artigo de Cláudio Gonzalez, publicado no blog Papillon:
Uma das vantagens de manter um blog pessoal é poder escrever sem o compromisso de ter de observar algumas normas de conduta que o exercício do jornalismo nos obriga a seguir. Este é um espaço livre, sem as amarras de um veículo de comunicação. Portanto, posso desabafar e questionar: até quando os covardes do governo Lula vão permitir ser esmagados pelo denuncismo midiático sem esboçar qualquer reação à altura? Qualquer um ligado ao governo que faça um mínimo comentário sobre os excessos da imprensa é imediatamente desautorizado. Gente do próprio Palácio do Planalto atende telefonemas de Lo Pretes e Bergamos da vida para desautorizar quem critica a imprensa.
Esta “denúncia” da Folha de ontem, repercutida com naturalidade espantosa em todos os veículos da grande imprensa, é tão escandalosamente falsa, montada, superficial… que se eu fosse um dos jornalistas que a assinaram, passaria o resto da vida envergonhado. Mas como o governo não reage – pelo contrário, dá corda para as ilações –, eles vão em frente. Acusações sem nenhuma prova e com inúmeros indícios de falsidade vão sendo reproduzidas aos borbotões e chega a um ponto tão surreal que ninguém mais sabe exatamente quais são as acusações ou onde está a infração. Fica no ar apenas a atmosfera de escândalo.
E o que faz o governo diante deste cenário? Simplesmente aceita a chantagem midiática, pois parece concordar que não há pecado maior para um político do que criticar a imprensa, mesmo quando ela comete um crime grave de calúnia e difamação com claros objetivos eleitorais. Eu gostaria muito de estar errado. Sei lá, talvez os que estão no centro do poder, como Franklin Martins, o Lula, o Marco Aurélio, o Santana… já tenham pensado em tudo, traçado um plano de reação que nós, pobres mortais que conhecemos apenas aquilo que a imprensa divulga, não podemos saber qual é para não atrapalhar o sucesso da empreitada.
Mas, infelizmente, desconfio que eles não têm plano nenhum. São apenas seres acovardados diante do poder da mídia. Aí ficamos nós aqui, fazendo papel de ridículos em nossos blogs, no Twitter, nas redes sociais, esperneando diante dos abusos da corja midiática, enquanto as “fontes palacianas” atendem com sorrisos o telefonema do jornalista da Folha e confirmam: “é, a Erenice errou no tom da nota, não podia ter atacado a imprensa e a candidatura do Serra como ela fez…”.
O governo Lula tem muitos méritos. Muitos mesmo. Mas sua relação covarde e de submissão em relação à grande imprensa é de dar dó. Parece que eles não aprenderam nada, absolutamente nada, com a crise política de 2005. Repetem os mesmos erros e se submetem pacificamente às pressões do mesmo denuncismo irresponsável e golpista. Ainda que isso não tenha conseguido, até o momento, produzir resultados eleitorais concretos – Dilma continua favorita – a mídia se fortalece de tal forma que os poderes Judiciário, Legislativo, Executivo e até os movimentos sociais acabam ficando sem armas para enfrentar os abusos da imprensa. Viram reféns de um quinto-poder sem limites, que se coloca acima do bem e do mal, destrói reputações, acaba com carreiras, prejudica negócios legítimos com a certeza da impunidade. Lembra muito um trecho daquele poema:
“No caminho com Maiakovski”
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Tá, é tudo mentira então. É isso?
ResponderExcluir:)
É!... tudo mentira!... desde que a Veja e a Folha não conseguem provar nada do que noticiam. O mecanismo perto da eleições é sempre o mesmo. Cada edição da Veja tem um denuncia contra o governo do Lula:
ResponderExcluir1. Pegam 5 ou 6 fatos: 1 relevante + 1 meio relevante e 4 sem nenhuma relevância e misturam tudo num grande angu.
2. Apresentam provas débeis de uma dessas linhas de denuncia e jogam tudo no ventilador na 6ª feira.
3. Na própria sexta ou no sábado a Globosta repercute com reportagens de 10 minutos no JN.
4. Domingo os jornalões fazem um carnaval em suas edições dominicais.
5. Segunda-feira repercutem mais um pouco, se a coisa rendeu no fim de semana, e o estrago está feito. Os denunciados já se foderam, e ñ conseguem mais sair do enrrosco.
Esse é o jornalismo golpista que temos. Mas sorte que ultimamente essa técnica encontrou a oposição dos blogs, que estão desmascarando esses safados poucas horas depois que os factóides começam a ser divulgados. Vide esse ultimo caso desse denunciante fajuto, desmascarado logo nas primeira horas e que repercuti aqui mesmo nesse blog.
Oquequeéisso?... Vc acredita nessa mídia babona Elvis?
Só faltam 2 capas do planfeto colorido semanal, 12 edições - no capricho - do JN e 13 manchetes ridículas da Folha.
ResponderExcluirA baixaria deve atingir níveis estratosféricos esta semana.
Eu faço uma distinção entre a) o fato e b) os porquês de alguém querer noticiar aquele fato (ou esconder outros). Eu não perco de vista a motivação da Veja, assim como não perco de vista a da Carta Capital. E nenhuma das duas vê a cor do meu dinheiro, porque não merecem.
ResponderExcluirComo diz aquela célebre frase: todo jornal é tendencioso e mentiroso mas a vantagem da democracia é que cada um conta uma mentira um pouco diferente...
E não enxergo no governo a indignação do inocente, tampouco :)
Ainda bem que essa eleição vai acabar logo, e aí as prensas e os blogs nos darão paz. E como sempre as urnas darão o veredito mais justo: Dilma em 1o, porque o Serra não é e não mostrou ser uma alternativa; e Ideli em 3o aqui em SC, para minha imensa satisfação. Que ela aprenda alguma coisa com o Heráclito Fortes do Piauí (o "Baiacu" que tanto me diverte na TV Senado) e brigue pelo seu Estado da próxima vez, se quiser ganhar algo mais que frango em bingo de igreja.