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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Ih... estão se estranhando de novo



por Vladimir Platow, no New Eastern Outlook - Tradução da turma do Vila Vudu e publicado pelo meu amigo Castor em seu ótimo blog



Espião alemão empregado da Bundesnachrichtendienst, BND [Serviço Federal Alemão de Inteligência] foi preso em Berlim no início de julho de 2014. Foi acusado de ter entregue documentos secretos a serviços estrangeiros, a saber, à CIA-EUA. Poucos dias depois foi noticiado que as agências alemãs estavam à caça de mais um espião norte-americano que estava roubando informações do Ministério alemão da Defesa.

A Secretária-Geral do Partido Social Democrata (SPD) alemão, Yasmin Fahimi exigiu que o país fizesse uma lista de “contramedidas efetivas” que permitam à Alemanha proteger seus segredos nacionais e impedir que sejam roubados por Washington. Falando pela televisão em rede nacional, Yasmin Fahimi disse que:

"A Alemanha ainda não é uma república de bananas". (????)

O incidente que envolve um espião da CIA exposto nas fileiras da mais alta segurança alemã foi interpretado pela maioria dos europeus como total nonsense: já se sabia que foram roubados 218 documentos mais top-top secret, de dentro dos “cofres” da segurança alemã, por um funcionário de 31 anos, Marcus R., ao longo dos dois anos durante os quais ele cooperou com a agência dos EUA, oficialmente, então, a “amigável CIA”. A Casa Branca pagava ao “agente leal” (como se dizia então na “república alemã de bananas”) “prêmios” de até 25 mil euros, sem contar os colarezinhos de vidro e as peninhas coloridas.

Mas, segundo o jornal alemão Bild, a investigação descobriu, nesse janeiro/2015, que aquele mesmo agente duplo entregou à inteligência dos EUA uma lista de 3.500 nomes de funcionários da inteligência federal alemã, que trabalham atualmente pelo planeta. Não é coisa que se possa “noticiar” como expressão da lealdade e da amizade de Washington em relação à Alemanha.

Essas atividades agressivas da inteligência dos EUA dentro da Alemanha sempre foram rotina, mas nenhum político proeminente, nesse estado vassalo, manifestara publicamente qualquer preocupação por aquele tipo de ação da CIA em território alemão. De fato, ao longo dos últimos anos, segundo o jornal alemão Suddeutsche Zeitung, a inteligência federal alemã tem transferido dados pessoais de cidadãos alemães para a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), através do maior ponto centro neutro de troca de dados da Internet, DE-CIX em Frankfurt.

Segundo o jornal, a NSA está interceptando até 500 milhões de telefonemas e mensagens por Internet na Alemanha, mensalmente. E tudo isso foi e ainda é feito apesar de a informação privada ser protegida pela Constituição Alemã. O que parece é que o bem-estar do “big brother” é muito mais importante para a maioria dos políticos alemães que a própria Constituição alemã. Além do que, a NSA fez inúmeras tentativas para servir-se do DE-CIX para obter um perfil do grupo European Aerospace and Defense e seu administrador francês – informação que Edward Snowden “vazou” ano passado.

Segundo numerosas publicações em Bild e Sonntag, mais de uma dúzia de empregados de ministérios e departamentos alemães continuam a trabalhar como informantes da CIA.

Deve-se lembrar que se observou acentuado crescimento nas atividades da inteligência dos EUA contra a Alemanha no início de outubro de 2013, quando Edward Snowden anunciou que a CIA e a NSA gravavam TODOS os telefonemas de Angela Merkel [e também da Presidente Dilma Rousseff, do Brasil (NTs)]. O escândalo foi objeto de uma conversa telefônica entre a chanceler alemã e o presidente dos EUA, em janeiro de 2014. Pouco depois, os EUA declararam uma política “de não espionar líderes de países amigos” (sic).

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