A grande e velha midia tem, nos ultimos tempos, investido de forma generalizada contra ONGs com uma fúria insana. Claro que preferencialmente ataca ONGs nativas, pois contra as grandes estrangeiras, financiadas por ouro das fundações Ford/Rockfeller/USAID, nada falam.
Certamente a grande imprensa assim o faz para atender aos interesses escusos dos seus patrocinadores ligados aos interesses externos e dos seus próprios. Já agiram assim no passado para enfraquecer os sindicatos, as associações de classes, os movimentos sociais em geral, enfim qualquer entidade organizada para as defesas das coisas comuns.
Nada de novo!... pois que essa técnica já foi bastante usada principalmente nos governos militares quando fecharam sindicatos, associações, UNE, etc. Essas formas de associações populares organizadas causam pavor patológico às oligarquias de antanho.
Mas como sabemos de longa data que toda generalização é burra, podemos considerar que existem ONGs e ONGs: as que realizam o trabalho social de forma limpa e responsavel e existem as criadas ou associadas a políticos corruptos, sem duvida, esquematizadas para fornir os eternos caixas-2. A melhor coisa aqui seria separar o joio do trigo.
Esvaziar a importância das ONGs como um todo só interessa a esses adoradores de mazelas, que conseguem roubar com ou sem ONGs, como sempre fizeram. É só lembrar que a corrupção é bem anterior à criação de dessas figuras de organização da sociedade civil.
A CNBB, em seu boletim de novembro de 2011 também se mostra preocupada com essa questão, com o que vamos concordar nesse quesito:
"Ainda está pendente de mais clara solução em termos de formulação seja pelo Governo, seja pela Sociedade Civil, a construção de novo marco regulatório da relação do Estado com as Organizações da Sociedade Civil (OSCs). O processo de criminalização das ONGs [está sendo] patrocinado pelos grandes meios de comunicação que se utilizam de situações pontuais para enlamear a história de luta pela democracia realizada pelas organizações da Sociedade Civil no contexto brasileiro.
As informações do próprio TCU são reveladoras, enquanto pairam dúvidas sobre a gestão de recursos da ordem de 3% a 4% de valores repassados por meio de convênios para a sociedade civil; o montante de recursos desviados por prefeituras, diretamente por meio de contratos fraudulentos é da ordem de 45%!
Todavia, a grande imprensa enxerga com lente de aumento os desvios (que devem ser combatidos, é claro!) nas organizações sociais, escondendo outras formas também perversas de corrupção."
Meus dois centavos:
ResponderExcluira) esse problema das ONGs serem GONGs já vem desde os anos 90, ou anos FHC.
Assim como os "sinais de fumaça" que propaganda tinha virado um veículo de desvio de grana do governo eram bem velhos já. Lembro de uma manchete da Folha de 1996 ou 1997: "FHC gasta mais com propaganda que com estradas." Isso porque na época ainda faziam estradas, vide a BR-101 aqui. Só não viu quem não quis.
b) As ONGs internacionais padecem do mesmo mal, quero dizer, as que vêm aqui no Brasil dar pitaco também são a ponta da bota de alguém, não são ONGs legítimas também, então talvez seja um problema generalizado.
É claro, seria uma lástima ver as ONGs, ou o conceito de ONG, marginalizado e levando entidades sérias como ABPF junto :(
Mas ai é que tá, Elvis... o conceito de 3º setor ser uma ferramenta auxiliar de gestão nas políticas publicas foi criado pelo Consenso de Washington, através do Tony Blair querendo aparecer em cima das formulações de Antony Guidenns (nada contra o Guidenns, que é um puta pensador moderno cujas elucubrações que eu respeito muito).
ResponderExcluirAs ONGs surgiram nessa esteira, para suprir essa lacuna. Agora estão sob fogo cerrado. Que alternativas se apresentam então?