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domingo, 5 de setembro de 2010

A cronologia de um bestialógico (4) - Que papelão de jornalzinho



E não é que a
Folha de S. Paulo se deu ao trabalho de mandar um enviado especial à Bulgária para quebrar os “sigilos” dos ancestrais Dilma Rousseff, procurando as memórias de um meio-irmão perdido desde 1929, quando o pai de Dilma, deixou aquele país. Muito interessante a preocupação para um jornal que, em episódios mais recentes, nunca foi atrás de histórias sobre paternidades presidenciais não reconhecidas.

Ficamos sabendo, graças ao “esforço” de reportagem” da Folha, que Pedro (Pétar) Rousseff apesar de ser descrito como alguém que “se alinhou aos comunistas” e que estes tentavam desestabilizar o governo – monárquico e fascista – com “atos terroristas”. Não sei como não acharam uma “ficha do Dops” búlgaro.

Aí, apesar disso, negam a versão de que o pai tenha saído do país por razões políticas. Estaria “falido”, segundo o sobrinho. Falido por que, de que atividade, em que circunstâncias? Não há. E é irrelevante, como é irrelevante o passado na Europa de milhões de pessoas que migraram, na primeira metade do século, da Europa para o Brasil. Não interessa a ninguém, por exemplo, ir à Calábria investigar a vida do Sr. Francesco Serra, bisbilhotar a vida do pai de Serra e saber se seu filho, alguma vez, mandou dinheiro para um parente perdido na Itália.

Seria apenas mais uma “folhice” da Folha, se não fosse algo, além de irrelevante, montado de maneira cavilosa. Os desentendimentos entre o meio-irmão, morto há mais de três anos, e o regime comunista búlgaro, são narrados como afirmações, não como relatos de terceiros. Verdadeiros ou não, pouca importância, têm. Mas o jornal se aventura nas relações e ajuda financeira do pai e da irmã, sem nenhum dado real para sustentar a história, só na base do “disseram”.

E, para completar, a primeira página diz que aquele país quer festejar – transcrevo literalmente – “a possível eleição de uma búlgara para presidir a sétima economia do mundo”.

Assim mesmo, entre aspas, citando alguma coisa sem autoria, que nem sequer está na matéria do sherlockenviado a Sófia com a triste missão. Enfim, uma vergonha, uma coisa sórdida. Apesar disso, algo digno. Digno do papelzinho do jornalão paulista e do papelão do jornalizinho que se tornou. A vizinha fofoqueira da Barão de Limeira já ficou famosa na rua. Ninguém mais se impressiona com o que ela diz, só com o fato de, a cada dia, exalar mais despeito e ódio do sucesso de Dilma e de Lula.

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