Dos 564 mortos por arma de fogo no Estado de São Paulo entre 12 e 21 de maio de 2006, quando o Primeiro Comando da Capital atacou as forças de segurança, 59 eram agentes públicos. Os outros 505 eram civis. Os números fazem parte do relatório final da pesquisa Análise dos Impactos dos Ataques do PCC. O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e coordenados pelo sociólogo Ignácio Cano.
Segundo a pesquisa, dos 505 civis mortos, 118 foram assassinados em confronto com a polícia; 50 foram vítimas de execução sumária individual; 35 de execução sumária por grupo não encapuzado; 53 por grupo encapuzado; 4 foram executados sumariamente por policiais; 10 morreram em ataques a delegacias; 6 em conflitos interindividual, 2 em acidente ou bala perdida; 21 por outros motivos e 206 por desconhecidos.
O dia mais crítico foi 14 de maio (domingo, Dia das Mães), quando 107 morreram. No dia 15 foram mortos 84 civis; no dia 16, outros 75 e no dia 17, mais 65. A maioria dos agentes públicos morreu nos três primeiros dias de ataque, sendo 10 em 12 de maio, 23 no dia 13 e 8 no dia 14.
De acordo com Cano, um dado revelador é que, enquanto os agentes públicos foram mortos nos dias 12 e 13, os civis foram assassinados, fundamentalmente, entre os dias 14 e 17. "Esse quadro reforça a suspeita de que houve uma represália às ações do PCC, uma vez que a maior parte dos civis morreu nos dias seguintes", afirmou.
Nos dois primeiros dias dos ataques, a proporção entre o número de agentes públicos mortos e o de civis foi semelhante. A partir do dia 14, para cada agente morto havia 10 civis mortos. No dia 17 , a proporção chegou à casa dos 20 mortos.
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