Nunca gostei de Boris Casoy. Sempre o tive como um reacionário conservador da pior espécie. Invariavelmente posa de cavaleiro da verdade, e com seus trejeitos, caretas e boquinha torta me vem com aquela máxima, de que alguns de meus amigos gostam tanto: “É-u-ma-ver-go-nha!”
Mas diferentemente do que aparenta esse personagem, está metido com falcatruas e acobertamentos de sacanagens há décadas e décadas. Ouvi falar dele a primeira vez quando o dono da finada Caderneta de Poupança Delfin, Ronald Levinsohn, tentou calar a imprensa sobre a operação de garantia fajuta ao BNH (Banco Nacional da Habitação). Antes do escândalo vazar, que levaria ao estouro da dita caderneta Delfin, Boris Casoy, na época editor da Folha de São Paulo (FSP - sempre ela) recebeu um telefonema de Paulo Francis (correspondente da Globo em Nova York e amigo pessoal de Levisohn) para que recebesse o empresário. Era para que este pudesse explicar o sua versão da coisa, na tentativa para por panos quentes, o que acabou não dando certo por outros motivos, mais fortes, pois o processo já havia sido desencadeado e não dava mais para encobrir. A própria FSP, por meio de outros jornalistas, acabou denunciando o esquema todo.
Isso tudo aconteceu no distante ano de 1983.
O mundo dá voltas e no jornal da Band de ontem a noite, no apagar das luzes de 2009, o “boquinha” dá mostra de toda seu ranço, seu descaso pelo povo brasileiro. Vejam o vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=M8_Qb5D6RK8Jornal da Band - 31 de dezembro de 2009.
Os âncoras Boris Casoy e Joelmir Beting não percebem que o microfone ficou aberto e, pensando que ninguém mais os ouvia, fizeram comentários, no mínimo, preconceituoso e constrangedores acerca da dupla de garis que desejava a todos, inclusive aos dois, um feliz 2010. A colega dos dois âncoras da Band, Millena Machado, também não deixou de dar sua risadinha, que pode ser ouvida também. Lamentável!
Transcrição:
Casoy: "Que merda, dois lixeiros cara... desejando felicidades do alto da sua vassoura." e ri...
Millena: apenas ri (condescendente)
Casoy: "O mais baixo da escala do trabalho..."
Operador: "Deu pau, deu pau,..."
Atualização em 03 de janeiro, 2010 01:57
Carta aberta ao sr. boris casoy.
Sempre soube que o senhor é um homem de direita, que odeia meu país, o Brasil, e o meu povo, o brasileiro. Sempre soube, também, que como um legítimo peessedebista, que o senhor é, seu desejo é ver o meu país reduzido à condição de colônia dos EUA, com o devido resguardo, é claro, dos privilégios escravocratas de nossa elite retrógrada, entreguista e criminosamente indiferente às necessidades de nosso povo.
Sei, ainda, que o senhor, faz parte do grupo de profissionais de imprensa que, com a desculpa defender a liberdade de expressão em nosso país, arroga-se o direito de tentar fazer-nos engolir, à força, suas mentiras, fraudes jornalísticas e torpes propangandas, sempre a favor de poderosos latifundiários escravocratas, banqueiros bandidos, juízes corruptos, empresários desonestos, políticos venais, enfim, toda uma quadrilha de “respeitáveis criminosos”, aos quais o senhor jamais se referiria se não com a maior delicadeza e urbanidade, para não dizer subserviência.
Sempre soube de tudo isso; e sua imagem, na televisão, bradando, histérica e hipocritamente, “Isto é uma vergonha”, nas poucas vezes em que me dispus a assisti-lo, não chegava a me provocar sequer indignação, mas tão-somente uma jovial sensação de hilaridade, como quando, diante de um comediante, nos divertimos com o absurdo de suas piadas, mesmo as de mau-gosto.
O problema, sr. casoy, é que o áudio de seus brutais e ignóbeis comentários sobre aqueles trabalhadores, infinitamente mais úteis e importantes para a nossa sociedade que o senhor, fez-me lembrar, com uma irreprimível náusea, que o senhor não é, apenas, a lamentável figura de um comediante reacionário, que se exibe impunemente, todos os dias, diante das câmeras da televisão. O senhor é um fascista cruel, insensível e covarde, cúmplice de todos os crimes perpetrados contra meu país e meu povo, pela maldita elite, abjetamente defendida pelo senhor e seus comparsas, cotidianamente. Dito isto, tenho a lhe informar que nunca mais rirei de sua figura ridícula e sinistra; nunca mais rirei, com ironia, de suas mentiras, maquinações e exortações golpistas. E sou-lhe grato por isso. Por me fazer lembrar, entre ânsias de vômito e a sensação de horror, o que o senhor é e o que o senhor representa.
Sua máscara caiu de vez, senhor casoy. E sendo assim, em nome de um resto de algum digno atributo que lhe faça, ao menos, parecer humano, demita-se! Poupe-nos de sua repugnante presença, mesmo que apenas televisiva. Não nos faça começar a acreditar que, pelo seu triste exemplo, a humanidade não vale a pena.
Marcos Roma Santa.
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