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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ricos e classe média são os reis dos "gatos"


Douglas Couto, jornal O Tempo de Belo Horizonte


Em 2011, a Cemig promete investir na fiscalização e, com isso, fechar o cerco aos furtos de energia elétrica no Estado, que acumulam prejuízos anuais estimados em R$ 280 milhões. Só ano passado, na região metropolitana, os desvios irregulares de energia e as ligações clandestinas - conhecidas como ‘gatos’ - cresceram 32%. Foram identificados 42.500 pontos de furtos contra 32.240 no ano anterior.


Apesar das gambiarras serem mais comuns em aglomerados e bairros de periferia, a Cemig constatou que 75% da energia é furtada pelos ricos. Em 2010, foram 750 gigawatts, quantidade que daria para abastecer, por exemplo, 560 residências com consumo padrão de 120 quilowatts.


O gerente de Gestão e Controle de Perdas da Cemig, Luiz Renato Fraga Rios, aponta que, embora 54% dos "gatos" tenham sido detectados em áreas de baixa renda, o maior volume de energia é furtada pelos consumidores de classes média e alta que residem em em casas de luxo e pelo comércio ou mesmo indústrias. "A quantidade de energia desviadas pelas pessoas de melhor poder aquisitivo é muito superior", salientou Rios.


Uma estimativa feita pela direção técnica da Cemig aponta para 560 mil ligações irregulares em todo Estado. O número equivale hoje a 7% dos 7 milhões de clientes formais atendidos pela empresa. Somente na região metropolitana de Belo Horizonte, a estimativa é que haja 51 mil "gatos".


Das irregularidades que foram detectadas nos imóveis da capital, 63% foram registradas no vetor Norte da cidade, que abrange as regiões de Venda Nova, Norte, Nordeste e Pampulha. "A cada dez inspeções, são encontradas irregularidades em sete", disse Rios.


Das 42.500 irregularidades de furto de energia, que foram descobertas e regularizadas na capital e região metropolitana, 3.500 eram de "gatos". Para a Cemig, essa regularização significou a recuperação de 215 gigawatts/hora, energia mais que suficiente para abastecer por um ano todas as residências de Contagem, com 200 mil imóveis.


Diante do quadro, considerado crítico, a Cemig promete aumentar a fiscalização. A empresa desenvolveu um mapa de diagnóstico e conta também com denúncias de leituristas e eletricistas. Além disso, inconsistências de faturamento serão analisadas através de um software específico.

Um comentário:

  1. Uma excelente prova de que a velha ideologia de esquerda, que as pessoas roubam porque são pobres, marginalizadas, compelidas a cometer crimes etc. é totalmente furada. Há mais pobres criminosos simplesmente porque há mais pobres.

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