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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Aécim (Faraó das Alterosas) ainda não entendeu nada



por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo



Aécio não entendeu as manifestações de junho, como se tem visto em suas falas, incluídas as da noite desta terça-feira no programa de tevê do PSDB...

E se ele não entendeu os protestos ele não está entendendo nada. É possível que ele se lance candidato à presidência da República em 2014 sob a mais espessa ignorância, com o previsível desfecho de ruínas e lágrimas.

Os protestos, ao contrário do que disse hoje Aécio, não giraram em torno da “corrupção” ou mesmo dos “serviços públicos”. Na raiz das manifestações estava o descontentamento com a desigualdade social, e com a velocidade – muito aquém da desejável – com que o PT vem enfrentando esta tragédia nacional em dez anos de poder. O que as ruas disseram foi que não queriam mais aturar alianças do PT como as feitas com Paulo Maluf e os ruralistas porque o preço social é muito alto.

Mais inclusão foi a principal bandeira das chamadas Jornadas de Junho.

Quando a direita tentou encampar as manifestações, ela trouxe à cena a batidíssima – corrompida, é melhor — causa da “corrupção”.

Sabemos quantos crimes foram cometidos, ao longo da história, em nome do “combate à corrupção”.

Os genuínos mobilizadores – sobretudo o pessoal do Passe Livre de SP – debandaram quando os espertalhões quiseram se apropriar dos protestos. E então eles micharam.

Ecos dos ganidos anticorrupção de ouviram em frente do STF em Brasília nos dia em que Celso de Mello desempatou a votação em favor dos embargos infringentes. Segundo um tuíte de uma jornalista da Globonews, o protesto no STF juntou “50 pessoas e uma vuvuzela”.

Aécio não entendeu nada. Ele é a continuação, pela política, da voz obsoleta e cada vez menos ouvida da mídia.

Coloquemos assim. Aécio está para a política assim como Merval Pereira ou Reinaldo Azevedo estão para o colunismo político. Vivem, todos eles, numa espécie de universo paralelo, e parecem não se dar conta de que ninguém os ouve fora de um círculo cada vez menor.

O espírito do tempo é a indignação contra a iniquidade, contra a predação feita por um pequeno grupo contra os chamados 99%.

Mas Aécio não enxerga isso. Por isso é um candidato tão ruim – ok, quase tão ruim – quanto Serra seria.

O PSDB, caso não queira marchar para a extinção, vai precisar de um homem como o Papa Francisco. Alguém que empurre o partido na única direção possível num Brasil como o que temos: rumo aos pobres.

Qualquer partido que queira desafiar o PT terá que batê-lo aí – na arena do combate à iniquidade.

Existe um homem à Francisco no PSDB? Não sei. Suspeito que não. Mas não tenho certeza.

O que é batata, como dizia Nelson Rodrigues, é que Aécio não é esse cara.

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