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terça-feira, 6 de abril de 2010

Terceira etapa da grande crise: o neoliberalismo continua comendo solto


Acredite se quiser. O receituário neoliberal segue dando as cartas na Europa, pouco mais de um ano depois da crise financeira causada, entre outras coisas, pela desregulamentação radical dos mercados praticada por esse modelo. Após serem socorridos com bilhões de dólares e euros pelos governos, os grandes bancos voltaram ao padrão habitual de voracidade, lucrando agora desavergonhadamente com as crescentes dívidas públicas dos Estados que antes os salvaram.

Sugiro leitura do artigo de Michael Krätke, professor de Economia Política na Holanda e na Inglaterra, que descreve o que chama de terceira etapa da grande crise econômica e financeira:

À sombra da crise financeira, floresce sobretudo na Europa o negócio com a dívida pública. Os Estados são os melhores devedores que um credor pode desejar. A lógica é perversa e beira o surrealismo. Nos últimos meses, o Banco Central Europeu inundou os bancos europeus com créditos baratos, negando-se ao mesmo tempo a emprestar dinheiro a Estados membros em dificuldade. Os bancos europeus – a começar pelos alemães – tomaram empréstimos do BCE a juros ínfimos para oferecê-los como empréstimos ao Estado grego com taxas de juro elevadíssimas. Ao mesmo tempo, como resposta à crise, propõe novas “reformas” neoliberais.


Na Espanha, Itália, Portugal e Inglaterra; a ordem do dia é a aposentadoria aos 67 anos. Em toda parte elas impõem aos cidadãos comuns - não aos proprietários de capital e de patrimônio – drásticos aumentos de impostos. Por toda parte se cortam serviços públicos, se reduz o setor público. Impulsionada agora pela situação de suposta emergência financeira do Estado, avança-se irresponsavelmente na privatização da propriedade pública. Os gregos são massacrados, os portugueses são torrados; as facas contra a Espanha perfilam-se com zelo digno da melhor causa. (A íntegra do artigo)

Por Marco Aurélio Weissheimer


Atualização em 08/04/2010 – 9:47

Da Agencia Bloomberg – Ontem (07/04), o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, declarou que além de enfrentar o ritmo pequeno de recuperação econômica, os Estados Unidos ainda têm um acerto de contas na área fiscal. O governo americano estima que os déficits governamentais devem totalizar US$ 5,1 trilhões nos próximos cinco anos, e atingir um valor recorde de US$ 1,6 trilhão no encerramento do atual ano fiscal.

Os EUA ainda têm a vantagem de dispor da moeda reserva da economia global e de potencial tecnológico e de consumo. Mas o risco de bancarrota de países menores, a exemplo da Grécia, continua a assombrar o mercado mundial.

No fundo é o de sempre: a discussão sobre a responsabilização pela crise e sobre quem paga a conta. E que pagará essa conta também sabemos: os mais fracos a custa de seu sofrimento. Os banqueiros e oligarcas continuam numa boa... como a poupança Bamerindus.


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