Pescado no blog Diário Gauche do Cristóvão Feil
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti (foto ai em cima),
declarou no ultimo fim de semana
(03/fev) que o emprego fixo acabou, e que os jovens tem que se habituar a
trocar de emprego ou até mesmo de país, se for o caso, para exercer um trabalho
novo e diferente.
"E ademais, que
monotonia! - exclamou Mario
Monti. "É muito mais bonito, mudar e aceitar novos desafios",
diz o primeiro-ministro, demonstrando um senso estético apurado com relação ao
emprego dos outros, ele que sempre foi um tecnocrata empregado do banco de
investimentos Goldman Sachs Group, um dos grandes operadores mundiais na
escalada de especulação de moedas e papéis que motivaram a atual crise
estrutural do capitalismo.
Ironicamente, Monti,
quando foi escolhido primeiro-ministro, por negociação do ex-ministro Berlusconi
e dos banqueiros credores da dívida italiana, também foi empossado como Senador Vitalício da Itália. Portanto, presume-se que
quem detenha um cargo público, vitalício e sem passar por eleição livre e
popular, logo deve estar preparado para comentar sobre o tédio do emprego fixo
alheio.
Outro dado curioso do
nosso pândego Mario Monti: ele é patrono do famigerado Museu Egipcio de Turim,
uma vez que se diz admirador e amante da arte antiga egípcia. Como se sabe, no
século 19, vários países europeus, especialmente a Inglaterra e a Itália, subtrairam/roubaram
grande parte do patrimônio cultural do Egito, levando-o para os seus
respectivos países, onde hoje expõem o legado africano com a maior cara-de-pau,
numa demonstração cabal e comprovada do colonialismo de pilhagem e destruição
que praticavam já há mais de cem anos.
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