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terça-feira, 9 de novembro de 2010

A quem interessa arrombar o ENEM? (2)


Notas do farejador Stanley Burburinho


1 - Haddad criou o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) que permite a regulação do setor.

2 - O SINAES permite fechar cursos. Sistema privado odeia o SINAES.

3 - Haddad fechou cursos à distância da Unicid por falta de qualidade. Deputados não gostaram. Unicid contribui em campanhas.

4 - Haddad foi o mentor do PROUNI. Foi idéia dele com a esposa quando ele ainda era Secretário Executivo (Vice) do Tarso Genro.

5 - Em 2002, as receitas brutas da maior empresa de bebidas do Brasil (AMBEV), e da 2º mineradora do mundo (VALE) estavam pouco abaixo das receitas obtidas no setor de educação privada.

6 - Em 2002, as 4 maiores empresas de transporte aéreo juntas, na época (VARIG, TAM, GOL, VASP), tiveram receita bruta inferior à receita do setor privado de educação superior.

7 - Na era FHC, Paulo Renato causou atraso de uma década na educação, diz deputado -

Um comentário:

  1. Uma possível resposta: http://www.schwartzman.org.br/sitesimon/?p=1907&lang=en-us

    Acho que não há nada "tão" errado com o ENEM. É mesmo imprescindível ter uma métrica da qualidade do ensino médio.

    Só que, como acontece freqüentemente no Brasil, há uma expectativa (alimentada pelo governo) que ele vá resolver todos os problemas: eliminar o vestibular, proporcionar inclusão social, curar impotência e câncer no cérebro, e acabar com a fome no mundo, e deixar todas as mulheres permanentemente magras e lindas.

    O ENEM é análogo ao SAT estadunidente, só que lá o SAT é apenas um dos critérios para ingressar na universidade, basicamente um filtro para eliminar de plano os realmente burros.

    O POSCOMP tem sido usado nesta tarefa (do jeito certo) para selecionar alunos de mestrado em Ciência da Computação. Foi uma atitude que muitas universidades, como a UFSC, adotaram para tentar remover o critério subjetivo na escolha de alunos de pós-graduação. (Onde "critério subjetivo" era quem passa mais tempo puxando o saco do professor e fazendo hora nas dependências da universidade.)

    Assim como o Schwartzmann cita, o POSCOMP é eleborado por uma entidade independente do governo, a Sociedade Brasileira de Informática. E o POSCOMP tem funcionado muito bem.

    No Brasil, nas universidades "que importam" (públicas em sua grande maioria), o vestibular não foi abolido, porque assim como o SAT não é critério único nos EUA, o ENEM não é bem aceito como critério único por universidades de primeira linha, só que não se pode selecionar alunos "a dedo", então o jeito é continuar fazendo vestibular...

    Uma outra pesquisadora citou o fato de que a correlação de desempenho no ENEM e no vestibular é muito alta, de modo que o ENEM não funciona como fator de "inclusão social", como tentam vendê-lo. E nem deve ser visto como tal. É o teorema do "buraco de pombo": se tem 9 pombos e 8 buracos, 1 pombo vai ficar sem ter onde se esconder. O ENEM não vai mudar o fato básico de que as vagas das universidades boas são escassas e disputadas.

    Não entendo muito bem a relação entre universidades privadas e ENEM. Isso parece teoria da conspiração. Para tais instituições, quanto mais fácil para o aluno ingressar, melhor, não é?

    Como ex-professor em uma delas, posso afirmar com conhecimento de causa que o principal problema delas é a FALTA de competição no vestibular/ENEM/o que valha. A qualidade dos alunos é muito baixa, e a maioria deles só quer saber do diploma e vêem um professor mais exigente como estorvo.

    Na briga específica com cursos à distância, que eram a mais nova "corrida do ouro" à época que deixei de ser professor, eu acredito.

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