do blog do Mello
... costumo, em geral, me informar na contramão do que diz, por exemplo, a Globo.
Quem não se lembra do acidente com o avião da Gol, quando morreram 154 brasileiros, graças à incompetência e arrogância de dois pilotos estadunidenses, que não conheciam a aeronave e voavam pelos céus do Brasil como Tarzan nos cipós da selva africana de quadrinhos?
As Organizações Globo e em geral a mídia corporativa acusaram o governo brasileiro de botocudo por querer que os pilotos ficassem no Brasil, até que as investigações apontassem o que houve no céu, quando os dois aviões se chocaram.
A grita da mídia valeu e Joe Lepore e Jan Paladino - os "americanos tranquilos" - estão livres,. leves e soltos nos EUA, enquanto as famílias dos mortos aguardam que a justiça seja feita.
Por isso, suspeito que o vazamento da Chevron no Campo do Frade, na Bacia de Campos, RJ, seja o maior desastre ambiental de nossa história. Globo e o restante da mídia corporativa não caem de pau na Chevron, mas não a defendem ou inocentam.
Ainda nem começaram a culpar a Petrobras e o governo da presidenta Dilma pelo vazamento. Portanto, a coisa deve ser séria. Muito séria. A ponto de a Chevron tentar sair à francesa, abandonando o campo e o Brasil, antes que a orquestra pare de tocar no Titanic.
Segundo informação do G1, das OG, "Situação em bloco da Chevron está fora de controle". E quando eles falam assim de uma das maiores empresa de petróleo do mundo eu acredito.
Segundo a reportagem, o delegado de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Fábio Scliar, declarou que se trata de uma ocorrência alarmante, já que a indústria não está preparada para responder ao fenômeno:
"A situação é grave e está fora de controle. Espero que não haja consequências, mas como é uma situação inédita, a indústria não está preparada para responder. Não se sabe o que fazer, nem como."
Por isso fez bem a Justiça Federal do Rio quando determinou que 17 executivos das empresas Chevron e Transocean estão proibidos de deixar o país sem autorização judicial.
Os 17 executivos da Chevron e da Transocean — indiciados por prática de crimes ambientais e impedidos de deixar o Brasil — poderiam ter evitado o vazamento de óleo na Bacia de Campos se não tivessem insistido em perfurar poço com pressão superior à tolerada pelo solo. É o que apontam documentos do Ministério Público Federal e da Polícia Federal aos quais O GLOBO teve acesso nesta segunda-feira. O envolvimento direto ou indireto desses executivos na perfuração foi o principal argumento do MP para obter da Justiça a apreensão dos passaportes na noite de sexta-feira, na tentativa de impedir uma eventual fuga do país.
(...) Indagado pela Polícia Federal se a pressão excessiva, de 9,5 libras por galão, não era um procedimento arriscado, Slaney, gerente de off shore da Transocean, disse em depoimento que considerava “um risco aceitável”. [Fonte]
Que não aconteça como no acidente da Gol e eles fiquem por aqui até o fim do processo, quando a Justiça brasileira vai decidir se é ou não aceitável o risco que eles nos impuseram.
Paralelo bem forçado. Vou mandar a medalha Policarpo Quaresma pro cara.
ResponderExcluirAntes de mandar a medalha pro cara, vamos esperar mais um pouco... também tenho a nítida impressão de que vai surgir mais coisa!...
ResponderExcluirPela Chevron, talvez.
ResponderExcluirO que me aborreceu foi o tom "americano malvado!" em relação aos pilotos do Legacy. O Brasil quebra um "acordo" internacional quando fica nesse afã inquisitorial de processar criminalmente pilotos, quando um acidente é sempre uma seqüência de erros: do piloto, das torres, dos projetistas do avião, etc. Ficar criminalizando estas coisas tem como única conseqüência a ocultação de ocorrências.
Vc tem razão Elvis : Nos EUA existe grande resistência contra se mover ações criminais contra pilotos, companhias, controladores de voo e atores correlatos em caso de acidentes aéreos, mas há muitos casos de promotores que movem ações cabeludas, desde 1989. Na Europa também.
ResponderExcluirVeja aqui
http://www.iasa.com.au/folders/Safety_Issues/RiskManagement/GeoffreyThomas.html
Mas como fica?... pilotos podem fazer o que querem e fica tudo o dito pelo ñ dito?...
Esse caso do Legacy x Gol – 1907 realmente ñ é um exemplo muito didático pois foi totalmente deturpado pelo fato de o PIG querer por toda lei envolver o Lula na trapalhada e institucionalizar o “Caos Aéreo” como ferramenta política.
Sim, estão errados. Claro que não é "fazer o que quiser", não é imunidade diplomática. Conduta criminosa dolosa cai fora desse escopo.
ResponderExcluirPor exemplo, o voo 254, que caiu não muito longe do 1907. (Já a proximidade quer dizer algumas coisas.) O Garcez e o co-piloto foram condenados, mas não cumpriram pena na cadeia. De que adianta? O Garcez era bem conhecido no meio aeronáutico como "um mala" mas isso não o torna um criminoso. Aliás, o grande erro dele foi tentar ocultar o erro ainda no ar... por medo de demissão. A forma que a Varig imprimia o plano de voo induzia a erro. Nunca é uma coisa só.
No caso do Legacy, houve um erro mais crasso do piloto (mudar altura) que também pode gerar discussão sobre como um plano de voo é descrito; um possível erro de desligar o transponder, que pode ser muito bem bug de software, houve desatenção do controle de terra, por sobrecarga, falta de radares etc. e um bocado de azar, pelo menos isso o Garcez teve a mais na hora fatal.
Assim como tem PIG, tem ufanista que quis ver os dois enforcados em praça pública "porque eram americanos".
Quis dizer "(não mudar altura)" -- ao passar por Brasília o Legacy deveria ter mudado de altura.
ResponderExcluirBem sempre resta ao ufanista a constatação de que um avião Embraer não cai, nem mesmo se bater num Boeing 737. Quando ficar rico vou comprar um desses :)
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