O post seguinte é uma maçaroca entre uma nota de Eloísa Vilela, publicado pelo Azenha, aqui e a cobertura do portal de noticias Huffington Post. Os videos são da Fox News e da Msnbc
A Fox News, nos Estados Unidos, já está tão associada com os radicais de direita, com as idéias defendidas por Sarah Palin e seus colegas do Tea Party, com a insistente distorção dos fatos até que virem verdade (como chamar a reforma da saúde proposta por Obama de socialista) que os manifestantes, em Wisconsin, gritaram durante quase toda a transmissão ao vivo do repórter da Fox, dizendo que a rede mente: FOX LIES!... FOX LIES!...
(Infelizmente só temos vídeos em inglês sobre o que está acontecendo, visto que são fatos ocorridos hoje (sábado), e a velha midia brazuca ainda não se ocupou desses fatos)
E por que o protesto?
O governador Scott Walker é republicano. Foi eleito em novembro. Durante a campanha, nunca falou em combater os sindicatos ou pagar as contas do estado com a ajuda compulsória dos funcionários públicos. (Detalhe: Wisconsin não está no vermelho como tantos outros estados. E acaba de dar corte de impostos de presente aos pequenos empresários).
Mas o governador propôs mudanças que provocaram reação violenta. O que está em jogo: reduzir, e muito, o poder de barganha dos sindicatos que representam o funcionalismo público estadual e aumentar o percentual de desconto em folha para programas de saúde e aposentadoria. Scott Walker tomou posse em janeiro e, com ele, uma câmara estadual dominada pelos republicanos. Juntos, eles decidiram botar em prática, no estado, a plataforma republicana para o país.
O sindicato dos professores do estado de Wisconsin é dos mais fortes dos Estados Unidos. E Wisconsin está entre os dez estados do país onde o sindicalismo é mais ativo. Não é coincidência. Se os republicanos conseguirem enfraquecer os sindicatos de Wisconsin, o efeito dominó é certo. O que está acontecendo em Wisconsin pode dar uma idéia do que vem por aí. Das iniciativas republicanas e da resposta popular.
O sindicato dos professores do estado de Wisconsin é dos mais fortes dos Estados Unidos. E Wisconsin está entre os dez estados do país onde o sindicalismo é mais ativo. Não é coincidência. Se os republicanos conseguirem enfraquecer os sindicatos de Wisconsin, o efeito dominó é certo. O que está acontecendo em Wisconsin pode dar uma idéia do que vem por aí. Das iniciativas republicanas e da resposta popular.
Para combater a recessão, os republicanos pregam redução de impostos (para empresas e pessoas físicas), cortes nos programas sociais e ataque aos sindicatos, para impedir que conquistem aumentos salariais.
Em Wisconsin, a primeira tentativa de votar a mudança proposta pelo governador foi adiada e os manifestantes foram até o parlamento local, em passeata, no dia 14, segunda-feira. Daí em diante, a manifestação só aumentou. Mais e mais gente está se juntando ao protesto.
É uma luta que está apenas começando, mas já reflete o que pode acontecer em Washington. O presidente Barack Obama enviou uma proposta de orçamento bastante conservadora ao Congresso. Ainda assim, a Câmara, agora dominada pelos republicanos, cortou 60 bilhões de dólares do projeto. Mas no Senado, quem tem maioria são os democratas. Eles devem barrar as mudanças. E o Presidente, que tem poder de veto, já prometeu usar a prerrogativa.
O atual governo tomou posse no momento em que o país já estava mergulhado em uma crise econômica da qual ainda não saiu. O desemprego aumentou, o medo do amanhã é grande, muita gente perdeu a casa em que morava… Existe muita desilusão e raiva no ar.
Os índices de popularidade do Congresso e do Presidente continuam caindo. Se mantiver uma postura firme, Obama ainda pode sair ganhando. Mas se Wisconsin é mesmo o grande laboratório da democracia americana, é bom ficar de olho em Russ Feingold. Depois de passar 18 anos no Senado, ele perdeu a eleição em novembro passado.
Feingold contrariou a regra. Ao invés de se tornar consultor de Wall Street, lobista ou algo que o valha, como todos os ex-políticos sempre fazem, ele foi dar aula na universidade, está escrevendo um livro sobre política externa e, na semana passada, lançou um novo movimento político chamado Progressistas Unidos. Feingold tem um grande inimigo na mira: a decisão da Suprema Corte, chamada Citizens United, que autorizou o investimento das corporações nas campanhas eleitorais sem que os políticos tenham que listar de quem receberam dinheiro. E foi assim que ele explicou, ao Huffington Post, a decisão:
“Na minha visão – e na de muitas outras pessoas – foi uma das decisões mais ilegais da história do nosso país. A idéia de permitir que as corporações tenham influência ilimitada na nossa democracia é muito perigosa, obviamente”.
O vídeo que aparece aqui merece ser visto (não consegui fazer o embed do dito, que dá "error"). Éuma analise da ótima jornalista, teórica e ativista canadense Naomi Klein, sobre o que acontece neste momento no estado de Wisconsin e de quebra se espalhará por todos os EUA (lamentavelmente só em inglês também).
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