Todos bradam: é o país mais pobre das Américas e talvez do mundo. Erram e enganam.
Foi colonizado (leiam a palavra no sentido de o mais cruel, selvagem e explorador) pelos espanhóis. Pelo Colombo em pessoa, junto com o irmão. Isso durou várias décadas até que a França descobriu que o Haiti era riquíssimo, principalmente em minérios raros, se instalaram lá. Podem se estarrecer, mas é rigorosamente verdadeiro: esse Haiti, que identificam como o país mais pobre, ficou sendo a possessão mais rica da França.
Passou algum tempo, como a proporção da população era de 500 mil nascidos mesmo no Haiti e 3 ou 4 mil franceses os nativos resolveram tomar o Poder e ficaram donos de tudo. Nem precisaram expulsar os franceses, eles fugiram.
No Haiti, “existem dois Haitis”. O de cima e o de baixo. Os de baixo, realmente muito pobres, não tendo o que comer, derrubaram todas as árvores, que transformavam em alimento e em utensílios diversos para a sobrevivência. (Sobrevivência?)
Na parte de cima os ricos, que junto com outros povos, exploram a população negra, que mora em baixo. Esses ricos têm casas, dão festas monumentais, não se incomodam com as centenas de milhares que moram na parte de baixo. Todas as propriedades pertencem aos ricos.
Os pobres da parte de baixo, (maldosamente chamados de parte Sul, a rica é a parte Norte) são descendentes de africanos como essas ilhas do Caribe.
De 1500 até hoje, registradas, 200 ditaduras. Todas protegidas e protegendo os ricos. Todas perseguindo e empobrecendo ainda mais os pobres.
Esse terremoto de agora não atingiu a parte rica, (a de cima) os pobres (a de baixo) perderam tudo. Quer dizer, é exagero “perderam tudo”... não tinham nada.
Os jornalões sabem de muita coisa, não podem informar para não contrariar o “sistema”.
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Por Hélio Fernandes – Tribuna da Imprensa RJ
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