“Qualquer pessoa que considere inaceitável o comportamento do presidente Lula, usando seu poder político e a alta popularidade para alavancar a candidatura de Dilma Rousseff à sua sucessão, é considerado um golpista em potencial.
(…)No entanto, há fundadas razões para se considerar até mesmo a impugnação da candidatura oficial por abuso de poder político, como já ocorreu diversas vezes com prefeitos e governadores estaduais.”
Os trechos acima são da coluna de hoje do Sr. Merval Pereira, em O Globo.
O senhor Merval Pereira acha que Lula declarar seu apoio a Dilma é usar “seu poder político e a alta popularidade” para “alavancar” a sua candidata , o que é “inaceitável”.
Mas Merval Pereira nunca achou “inaceitável” Fernando Henrique usar a própria moeda nacional para alavancar sua própria candidatura nem classificou de “inaceitável” ter criado, em benefício próprio, durante o exercício de seu mandato presidencial, o instituto da reeleição.
Se Lula tivesse levado à frente a emenda constitucional pelo terceiro mandato isso seria um “golpe”, porque seria uma mudança nas regras do jogo durante o exercício de um mandato. Mas com FHC, não foi.
O sr. Merval Pereira diz que “há fundadas razões” para considerar a impugnação – não tem coragem de dizer o nome – de Dilma. Poderia, por gentileza, citar a lei e os artigos objetivamente violados? Não pode, porque não há nenhuma violação expressa , como houve com Serra no programa do Dem(Lei 9096, art. 45, parágrafo 1°, Inciso I), o que é omitido pelo jurisconsulto da Rua Irineu Marinho.
O sr. Merval Pereira deveria lembrar do ditado popular de que não se fala de corda em casa de enforcado. A Globo não tem autoridade moral para apontar o dedo para ninguém como ”golpista”. Ajudou o Golpe de 64 e com ele engordou. Mais recentemente, fez a criminosa edição do debate Lula- Collor que mudou o resultado da eleição de 89. Naquele mesma época, ele próprio foi processado por, em plena campanha eleitoral, estampar uma foto em primeira página de um homem negro com um retrato de meu avô e dizer que era um traficante. Não era, como você pode ler aqui.
Mas isso não é golpismo, não é? Golpismo é o presidente falar em quem vota.
Texto do Deputado Brizola Neto PDT-RJ, em seu blog de 1ª grandeza: Tijolaço
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