Mais famosos do que o chocolate e os relógios, o que fizeram a fama internacional da Suíça, são os depósitos em “contas numeradas”. Além de utilizarem esse dinheiro em investimentos, a Suíça decidiu (quase) não pagar mais juros a essas contas. Baixou a taxa na ultima terça feira (15/07) de 0,05% para 0,04%.
Esses juros, pequenos, mas como o total dos depósitos é fabuloso, formavam uma importância espantosa. A Suíça (que construiu a segurança financeira, não participando da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, e por isso é chamada normalmente de “neutra”) comunicou aos “clientes” a decisão unilateral de mais esta baixa.
Como represália e em defesa do seu rico dinheirinho (a expressão não tem duplo sentido), os depositantes resolveram, o que vem fazendo há tempos já, transferir muito desse capital para os mais de 20 paraísos fiscais ao redor do globo, que têm hoje a mesma segurança, e continuam pagando juros bem mais atraentes.
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A Federação dos Bancos Suíços, decidiu então, na surdina, expor o nome dos dissidentes das antigas contas, afrouxando o controle sobre as suas titularidades e permitindo vazamentos às autoridades estrangeiras ou de seus países de origem.
E como esses banqueiros não têm caráter, escrúpulo e dignidade, procuram manter o sigilo e o silencio sobre os que não transferiram as contas. Mesmo assim fazem isso agora sob fogo cerrado dos outros países da UE e dos EUA, que querem (e precisam) acabar com a mamata em todos os paraísos fiscais. Estão começando a pressão pela Suíça.
Essa atitude, da denuncia velada de listagens de depositantes caídos na sua desgraça, não passa de chantagem clara, sinônimo de extorsão, pois controlam tudo, e o Banco Central dos mais diversos países não sabe de nada, não podem perseguir (por enquanto) os que se mantiveram fiéis aos suiços.
Incompreensível é a posição da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), presidida pelo presidente do Santander, um dos mais globalizados, que ficou com o acervo do Banespa.
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