* Este blog luta por uma sociedade mais igualitária e justa, pela democratização da informação, pela transparência no exercício do poder público e na defesa de questões sociais e ambientais.
* Aqui temos tolerância com a crítica, mas com o que não temos tolerância é com a mentira.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Jornalismo de alto gabarito (1)




texticulo estraido do blog do Nassif

A Folha de S.Paulo tascou essa manchete dando conta de que Rosemary Noronha comprou um imóvel de 250 mil reais com 211 mil reais em espécie. Bom, para quem já foi acusada de levar 25 milhões de dólares numa mala para fora do país, esse carregamento em reais deve ter sido mesmo uma moleza.
Aí, nos avisa a Folha, como foi feita a rigorosa apuração para se chegar a essa informação:
"Rose carregou o dinheiro para quitar o negócio em sacos de supermercado, de acordo com o relato de uma pessoa que participou da transação e que fez o relato à Folha sob a condição de que seu nome não fosse revelado."
Vou repetir o essencial: "DE ACORDO COM O RELATO DE UMA PESSOA QUE FEZ O RELATO À FOLHA".
(Aliás, que texto maravilhoso)
Aí, os repórteres foram ouvir, claro, o dono do imóvel, o sujeito que vendeu o apartamento para Rose (adoro essa intimidade na reportagem):
"O pecuarista Amilcar Rodrigues Gameiro, que vendeu o apartamento a Rose em 2010, disse à Folha não se lembrar se o imóvel foi pago em espécie porque a negociação foi feita por um procurador. 'Não sei se foi em cheque ou dinheiro. O certo é que não levei esse dinheiro em espécie para o Mato Grosso. Seria muito perigoso'", disse.
Ou seja, jornalismo feito na base da fofoca e do vale tudo.
Quer dizer, não bastou enterrar o diploma do jornalista.
É preciso enterrar o jornalismo.

Ex-assessora da Presidência pagou imóvel em dinheiro vivo

PUBLICIDADE
 DE SÃO PAULO
Rosemary Noronha pagou com dinheiro vivo a maior parte do valor do apartamento em que ela vive na Bela Vista, em São Paulo, segundo a escritura lavrada no 22º Tabelião de Notas de São Paulo.
O valor declarado do imóvel foi de R$ 250 mil, dos quais R$ 211 mil foram pagos em espécie. A escritura foi lavrada em 11 de junho de 2010.
Rose carregou o dinheiro para quitar o negócio em sacos de supermercado, de acordo com o relato de uma pessoa que participou da transação e que fez o relato à Folha sob a condição de que seu nome não fosse revelado.
O apartamento, uma cobertura, fica em frente ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a pouco mais de uma quadra da avenida Paulista. O imóvel tem 105,54 metros quadrados de área útil e fica no mesmo edifício em que Rose já tinha um outro apartamento, transferido em 2003 por R$ 120 mil.
Na época da aquisição da cobertura, Rose já era chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e mantinha estreita relação com os irmãos Paulo e Rubens Vieira sobre assuntos de governo. Na escritura, ela se diz assessora parlamentar.
A cobertura é o terceiro imóvel comprado por Rose desde 2008, conforme certidões obtidas pela Folha.
Os demais são um apartamento de R$ 90 mil em Santos (SP) e outro imóvel na Mooca, zona leste de São Paulo, no valor de R$ 155 mil.
Um dos desdobramentos da Operação Porto Seguro, que indiciou Rose por corrupção e formação de quadrilha, será a investigação de eventual lavagem de dinheiro obtido com supostos esquemas de corrupção. Porém, como os imóveis estão em nome dela, esse tipo de crime não ficaria configurado.
SEM LEMBRANÇA
O pecuarista Amilcar Rodrigues Gameiro, que vendeu o apartamento a Rose em 2010, disse à Folha não se lembrar se o imóvel foi pago em espécie porque a negociação foi feita por um procurador. "Não sei se foi em cheque ou dinheiro. O certo é que não levei esse dinheiro em espécie para o Mato Grosso. Seria muito perigoso", disse.


COMENTÁRIOS DOS LEITORES DO NASSIF
1) Putz, uma cobertura de "105m2" é quase um imóvel da cohab! 
2) Apartamento de 155mil, aqui na minha cidade é   o  valor da minha casa  minha vida , e em santos por 90 mil,  é  um cubículo,   a folha não tem nem vergonha de publicar esses valores e falando de malotes triliardários?... se ela tivesse na lista de Furnas  estaria com mansão nos jardins em São Paulo e não moraria em  pocilgas.
3) Mas convenhamos: R$211.000 divididos em notas de R$100, dão 2.110 notas. Empilhadas à razão de 3 notas/mm dá uma pilha de 70 cm de altura. Se for em notas de R$ 50 dá uma pilha da altura de uma pessoa. Em vez de acomodar esta quantia em vários sacos de de papel, não seria mais prático levá-la em um carrinho do supermercado?
Segundo um e-mail que ainda circula na web, Lulinha comprou uma fazenda (hora no MT, hora no PA, hora em SP) por R$47.000.000, à vista, quantia levada em malas em um taxi aéreo. Com o mesmo empacotamento acima as notas empilhadas alcançariam uma altura próxima de 150 metros, ou seja, um prédiozinho de 50 andares.
É nisso que dá o recrutamento de estagiários das faculdades Demi-bouche e Halfmouth para as redações dos newpapers em fase de extinção...
5) enquanto isso na prefeitura de sp, alguém compra 200 imóveis e ninguém apura como pagou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário