse sentido, mas em seguida o controle avisou que Haneda tinha acabado de fechar. Oh-oh!
Agora, em vez de apenas esperas, todos tivemos que começar a considerar alternativas mais distantes, como Osaka, ou Nagoya.
O que é ruim sobre um avião grande é que você não pode apenas decidir pousar em qualquer aeroporto pequeno.
Em geral, é necessária muita pista. Com mais e mais voos se empilhando tanto a leste como a oeste, todos precisando de um lugar para pousar e várias situações de combustível crítico, o controle de tráfego aéreo estava começando a se debater. Na luta, sem esperar meu combustível ficar crítico, obtive autorização para Nagoya, com a situação de combustível ainda boa. Até aí tudo bem. Após alguns minutos nessa direção, fomos "ordenados" pelo controle para inverter curso.
Nagoya estava saturada com tráfego e incapaz de lidar com mais aviões (leia-se aeroporto lotado). Idem para Osaka.
Com essa declaração, nosso combustível passou instantaneamente de bom para mínimo, considerando que poderíamos ter que fazer um desvio muito mais longo. Multiplique nossa situação por uma dúzia de aeronaves todas no mesmo barco, todas fazendo exigências e ameaças ao contrôle para alternar em algum lugar.
Um Air Canada e depois outro foram para "emergencia" de combustível. Aviões começaram a pousar em bases da força aérea.
A mais próxima a Tóquio era Yokoda AFB. Entrei nessa também, inicialmente. A resposta - Yokoda fechada! Não há mais espaço.
A essa altura o cockpit se transformou em um Circo de tres picadeiros: meu co-piloto nos rádios, eu voando e tomando decisões e o relief-pilot enterrado nas cartas aéreas tentando achar um lugar para onde ir, que estivesse dentro do alcance, enquanto mensagens voavam pelo link de dados entre nós e o despacho da empresa em Atlanta. Escolhemos Misawa AFB na extremidade norte da ilha de Honshu. Podíamos chegar lá com combustível mínimo ainda restante. O Controle, feliz por se livrar de mais um, nos autorizou a sair do turbilhão da região de Tóquio. Ouvimos o contrôle tentar enviar vôos para Sendai, um pequeno aeroporto regional no litoral que mais tarde me parece foi inundado por um tsunami.
O despacho em Atlanta, a seguir, nos enviou uma mensagem perguntando se poderíamos continuar até o aeroporto de Chitose, na ilha de Hokkaido, no norte de Honshu. Outros aviões da Delta estavam sendo mandados para lá. Mais correria no cockpit - Checar meteoro, checar as cartas, checar combustível, tudo bem. Poderiamos fazê-lo sem entrar em uma situação crítica de combustível... desde que não tivéssemos outro atraso. Quando nos aproximamos de Misawa obtivemos autorização para continuar a Chitose.
Processo de tomada de decisão crítica. Vamos ver - tentando ajudar a empresa - aeronave sobrevoa alternativa perfeitamente boa em favor de uma mais distante... queria saber como isso iria parecer no relatório de segurança, se algo desse errado.
De repente o controle nos dá um vetor para uma posição bem antes de Chitose e nos diz para aguardar instruções de espera. Pesadelo realizado. A situação deteriora-se rapidamente. Depois de uma espera inicial perto de Tóquio, iniciar um desvio para Nagoya e inverter o curso de volta a Tóquio, em seguida, voltar a desviar para o norte até Misawa, toda nossa feliz reserva de combustível agora se evaporava rápidamente. Minha transmissão seguinte, parafraseado claro, foi mais ou menos assim:
"Controle Sapparo - Delta XX solicita liberação imediata direto Chitose, combustível mínimo, impossibilitado de efetuar espera."
"Negativo-Ghost Rider, o tráfego está lotado" (citação do filme Top Gun)
"Controle, correção, Delta XX declarando emergência de combustível, prosseguirá direto Chitose."
"Roger Delta XX, entendido, você está liberado direto Chitose, contate agora o controle Chitose .... etc ..."
Decidi dar um basta e me antecipar, antes de ficar com o combustível criticamente baixo em outra órbita por tempo indeterminado, principalmente após haver ignorado Misawa, jogando assim minha última cartada ... declarando uma emergência. O inconveniente é que agora eu teria uma papelada da empresa para preencher, mas... e daí.
Dessa forma - desembarcamos em Chitose com segurança, com pelo menos 30 minutos de combustível restante antes de atingir uma "verdadeira" situação de emergência de combustível. É sempre um bom sentimento, estar seguro. Eles nos taxiaram para uma área remota do estacionamento, onde cortamos e assistimos uma meia dúzia ou mais de aeronaves chegando em fila. No final, da Delta haviam dois 747, nosso 767 mais um outro e um 777 todos no pátio em Chitose. Vimos também dois aviões da American Airlines, um United e dois Air Canada.
Para não falar dos muitos aviões da Al Nippon e Japan Air Lines.
PS - Nove horas depois, a JAL finalmente conseguiu trazer uma escada até nosso avião e fomos capazes de desembarcar e fazer alfândega. - Que no entanto, é outra história interessante.
Por falar nisso - enquanto escrevo esta - senti quatro tremores adicionais que abalaram o hotel um pouco - tudo em 45 minutos.
Jean-Luc Ponty - Violin, Organ Allan Zavod - Keyboards Jamie Glaser - Guitars Keith Jones - Bass Rayford Griffin – Drums
Essa é uma das melhores formações de músicos de turnê de Jean-Luc Ponty – foi a que o acompanhou ao Brasil em 1985, quando assisti ao seu show em Curitiba.
O vídeo traza melhor parte da peça Mystical Adventures, do album do mesmo nome, de 1981. Atentem para o line-bass que o baixista executa. Raramente se vê um baixo executar coisas tão elaboradas. O baterista Rayford Griffin é um acrobata performático no alto de uma montanha de instrumentos. Deu um show a parte em Curitiba em 1985.
Mais um texto intrigante de meu amigo Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
“No tengo plata para comprar a Brasil. Vuestros productos son solamente para los muy ricos”, disse-me, com ironia cortante, o cliente peruano, logo após examinar a lista de preços que lhe enviei na tentativa de retomar os negócios interrompidos desde o começo do ano passado, quando passou a importar de meu concorrente argentino.
Antes, com variações de estilo, ouvi a mesma piadinha comercial sem graça (para mim, pois quem conta parece estar se divertindo) de argentinos, bolivianos, chilenos, equatorianos, paraguaios, venezuelanos, angolanos, sul-africanos e até de um sírio.
Economicamente, o Brasil vai muito bem, obrigado. Pelo menos é o que pensa a maioria. Parece que todos estão ganhando dinheiro. Os salários não param de se valorizar. Valorizam-se tanto que as pessoas não dão muita bola para a alta de preços. Mas nem todos vão tão bem assim. Eu, por exemplo, que vivo de exportação (2), estou tendo cada vez mais dificuldades.
Mas o Brasil segue tendo superávit comercial, não é? Sim, é, mas ainda conseguimos exportar mais do que importar porque há uma grande demanda internacional – e, sobretudo, chinesa – por produtos básicos que o Brasil tem em abundância, as tais commodities.
No meu segmento de atividade, a indústria de autopeças, fica clara a situação brasileira. Venho recomendando às empresas que represento que importem aço da China para baratearem seus custos de produção de forma a terem como competir com os importados não só na exportação, mas internamente.
Minhas representadas recebem chapas e barras de aço feitas com o minério de ferro que este país exporta para a China e que depois recompra com valor que as usinas chinesas lhe agregaram ao transformá-lo em aço. Mesmo com a matéria-prima mais barata que a produzida no Brasil, nossos produtos metalúrgicos ainda não têm preço para competir lá fora.
Exportar minério de ferro em vez de aço se deve a um sujeito chamado Roger Agnelli, que, apesar da falta de empreendedorismo e da ganância ao fazer a maior mineradora do mundo, a Vale, ganhar menos dinheiro – ainda que mais rápido – vendendo o minério bruto, foi defendido com unhas e dentes pelo PIG. Mas ele não é o único culpado.
O custo de transformar minério de ferro em aço, com frete e demais custos, é muito menor na China. E não se trata daquela conversa fiada sobre os salários serem muito mais baixos por lá. O segredo chinês é o Yuan (moeda chinesa), congelado há pelo menos uma década. Nem se o brasileiro trabalhasse de graça a nossa indústria conseguiria competir.
Outro fenômeno do comércio internacional (que é do que sobrevive este blogueiro, hoje no prejuízo) nos põe outra bomba de efeito retardado no colo: tal qual minério de ferro, arroz, feijão, carne, entre outros gêneros alimentícios, também são commodities e, como o ferro, não param de subir de preço no mercado internacional.
Agora o mais interessante: a mão que bate é também a que afaga, pois a China, além de nos matar no comércio internacional de produtos industrializados, enche-nos os bolsos de dólares ao nos comprar tudo o que produzimos das tais commodities. E, ao nos encher os bolsos de dólares, torna o Brasil menos competitivo no comércio internacional.
A entrada crescente de dólares aumenta a oferta de moeda americana. Esses dólares são despejados aqui dentro tanto por investimentos benéficos – porque de médio e longo prazo, em projetos – como para nos gerar efeitos maléficos como a valorização crescente do real – porque vêm explorar juros que têm que subir para conter a inflação e, assim, atraem mais dólares.
É uma situação curiosa. Apesar de termos tudo para mergulhar em crise econômica – dificuldade para exportar e inflação ascendente –, exportamos muito e a inflação não é tão percebida, apesar de que vai se estabelecendo em nosso cotidiano. Exportamos muito por que temos muita commoditie e os salários sobem acima da inflação devido ao aquecimento da economia.
A situação é sustentável porque temos mais de 330 bilhões de dólares em caixa. O sistema chinês de ferrar o mundo em benefício próprio, como já disse, é do tipo bate e assopra. Ao mesmo tempo em que vai destruindo (mui lentamente) as indústrias de toda parte, vai enchendo de dólares os bolsos dos atingidos por seu câmbio criminoso.
Os EUA – mais atingidos do que o Brasil porque vivem da exportação de industrializados enquanto que, mesmo sem o problema cambial, este país ainda seria, precipuamente, um exportador de commodities – acharam um jeito de minimizar o problema: compram a produção de industrializados de países asiáticos e exportam como se fosse made in USA.
Ainda assim, os EUA estão sendo dizimados pelos chineses, o que explica a aproximação de Barack Obama com o Brasil, pois veio nos dizer que, hoje, o Tio Sam não é quem está mais fungando em nossos cangotes tupiniquins e que, por isso, temos que nos unir. E tem boa dose de razão, ainda que não seja bem assim…
Por enquanto, pelas razões supracitadas, o brasileiro não sente nada. Mas a situação é insustentável. Se houver uma reviravolta no preço internacional das commodities, estamos ferrados – nossas reservas viram pó rapidinho. Sem falar que o que alimenta a inflação não é atenuado. Pelo contrário, ficará cada vez mais difícil controlá-la.
Se aumentamos os juros para controlar a inflação atrairemos dólares de pior qualidade, destinados a nos explorarem a maior taxa de juros do mundo em uma economia montada em dólares para pagar a fatura do capital externo caso a bomba estoure.
A oposição brasileira se vale de uma situação que afeta o mundo para criticar o governo como se fosse responsável por um problema que, sem união do Ocidente, é insanável. Isso, porém, em nada muda um fato: a China está f… (3) o mundo com aquele sorrisinho amarelo – sem conotação racista, por favor – de quem, a cada pancada, dá um beijinho.
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NOTAS:
(1) significa FODENDO!
(2) O Edu é representante de vendas de autopeças, inclusive para a latinoamerica e sudafrica
Dentre as noticias divulgadas pela administração publica municipal de São Bento do Sul em seu site oficial, notas que são repercutidas também pelos tablóides e rádios locais, os cidadãos sãobentenses ficaram sabendo que o Prefeito, o diretor do SAMAE e o diretor do departamento de meio ambiente foram conhecer a ultima inovação tecnológica produzida pela ciência: uma maquina de picar plástico, para triturar garrafas PET. O furo de informação técnico-cientifica pode ser visto aqui.“O prefeito Magno Bollmann ficou empolgado com o novo equipamento, uma vez que este equipamento iria retirar das ruas uma grande parte de matéria.” [SIC]
Minha amiga Auristela, em seu ótimo blog quixotesco Reciclar SBS, questionou tudo isso de forma jovial e elegante, classificando os três representantes do poder publico, em sua sede de saber, como os “Três Mosqueteiros”.
Sinceramente, eu não tenho a mesma paciência e vontade de ser galante. Para mim essa coisa está mais para “Três Patetas” . Maquinas com essa finalidade são equipamentos que existem desde que os polímeros sintéticos (comumente chamados plástico) foram inventados, na década de 1930. Nada há de novo numa engenhoca dessas. No oráculo do século 21, o São Google, você obtém mais de 517 mil resultados para a pesquisa “triturador de plásticos” e mais 3 milhões para “plastic shredder”. Mesmo na feira eletrônica "Mercado Livre" você encontra dezenas de equipamentos desses para vender.
Essa administração está tão sem rumo e sem realizações que se obriga a lançar mão de “não fatos” para criar factoides e assim se justificar na sua rarefeita ação. Uma maquina de triturar plástico é tão corriqueira como um liquidificador ou um martelo. As perguntas que devem ser feitas sobre a propriedade do uso de um equipamento desses e os benefícios que poderiam advir disso já o foram no blog da Auristela, de maneira que vou me abster de evoluir nisso.
É que estão se movimentando todos com vistas às eleições do ano que vem, já!?.... Na foto abaixo vemos pelo menos dois candidatos. Têm que mostrar serviço.
Enquanto o eleitor e municipe é bombardeado com essas noticias chulas, a cidade segue sem rumo. O prefeito vai governando como pode, embora esteja sempre na difícil condição de encantador de serpentes que tem que encantar a serpente pelo rabo. Mas tem uma qualidade inegável: não se deixa derrotar pelo pessimismo ante o quadro que se apresenta.
O bloco MINAS SEM CENSURA apresenta graves denúncias acerca do episódio que se inicia com a ocorrência de trânsito no Leblon, RJ, e que desdobra em fortes suspeitas sobre aportes de dinheiro público em empresa de comunicação pertencente a Aécio Neves, Andrea Neves e Inês Maria Neves.
Seguem-se os ESTRANHOS FATOS:
1)A rádio Arco-Íris, franqueada da Jovem Pan, com capital social declarado de 200 mil reais, possui 12 veículos, sendo seis de alto luxo.
2)Trata-se de uma rádio de programação musical, voltada para o público jovem e adolescente, sem estrutura para atividade jornalística, o que torna ESTRANHO essa quantidade de veículos. Empresas jornalísticas bem maiores que essa rádio não tem frota similar.
3)Os veículos, a maioria atípica para a atividade da citada rádio, são:
a)Toyota Fields (statio wagon)
b)Land Rover TDV8 Vogue
c)Toyota Hilux SWR SRV 4X4
d)Land Rover Discovery TD5
e)MMC L200 Sport 4X4 GLS
f)Audi A6
g)Fiat Strada Adventure Flex
h)Micro ônibus Fiat Ducato
i)Micro ônibus M Benz 312 B Sprinter M
j)Uno Mille fire
k)Gol Mil
l)Moto Honda CG 150 Titã (que não é moto por ele assumida como sua)
4)Ao contrário do que afirma a Sra. Andrea Neves, a Land Rover envolvida na ocorrência no Leblon já tem duas multas por excesso de velocidade e a Toyota Fields tem três. Isso só no estado do Rio de Janeiro, este ano. A citada empresa já foi autuada pelo Detran por não identificar condutores infratores. Ressalte-se que a mesma tem autorização para funcionar em Betim e sede em Belo Horizonte.
5)O ex-governador e senador mineiro declarou à justiça eleitoral 617 mil reais de patrimônio. E nessa declaração não há veículo automotor. Ou seja, sendo usuário de veículos da rádio, ou de outras empresas, isso gera suspeita sobre ocultação de propriedades. Até porque, os veículos não são destinados à típica atividade jornalística.
6)Ainda tem uma moto por ele assumida como meio de transporte pessoal, que não consta de sua declaração ao TRE e nem na da rádio. O que gera a suspeita sobre se a mesma estaria registrada como propriedade de outra empresa ou de terceiros.
7)Fato ESTRANHO é que somente depois de terminada a eleição, ele teve transferida ao seu nome parte significativa do capital da rádio. Alerte-se que tal transferência se deu por meio de triangulação: as cotas foram transferidas dia 30 de novembro de Andrea Neves para sua mãe e desta, no dia 28 de dezembro para Aécio Neves.
8)Ainda sobre sua recusa em fazer o teste do bafômetro, a desculpa de que não o fez porque já tinha contratado motorista em condições de conduzir o Land Rover, em segurança e legalidade;contrasta com sua postura de não questionar a multa de 1000 reais.
Além da solicitação de esclarecimento acerca de verbas governamentais, já oficializada, o bloco MINAS SEM CENSURA vai buscar esclarecer sobre a titularidade, pós-eleição, de empresas antes omitidas em sua declaração patrimonial.
A decisão do governo chinês de elevar os impostos sobre terras raras, no início de abril, tem preocupado muitos países que dependem da matéria-prima. O Brasil está entre as nações impactadas e já registra alta de até 200% no preço do neodímio comprado da China, segundo informaram distribuidores nacionais ouvidos pelo Brasilianas.org. A taxa de terras raras, antes cobrada no valor de 3 yuans a tonelada, agora pode variar entre 30 a 60 yuans.
O problema é agravado pelo fato da China deter 97% da produção mundial de terras raras, elementos minerais usados na fabricação de aparelhos de alta tecnologia, como notebooks esmartphones, até em componentes eletrônicos e espaciais. O super-ímã, por exemplo, feito a partir do neodímio, é encontrado em fones de ouvidos e porta-retratos, mas também discos-rígidos de computadores.
Os Estados Unidos, que também sofreram com as restrições da exportação chinesa, perceberam o ritmo de aumento dos impostos e decidiram, em janeiro deste ano, reativar Mountain Pass, a única mina de terras raras norte-americana. O Brasil - que nos anos 1990 explorou terras raras em areia monazítica, mas desativou a mineração por conta dos baixos preços chineses na época – está tomando as primeiras medidas para evitar uma crise, que pode atingir diversos setores industriais. Formou, no final de 2010, um grupo interministerial para incentivar estudos com a finalidade de retomar a mineração em áreas já identificadas.
Brasilianas.org conversou com Ronaldo Santos, pesquisador titular do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), instituição ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), para entender os argumentos da China e quais os caminhos que o Brasil deverá seguir nos próximos meses. Confira os principais trechos da entrevista a seguir:
Retomada da mineração de terras raras no Brasil
Falando tecnologicamente, o Brasil tem competência e possui grupos que estão distribuídos em centros de pesquisa governamentais, em instituições de pesquisa da área nuclear - pois, associada ao principal mineral portador de terras raras até então explorado no Brasil, a areia monazítica, há uma ocorrência de tório e urânio. Como eles são substâncias radioativas utilizadas pela indústria nuclear, elas passam a ser de interesse do setor nuclear. Há também outra possibilidade, relacionada à exploração de xenotima, no Norte do país, que, atualmente, é objeto de interesses de um grupo estrangeiro. Então, nós temos reservas, que precisam ser confirmadas. Temos várias ocorrências, e que precisam ser mais bem identificadas, mas há um interesse das empresas em explorar as terras raras, algo que até então não havia sido privilegiado.
Áreas de areia monazítica
Normalmente ela [a areia monazítica] ocorre no litoral e em calhas de rios. Mas também há ocorrências os solos associados a outros minerais. E, nesse momento, ela precisa de um desenvolvimento no fluxograma da sua recuperação e todas as suas etapas, como a separação. As etapas de mineração da areia monazítica não exigem muita tecnologia, mas, no Brasil, elas devem ser de certa forma, adaptadas a tecnologias básicas. Porque cada minério é um minério, e como isso ficou durante muito tempo adormecido, o trabalho que se tem que fazer é um trabalho plenamente do domínio brasileiro. Vários grupos que já trabalharam com isso tem, com certeza, em curto e médio prazo, capacitação para desenvolver os processos necessários para a extração de alguns elementos terras raras.
Brasil como player
Não acredito que demore dez anos [para o país voltar a ser grande produtor]. Um projeto de mineração normalmente leva de sete a dez anos para ser maturado. No caso das terras raras, há um importante componente, que é a demanda firme e estabelecida de setores, do elétrico ao de refino do petróleo, que, com o aporte de recursos dessas áreas, esse esforço possa ser acelerado. A grande vantagem é que não vamos ter que partir do zero, porque já existem estudos, que apenas precisam de confirmação. Confirmadas as reservas, e verificado que vale a pena do ponto de vista estratégico e econômico, podemos começar. Hoje, o aspecto econômico está prevalecendo, porém irá prevalecer o aspecto estratégico. A extração de terras raras é vital para todo país que quer ter o mínimo de independência e soberania.
Um novo minerador
Quem explorava areia monazítica no Brasil era unicamente a Orquima, que depois se transformou na Nuclemon e, depois, nas Indústrias Nucleares Brasileiras (INB). Era o único produtor em escala mundial, na época da demanda, que explorava as terras raras no Brasil. A CBMM tem, associada ao minério dela de nióbio, terras raras. Mas a CBMM aproveita apenas o nióbio, que não é terra rara. Provavelmente, se a CBMM quiser fazer essa recuperação, ela deverá estar atenta aos resíduos da produção do nióbio. Já houve uma iniciativa do CETEM, junto a CBMM, na construção de um estudo para a recuperação das substâncias que seriam economicamente interessantes, na recuperação das escórias da produção do nióbio. Mas, naquele momento, não foi manifestado interesse de que se fosse fazer o aproveitamento das terras raras. Há terras raras contidas nos resíduos da produção de titânio, assim como na produção de aço fosfórico.
Aumento da concorrência no mundo
Os EUA possuem uma vantagem, pois tem estrutura de alta tecnologia, de produção dos produtos de alta tecnologia, e tinham uma mina que já voltou a operar. Mountain Pass [como é chamada a mina] voltou a operar no início do ano, em janeiro, e deve retomar a plena produção até 2014. A expectativa é de 20 mil toneladas por ano. O Brasil já está tomando as medidas para fazer o mesmo, pois já está sofrendo os reflexos da atitude da China. Mas os distribuidores e os compradores nacionais ainda vão sofrer durante o tempo por conta dessas restrições.
Ainda existem poucos projetos sendo implementados no mundo – no Canadá, na Austrália, na África, e até países da antiga República Socialista Soviética, que possuem minerações e indústrias de preparação dos insumos de terras raras. Estão sendo feitos investimentos, e se tem a expectativa de se superar a dificuldade de fornecimento imposta pela China. Não posso dizer, no entanto, se os EUA vão abrir mão da única mina que ele tem em operação, para vender insumos de terras raras para outros.
O preço das commodities está extremamente alto e artificial. [Com a retomada da exploração em alguns países], deve cair [o preço], mas não aos níveis de cinco anos atrás. Isso é algo que já vinha se delineando. Desde 2002, os preços dos insumos de terras raras vinham crescendo, mas isso era uma atitude que vinha acontecendo com o mundo inteiro, tanto no Ocidente, quanto no Oriente. Os parceiros tradicionais dos chineses, denominadamente os japoneses, a Coréia do Sul e a Malásia, já estão buscando alternativas e se associando com outros grupos.
Questão de soberania
O viés que se tem dado a esse assunto é principalmente o econômico. Mas o viés que deve ser considerado é muito mais o de estratégia e de soberania. Não há nenhum sistema de defesa ou de orientação de mísseis e espacial que não utilize elementos, nos seus componentes, de terras raras. Um dos argumentos da China para impor as restrições foi a questão ambiental, mas ei, particularmente, não acredito muito nisso. A China pode ter várias argumentações, inclusive de que se trata de soberania nacional, e que ela não pode prescindir disso. Mas será que é apenas isso? Eles são muito hábeis para negociar, é uma cultura milenar. Temos muito que aprender com os chineses. O império chinês já deu demonstrações de sua força na história.
Rede de estudos
Não estamos isolados. Temos competência em parcerias com diversas universidades, como UFMG, Unicamp, UFSC, USP, além do IPT, Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), Instituto de Energia Nuclear (IEN), Centro de Desenvolvimento e Tecnologia Nuclear (CDTN). Está no momento de reforçar que há competência. O problema maior agora é o Brasil pensar as terras raras como um assunto prioritário, e preparar a mão de obra especializada para isso. Os especialistas e pesquisadores estão se aposentando, e há falta de engenheiros de minas e geólogos, por exemplo.