Hoje me dei ao trabalho de assistir dois telejornais da noite para ver como repercute o caso do vazamento de petróleo na bacia de Campos, no campo de Frade, explorado pela Chevron-Texaco.
A Band deu alguns detalhes do vazamento inclusive mostrou a 2ª foto que ilustra esse post, em que aparece a mancha de óleo no mar. Já o JN da Globo deu só uma nota ridícula de menos de 15 segundos em que repercutiu um comunicado oficial da própria empresa americana e deu a entender que estava tudo sob controle: informou que o vazamento já foi controlado e que todo o petroleo derramado vai ser recuperado. Mostrou uma foto genérica de um navio recolhendo óleo na superfície do mar e ficou por isso.
Agora, a pergunta que fica mesmo é: por que a velha mídia tupinambá está praticamente escondendo esse vazamento do público brasileiro?...
Será que a Texaco está molhando a mão de todos os meios de comunicação?... Ou seria a idéia maluca de relacionar isso com a promessa de José Serra (1) durante sua furiosa campanha presidencial, de rever os marcos de exploração do Pré-Sal a favor das petroleiras americanas?...
Será que os donos dos meios de comunicação são sócios ocultos da Texaco?... certamente não podemos pensar isso de pessoas de reputação inatacável, de sobrenomes nobres como Marinho, Civitta, Frias, Mesquita, certo?... Do bispo chutador de santas talvez, mas esse é peixe pequeno nesse mar contaminado de petróleo.
É evidente que os interesses das empresas estrangeiras na exploração do Pré-Sal poderiam ser afetados se a imprensa desse ampla cobertura ao desastre, que tem indícios fortes de negligência - uso de equipamentos obsoletos (2) e crime ambiental (3).
Dá para imaginar se o vazamento fosse provocado pela Petrobras nos EUA?... Nem a imprensa daqui se calaria.
NOTAS:
"Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama. – Folha de São Paulo, 13 de dezembro de 2010
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