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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Black Blocs again




texto de meu amigo Romulo Mafra (lolo) de Itajaí/Navegantes, no
O menino que não machuca  






NOTA DO INDIO AQUI
mantive a forma escrita característica do autor e grifos originais





já escrevi algumas vezes minha opinião no Facebook sobre os Black Blocs, manifestações violentas e afins. acho que já dá pra trazer pra cá um pouco do que escrevi lá. e começo com o que escrevi hoje, sobre o rolo lá em São Paulo, durante uma manifestação que, novamente, acabou de um forma que já tá virando previsível:

São Paulo em chamas… caminhões e ônibus queimados (já passam de oito, parece), carros e caminhões assaltados, lojas saqueadas, na manifestação contra a morte de um garoto de 17 anos pela PM (segundo versão do policial, por engano).

e agora pouco, há 3 minutos atrás, a Record mostrava uma cena ao vivo da captura de algumas pessoas, só que quando chegam, a polícia, em vez de prender, começa a espancar o rapaz… quando o espancamento começou a ficar mais sério, infelizmente, cortaram a imagem.

tristes (todas) imagens desta segunda-feira. A coisa está ficando muito, muito séria. e o problema está em todos os lados.

o problema, agora, é que estas ações provocadas agora à noite, são “embasadas” até politicamente pelas pessoas que acham que esse é o caminho pra se mudar alguma coisa. Enquanto isso, centenas e centenas de pessoas se sentiram acuadas pelos criminosos que tentaram ou roubaram carros, caminhões, ônibus, empresas (a PM teve de cercar uma parada de caminhões, das maiores da região, pois queriam invadir pra saquear).

claro que temos de contextualizar TUDO isso, e aí, sinceramente, este povo todo não estaria errado, pois estaria, em tese, lutando contra a exploração diária com que vivem diante de um capitalismo cada vez mais selvagem e que mata diariamente, de várias formas, seja pela fome, seja pela exclusão social, pela violência do estado contra negros e/ou pobres, pelos preconceitos a que são submetidos, e este é o único jeito que conseguem expressar seu estado de exclusão do Capitalismo.

sei que vão me criticar por esta contextualização — o que não quer dizer que ache que é melhor modo pra se lutar contra o Capitalismo (neste momento não acho) –, mas ela é real, acreditemos ou não nela.

Onde está o grande problema do nosso tempo?

além do Capitalismo, que gera todos estes problemas, descontando ele, é claro, o problema é a FAMÍLIA, o núcleo familiar, que abandona seus filhos na busca insana pelo TRABALHO/DINHEIRO (ou seja, o problema é o Capitalismo que faz estas famílias abandonarem tudo em nome do $uce$o). este sim é o pior dos problemas! e que, infelizmente, continuará ignorado pela maioria, que prefere achar outros tipos de culpados.

enfim, sobre estes tipos de manifestações, inclusive as de cunho político (e esta de hoje não foi, foi simplesmente rebeldia popular — que acaba virando criminosa, de acordo com a lei), só servem pra se aumentar a repressão policial.

e como diz Kroptikin, em sua crítica ao famoso anarquista Bakunin, “nenhuma revolução social pode triunfar se não for precedida de uma revolução nas mentes e nos corações do povo”, e acho que nem se precisa explicar muito esta frase, né?

claro que estas manifestações violentas, que violenta INCLUSIVE O TRABALHADOR (como uma amiga do Rio que falou dos pontos de ônibus depredados e que colocaram os trabalhadores que precisavam dele todos na chuva nesta segunda), TALVEZ, daqui algum tempo, tenham servido para alguma coisa, mas, no calor do momento (e no calor do momento sempre podemos estar equivocados), só vejo esta violência servindo para a maior repressão (e as pesquisas já apontam que a maioria esmagadora da população está contra as manifestações violentas) e esvaziamento das manifestações populares.

é o que analiso neste momento. e isso pode mudar futuramente.

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