Adaptado do Luis Nassif
No dia 3 de abril passado o jornalão O Estado de São Paulo saiu com uma reportagem com toda a aparência de ter sido bem apurada. O título era "O que selou o destino de Agnelli para que ele perdesse o comando da Vale".
A reportagem se vendia bem. Na abertura informava terem sido envolvidos na matéria 11 jornalistas - incluindo o diretor da sucursal de Brasília. Teriam sido ouvidos dois diretores e um ex-funcionário da Vale, três ministros, quatro parlamentares e dois advogados do sistema financeiro.
Depois dessa apresentação, afirmava taxativamente que o Bradesco tinha rifado o pescoço do presidente da Vale, Roger Agnelli, em troca da manutenção do seu contrato com os Correios, no Banco Postal e da parceria com o Banco do Brasil.
Antes de ontem houve o leilão da concessão do Banco Postal. E o Bradesco perdeu para o Banco do Brasil. Obviamente então, a notícia era falsa!
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O mero fato de ter havido disputa e o BB ter vencido comprovava que era falsa a tese de que o Bradesco teria se curvado à pressão do governo no episódio Vale. Mas a versão passou a ser mais importante que o fato.
A matéria de ontem o jornal diz que o «leilão surpreendeu o mercado e até a presidente Dilma Rousseff». Mais: «Por ser um negócio atrativo, todos esperavam que o Bradesco iria cobrir qualquer oferta para manter o negócio. O banco, aliás, concordou em tirar Roger Agnelli da presidência da Vale, em busca de apoio do governo em questões estratégicas como o Banco Postal». Embora desmentida pelos fatos, a versão foi mantida.
NOTA BOTOCUDA
E assim vamos... tipo do jornalismo deprimente.
Mas vai que o Bradesco ganhasse a concessão?!... (era uma possibilidade, uma vez que estava participando do leilão). A tese do jornal estaria comprovada?... Mesmo que não houvesse qualquer indício de conluio, o circo já estava armado e ai... deita falação e teses conspiratórias PIGuentas.
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