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sábado, 30 de novembro de 2013

O helicóptero era um "Transformer"

O MP-MG processará o helicóptero por carregar 1/2 ton de cocaína sozinho. Piloto e proprietários foram enganados!... 

É um Transformer!...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Utilidade publica dos índios aqui: cadastro ambiental rural


Flavia Camargo, no ISA - Instituto Sócio Ambiental


O cadastro ambiental rural (CAR), instituído em âmbito nacional pela Lei 12.651/2012, poderá ser uma importante ferramenta para a gestão ambiental das propriedades rurais. Entretanto, tendo em vista as perspectivas atuais, se não houver mudanças efetivas no processo de estabelecimento do CAR nacionalmente, esse instrumento poderá se tornar uma ferramenta inócua.

O sistema nacional que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) está desenvolvendo apresenta fragilidades, o que poderá comprometer a qualidade do CAR. Esse sistema será adotado pelos estados que não tiverem sistemas próprios de cadastramento. Estima-se que 15 estados irão adotar o referido sistema.

Com o objetivo de simplificar o processo, esse sistema retira a obrigatoriedade de um técnico para a realização do cadastro e, assim, permite que o próprio produtor rural faça a sua planta do imóvel com a delimitação do perímetro e das respectivas áreas de conservação, diretamente sobre a imagem de satélite. Embora possa parecer que essa estratégia facilitará, a princípio, a inscrição dos produtores, ela dificultará a validação do CAR.

Elaborar plantas georreferenciadas (art. 5º do Decreto 7.830/12) não é uma tarefa trivial, principalmente se considerarmos a necessidade de uma precisão mínima para identificar as Áreas de Preservação Permanente (APP) que, de acordo com a nova legislação, poderão ter dimensões a partir de 5 metros. Além disso, identificar as APPs em função da declividade poderá ser uma tarefa ainda mais complexa. Também não é simples compreender a legislação florestal, a qual possui uma série de termos técnicos e situações particularizadas conforme a data do desmatamento e o tamanho da propriedade. Não sendo tarefas fáceis e tendo em vista a baixa capacitação técnica dos produtores rurais no que tange a essas questões, o mais provável é que muitos dos dados do cadastro que serão inseridos diretamente por eles conterão uma série de erros e imprecisões.

Como todos esses cadastros deverão ser validados pelos órgãos ambientais, é fácil perceber que o trabalho desses órgãos será muitas vezes maior do que seria no caso de os cadastros serem elaborados por técnicos qualificados, como já ocorre no Pará, Mato Grosso e Bahia. Se mesmo nesses estados há falhas nos cadastros, é razoável supor que no sistema nacional haverá muito mais falhas. Quanto menos acurados e fidedignos forem os dados inseridos pelos proprietários, maior trabalho terão os fiscais no processo de validação do cadastro, já que terão que atuar mais fortemente junto aos produtores para que as pendências e inconsistências possam ser resolvidas. Além disso, será complicado diferenciar os produtores que simplesmente erraram daqueles que intencionalmente inseriram informações falsas para diminuir seus passivos ambientais.

Demora pode validar ocupações e usos irregulares

Uma questão relevante é que o CAR deveria considerar as especificidades de territórios de comunidades tradicionais, como os quilombolas. Isso pode ser feito oferecendo-se um espaço para inclusão no sistema de um campo específico para territórios protegidos de uso coletivo, a invalidação de registros de ocupantes irregulares de suas terras e o reconhecimento das práticas agrícolas tradicionais. No sistema de cadastro do Estado de São Paulo, por exemplo, nenhuma dessas questões foi contemplada e elas só poderão ser verificadas na etapa de validação, cuja demora pode validar ocupações e usos irregulares, entre outros.

A demora na manifestação do órgão ensejará a validade temporária dos cadastros (art. 2º do Decreto 7.830/12). Dessa forma, esses cadastros, que não foram feitos com a acurácia e a qualificação técnica necessárias, ficarão valendo para todos os fins previstos em lei, até que os órgãos ambientais se manifestem. Isso poderá prejudicar, inclusive, as políticas de incentivo econômico à conservação que estão sendo formuladas e que precisam de um cadastro de qualidade para funcionar.

Nesse sentido, é preciso rever essa estratégia de CAR baseada no “desenho” feito pelos produtores, sem um responsável técnico. O CAR é para ser um instrumento de planejamento territorial e de monitoramento da cobertura florestal dos imóveis rurais e para isso precisa atender a determinadas especificações técnicas. Facilitar a inscrição no CAR, prescindindo da qualidade, é criar um instrumento sem eficácia, que não justifica todo o investimento público já realizado.

Para tanto, deve-se exigir dos grandes e médios produtores que se inscrevam no CAR por meio do acompanhamento técnico necessário, para que possam devidamente apresentar a planta e o memorial descritivos exigidos na lei (art. 29, inciso III, Lei 12.651/12). Para os pequenos produtores será mais eficiente disponibilizar, desde o início do processo, os técnicos para a inscrição no CAR. Dessa forma, o Poder Público, por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e de outras parcerias, atenderá ao seu dever legal de prestar apoio técnico e jurídico aos pequenos produtores (art. 8, § 2º, Decreto 7.830/12), garantindo já na entrada do processo de cadastramento as informações fidedignas, para que os órgãos ambientais possam validá-las.

Prazos

Uma das justificativas apresentadas pelo MMA para que o CAR tenha um processo o mais simplificado possível é a de que os prazos da lei são exíguos. Todos os produtores deverão estar inscritos no CAR até dois anos após a implantação do sistema. Como a lei não determinou um prazo para que os cadastros sejam validados, o MMA não está atento ao fato de que um sistema como esse poderá até possibilitar o cadastramento no prazo de dois anos, mas implicará numa morosidade significativa no processo de validação, tendo em vista o número de imprecisões e erros que o sistema induzirá.

Outro argumento utilizado para se preterir do apoio técnico é que poderá não haver profissionais suficientes para realizar o CAR no tempo hábil determinado pela lei. Mesmo que isso seja uma possibilidade, este também não é um argumento válido. Que valor teria um CAR com uma série de inconsistências e pendências? De que adianta acelerar o processo de cadastramento dos produtores para cumprir os prazos se os órgãos ambientais (que também têm poucos técnicos) terão maior dificuldade em validar os cadastros.

Um caminho possível para contornar essa limitação é promover a capacitação dos técnicos de ATER e de outras entidades para a realização do CAR. Se o número de técnicos capacitados ainda não for suficiente para promover o cadastramento no prazo da lei, é mais coerente adiar os prazos do que abrir mão de um cadastro com a qualificação técnica mínima necessária.

É importante destacar ainda que embora não exista prazo expresso na lei para a validação do CAR, há prazos legais para a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Diante desse quadro, fica a pergunta: como os produtores poderão aderir ao PRA sem que seu CAR esteja validado? Não podemos conceber que o PRA será definido sobre um CAR não validado e muito menos que o processo de validação seja feito com menor rigor, para que os prazos do PRA sejam cumpridos.

Em suma, permitir um sistema frágil de cadastramento para que metas quantitativas sejam atingidas não apenas impossibilita resolver o problema como cria outros. Tendo em vista que o CAR será um instrumento fundamental não apenas para o PRA, mas também para uma série de outras ações governamentais, a preocupação central do MMA deve ser garantir um CAR de qualidade. Para isso, reiteramos a necessidade de que os mesmos tenham o devido acompanhamento técnico. Todas as organizações e movimentos sociais que trabalham com a questão ambiental no meio rural deveriam exigir que o MMA, como coordenador do processo, assegure a qualidade do CAR, caso contrário, não teremos um instrumento adequado para orientar as ações necessárias à conservação ambiental nos imóveis rurais.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Bancos numa sinuca de bico ante a Justiça de Don Quincas e os outros agora









Está marcada a data [Ver abaixo Nota 1: Decisão adiada para 2014] para o Supremo Tribunal Federal consagrar o direito dos poupadores de receber a correção monetária de suas poupanças confiadas aos bancos há quase 25 anos.

Naquela época, os bancos não repassaram o IPC — Índice de Preço ao Consumidor aos poupadores, nas contas da primeira quinzena, sob a frágil escusa de que o Plano Verão, instituído em 15 de janeiro de 1989, alterara o índice de atualização para LFT — Letras Financeiras do Tesouro.
 
Indignados, os cidadãos buscaram o Poder Judiciário que há muitos anos firmou entendimento no sentido de reconhecer as perdas dos poupadores com aniversário na primeira quinzena de janeiro de 1989 como devidas no percentual de cerca de 20% do valor aplicado, corrigidos monetariamente.

A fundamentação das decisões é irretorquível: a lei que instituiu o Plano Verão, em vigor a partir de 16/01/89, estabelecia novo critério de correção monetária para os contratos firmados ou renovados a partir daquela data, não podendo retroagir para atingir os contratos de poupança com aniversário na primeira quinzena de janeiro — cujo período de 30 dias já havia se iniciado e apenas o recebimento dar-se-ia na primeira quinzena de fevereiro.

Dos magistrados de primeira instância ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, a voz única é de que a atitude dos bancos violou direitos constitucionais basilares, o direito adquirido dos poupadores e o ato jurídico perfeito.

Mas a empáfia das instituições financeiras não as permitiu aceitar a decisão unânime da Justiça.

Por meio de uma ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (a ADPF 165), que será julgada nos próximos dias, buscam destruir o direito consagrado dos cidadãos de reaverem as perdas das poupanças, aguardado por mais de duas décadas.

Juridicamente, a medida intentada pelos bancos é inaceitável.

A ADPF é uma ação constitucional de natureza autônoma que se presta a evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do poder público. Não há qualquer preceito fundamental violado.

O próprio poder judiciário é que determinou a devolução do dinheiro do poupador.

Não se pode considerar que as decisões judiciais sejam atos normativos com potencial para violar preceito fundamental, porque decorrem do exercício da função jurisdicional e observam o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e a utilização dos recursos inerentes.

Pressupor que a suprema corte, por meio de um instrumento não cabível, desconstrua o que milhares de decisões judiciais de todas as instâncias, inclusive suas próprias decisões, declarou como direito dos poupadores, só mesmo fruto de muita insolência.

Os bancos também apelaram na ADPF para o aspecto econômico, sugerindo o risco de um abalo sistêmico no sistema financeiro – argumento que soa mais como piada.

Sobre isto, ministro Ricardo Lewandowski, relator da ADPF 165, afastou liminarmente a pretensão das instituições financeiras deitando dados e mais dados sobre a lucratividade extraordinária e desmedida dos bancos, o que impedirá a trepidação no sistema financeiro se os bancos forem compelidos a devolver o que tomaram dos cidadãos.

Desrespeitosamente, os bancos insistiram no pedido de liminar, no período de férias, tentando convencer o então presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, e receberam um novo não.

Finalmente, passados mais de quatro anos desde que o ministro relator negou a liminar dos bancos, chegou a hora aguardada pelos poupadores de receber a decisão final do Supremo Tribunal Federal que fará os bancos finalmente se curvarem e obedecerem a lei.

Elici Cechhin Bueno é coordenadora-executiva do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) 
 -  
Mariana Alves Tornero é advogada do Idec

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[1] STF deixa para 2014 decisão sobre perdas causadas pelos planos econômicos

Ministros decidem que, após ouvir relatórios e sustentações orais, julgamento será suspenso e votos sobre perdas serão proferidos apenas no ano que vem

por Redação RBA

São Paulo – O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, no início da tarde de hoje (27/11), o julgamento do direito dos poupadores a diferenças de correção monetária em depósitos em caderneta de poupança, pelas perdas decorrentes dos planos econômicos nos governos Sarney e Collor: Cruzado (1986), Bresser (1998), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991).

Mas os ministros decidiram que, após a leitura dos relatórios e as sustentações orais das partes, o julgamento será suspenso até o início de 2014, em data a ser definida pelo presidente Joaquim Barbosa, quando serão conhecidos os votos.

Primeiro a falar, o ministro Marco Aurélio propôs pelo adiamento do julgamento para fevereiro de 2014. A questão foi colocada em votação e, por maioria, o plenário decidiu por uma solução intermediária.

Marco Aurélio argumentou que o Supremo tem “tradição de não analisar temas mais complexos” em períodos de fim de ano. “Somos humanos, não somos semideuses. Chegamos ao fim do ano exauridos”, justificou, ressalvando que todos na Corte “estão preparados” para proferir seus votos sobre a “complexa” matéria.

O tribunal vai julgar os Recursos Extraordinários (RE) 626307, 591797, 631363 e 632212 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 165. Estima-se que haja no Judiciário aproximadamente 390 mil processos parados em diversas instâncias aguardando a decisão do STF.

O julgamento é aguardado com grande expectativa pelo governo federal. Na segunda-feira (25), o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou haver “uma grande preocupação sistêmica”. “O Brasil venceu muitos desafios econômicos, institucionais, democráticos. E esses desafios produziram a nossa estabilidade econômica, que tem que ser preservada.”

Pela estabilidade do sistema financeiro, a Advocacia Geral da União (AGU) e o Banco Central se posicionam a favor dos bancos. Uma decisão a favor dos poupadores causaria prejuízo estimado em R$ 149 bilhões em valores atualizados, segundo o governo. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) é um dos principais defensores dos correntistas. A entidade participa do julgamento da ADP 165, que tem Ricardo Lewandowski como relator e foi apresentada pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif), pedindo a constitucionalidade dos planos econômicos.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os vira-latas em Teerã


por Paulo Moreira Leite, em seu blog na IstoÉ


O caráter colonizado de grande parte de nossos observadores diplomáticos teve poucos momentos tão vergonhosos como em maio de 2010. Naquele momento, Brasil, Turquia e Irã assinaram um acordo nuclear que, em seus traços essenciais, era um rascunho exato do acerto fechado ontem, em Genebra, com apoio de Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Alemanha. 

Após três anos e seis meses de tensão e novas ameaças de confronto, o óbvio ficou um pouco mais ululante.
Desmentindo o discurso imperial que em 2010 tentava apresentar uma intervenção militar como inevitável diante da “intransigência” iraniana para defender seu programa nuclear, o novo acordo confirma que era possível avançar numa solução pacífica, respeitando a vontade soberana daquele país. Apesar disso, quem não sofreu uma perda seletiva de memoria irá lembrar-se do que ocorreu há três anos.
 
Com apoio inicial da Casa Branca, que voltaria atrás sob pressão de lobistas a serviço da extrema direita de Israel, Lula tomou a iniciativa de atrair o Irã e a Turquia para as conversas. Foi uma ideia do presidente brasileiro, a partir de conversas prévias com o então presidente do Ira, Mahmoud Ahmadinejad, em Nova York. Informado, Barack Obama aderiu a ideia, ainda que relutante. O chanceler Celso Amorim atuou nos bastidores entre os envolvidos. 

Quarenta e oito horas depois, enquanto os Estados Unidos propunham uma nova rodada de sanções contra o Irã, inviabilizando um pacto que bastante razoável, Lula tornou-se alvo de um massacre externo e, especialmente, interno. Fez-se o possível para ridicularizar sua atuação, como se fosse um caso patológico de caipirismo diplomático. Refletindo o tom geral, um comentarista chegou a mandar os pêsames para o presidente brasileiro. Como explicar essa postura?
Um ponto, claro, era eleitoral. Cinco meses depois da viagem de Lula a Teerã, a população brasileira iria às urnas e era importante impedir qualquer vitória de seu governo, que poderia ajudar a eleição do ainda poste Dilma.

Outro aspecto é o complexo de vira-latas, que não consegue enxergar oportunidades que a conjuntura internacional pode oferecer ao país. Não se perdoou a indisciplina de Lula em relação a Washington. Já que Obama havia mudado de ideia, como é que o governo brasileiro se atrevia a teimar com seu projeto?
Como escreveu o professor José Luiz Fiori, em 2010, “o que provocou surpresa e irritação em alguns setores,não foram as negociações, nem os termos do acordo final, que já eram conhecidos. Foi o sucesso do presidente brasileiro que todos consideravam impossível ou muito improvável. Sua mediação (...) criou uma nova realidade que já escapou ao controle dos Estados Unidos e seus aliados. “

O ponto principal envolve o caráter provinciano do pensamento diplomático estabelecido no país. Incapaz de enxergar novos horizontes quando a situação internacional permite – como estava claro em 2010 – nossos professores de fim de semana procuram sabotar uma diplomacia que, vê-se agora toda clareza, abria oportunidades.
Chato, né?

Intepretação de textos na internet




por Leonardo Sakamoto, em seu blog




Atentem para o texto:

Vovó viu a uva.


Interpretação 1:

O jornalista é um idiota vendido para ONGs internacionais que acha que o alimento que ele consome vem da gôndola do supermercado. Não imagina que, por trás de tudo, e sustentando tudo, inclusive o superávit da balança comercial, há um pujante agronegócio e abnegados produtores rurais. A idosa em questão apenas viu a uva, mas por que ele se nega a dizer quem a plantou? Qual o interesse de esconder em seu texto ativista quem a cultivou? Quem a selecionou e trouxe para a mesa da idosa a fim de que pudesse ser vista? O agronegócio está cansado e a população deve fazer uma escolha: ou produzimos uvas ou preservamos o meio ambiente. Mais respeito com o produtor rural e menos preocupação com índios, quilombolas e ribeirinhos, que, como todos sabemos, não produzem uva.

Interpretação 2:

Esta necessidade do politicamente correto vai acabar conosco mais cedo ou mais tarde. Certamente a vovó não viu a uva, nem tinha interesse em vê-la. Mas o jornalista , capacho de um feminismo de botequim, inseriu a vovó na história só para poder comer a mulherada que lê seus artigos, se fazendo de, como posso dizer, sensível. O cretino quer ganhar uma avaliação positiva no Lulu. Todos nós sabemos que a vovó está mais interessada em fazer um bom tricô, cozinhar um bolo para a família, cuidar dos netos ou conversar com as amigas na varanda. Ver a uva é coisa de homem, sempre foi. Afirmar que vovó viu a uva só ajuda a desestabilizar a família brasileira, criando embaraços para o vovô, que lutou a vida inteira para sustentar a casa e garantir que uvas chegassem à família. E, agora, ele não pode nem ver o fruto do seu trabalho? Tristes tempos são estes…

Interpretação 3:

O “jornalista'', ao trazer essas obscenidades para as nossas casas, ajuda a entregar seus filhos de mão beijada para o capeta, que é ardiloso. O livro de Levítico é muito claro: Mulher nenhuma poderá ver a uva de ninguém, a não ser a do seu próprio marido, com união consagrada perante Deus e apenas com fins de procriação. Mulher ver a uva é abominação, com pena de apedrejamento em praça pública. Antes desse clima de permissividade, nem se falava da uva em público. Hoje, uma cena grotesca, como uma pura vovó vendo uma uva, é difundida pela internet sem pudor. Graças ao Senhor Jesus, contudo, nós temos o pastor Marco Feliciano na Comissão de Diretos Humanos e Minorias que deve aprovar um projeto de lei impedindo que a uva seja vista e pronunciada. Salve, aleluia, salve! Converta-se enquanto é tempo!

Interpretação 4:

Nós da Associação Empresarial dos Amigos da Escola gostaríamos de vir a público, através desta nota, para demonstrar nosso desprezo contra a invasão de comunistas na educação das crianças deste Brasil demonstrada neste texto. Ao invés de aproveitar a alfabetização para incutir na juventude valores caros à nossa sociedade como a livre iniciativa, a competitividade, a meritocracia e o darwinismo sócio-econômico, eles esvaziam a educação básica com questões sem importância vovós e uvas. Vejamos o caso de Joãozinho. Se ele tivesse se alfabetizado através dessa cartilha hoje seria um Zé Povinho. Ao contrário, usando o método de inclusão cidadã da Associação Empresarial dos Amigos da Escola, ele partiu de uma criança que devorava biscoitos feitos de barro e brincava com ossinhos de rabo de zebu para se tornar o CEO de uma grande multinacional . Se Joãozinho de tornou alguém sem a ajuda do Estado ou de vovós, sem depender de professores que só reclamam de salários e faltam às aulas, por que insistirmos em custos caríssimos, gastando em uvas na merenda escolar?

Interpretação 5:

A Vovó viu a uva porque é uma petralha vagabunda, que mama nas tetas do governo federal, depois de ter conseguido um cargo porque trabalhou na campanha de um mensaleiro. Enquanto o brasileiro nem sonha com cheiro de laranja, essa desqualificada de esquerda come cachos de uva comprados com nossos IMPOSTOS! Mas o gigante acordou e esse caso será levado para o Supremo Tribunal Federal para a cassação do patrão da vovó e a restituição de todas as uvas a seus proprietários de direito, que são os homens de bem do Brasil.

Interpretação 6:

Vovó vê uvas, codornizes e caviar porque ficou de bico fechado para fazer vistas grossas no escândalo do trensalão paulista. Na verdade, as uvas estão em cima da mesa da vovó desde a fundação do país. Esteve nas capitanias hereditárias, na Casa Grande, nos Palácios do Café até chegar às mesas dos Jardins, com gosto de um capitalismo decrépito que, crise atrás de crise, está caindo de velho diante da organização popular. O povo está com fome e não quer comer brioches, mas sim uvas. As uvas que hoje o capital saboreia. Apesar da vovó, amanhã há de ser outro dia.

Interpretação 7:

Vovó viu a uva significa que a vovó viu a uva.

Qual delas vocês acham que faz menos sucesso na internet?

Erro médico e erro médico!...


por Renata Mielli, em seu blog

Na ultima sexta-feira, 22, o Estadão estampou em uma de suas chamadas de capa a manchete “Médico cubano é afastado por erro”. Na linha final prossegue o jornal “Isole Gomez Molina, do Programa Mais Médicos, é acusado de prescrever dose quatro vezes maior de dipirona a bebê”.

Na notícia, o repórter teve o cuidado de ouvir o depoimento da mãe, que afirmou ter recebido do médico a orientação correta de como ministrar o medicamento – 1 gota por quilo do bebê, portanto 4 gotas. Mas, na receita, o médico prescreveu a quantidade como 40 gotas. A mãe, orientada corretamente, ministrou no filho a dosagem certa. Como a febre não baixara, procurou novamente atendimento médico e levou a receita. A médica que a atendeu pela segunda vez, fez a denúncia à Secretaria de Saúde. O profissional foi levado à sindicância para apuração e afastado por este período. Para ler a notícia completa clique aqui.

Em primeiro lugar, tanto a postura da mãe, quanto a dos órgãos competentes estão corretas. A médica que fez a denúncia também agiu corretamente, mas talvez pelas motivações erradas, as mesmas que geraram o destaque deste fato que ocorreu em Feira de Santana – BA, no Estadão. Qual seja: o preconceito contra os médicos estrangeiros.



Erro médico é erro médico, uns tem consequências maiores outros menores, mas todos precisam ser apurados. O Estado brasileiro precisa aprimorar cada vez mais as condutas e orientações para que estes erros sejam evitados. A questão é quantos erros médicos ocorrem todos os dias no Brasil? E quando eles são notícias em grandes veículos de comunicação?

Geralmente ganham destaque nacional os erros que levam a morte ou a lesões importantes. Se a mídia fosse dar destaque para todos os erros que acontecem em diagnósticos, prescrições e procedimentos – com o mesmo espaço que deu para a notícia em questão – teria que dedicar páginas e páginas para isso.

O que está por trás desta notícia não é o erro em si, mas a tentativa de desqualificar a atuação dos profissionais estrangeiros – particularmente os cubanos – que participam do programa Mais Médicos. Outro objetivo é desqualificar o programa em si, o ministro Alexandre Padilha e o governo como um todo.

A reação das entidades médicas brasileiras, de parte da categoria e de setores conservadores da sociedade ao programa Mais Médicos tem sido virulenta e xenófoba. Nascem do preconceito social, racial e político. Crescem a partir do sentimento corporativista, de reserva de mercado, como se a saúde das pessoas fosse um mercado consumidor a ser disputado. Essas motivações desencadearam uma campanha agressiva e que ignora o interesse público e a carência de milhões de pessoas que não têm atendimento médico adequado. Parte da mídia nacional assumiu e conduziu essa campanha de difamação, com objetivos políticos bem claros, contudo não transparentes.

Esta é a triste notícia que se lê nas entrelinhas da matéria publicada no Estadão: Se o mesmo erro, tivesse sido cometido por um médico brasileiro, talvez e muito provavelmente sua colega nem teria feito a denúncia, a secretaria de Saúde não teria instalado sindicância e o médico continuaria atuando. E, mesmo que a denúncia tivesse sido feita e o médico afastado, ouso afirmar que este fato nunca teria ganhado destaque no jornal de circulação nacional.

O estranho acordo Irão/EUA - isso vai funcionar?...





por Tomás Rosa Bueno, no blog do Nassif


O estranho não é o Irã ter cedido (apesar da histórica teimosia persa) em alguns pontos (como a limitação do enriquecimento a 5%) que poderão ser renegociados mais tarde. O surpreendente é o fato de as potências "ocidentais" terem aceitado que o Irã dissesse "Sim" e terem abandonado a postura, que sabiam irrealista e inaceitável, de exigir que os iranianos simplesmente fechassem todas as suas centrais nucleares e centros de pesquisa e enriquecimento de urânio e pusessem fim ao seu programa de desenvolvimento de tecnologia nuclear -- um direito que lhes cabe inequivocamente nos termos do Tratado de Não Proliferação).

Isto parece (sublinhe-se"parece") marcar uma reviravolta histórica dos EUA e seus cúmplices europeus com relação ao papel do Irã no Oriente Médio e à política de manutenção do estado de guerra permanente na região, que servia, mas não serve mais, os interesses geoestratégicos "ocidentais".

O mundo, apesar dos desejos dos seus donos, mudou. O impasse da guerra civil na Síria, onde os grupos financiados e armados pelo trio EUA-Reino Unido-França (pela via indireta dos sauditas e dos emires unidos) sofrem derrota atrás de derrota; a percepção da impossibilidade de manter o Egito como aliado incondicional e a possibilidade sempre crescente de revoltas populares potencialmente incontroláveis nos países árabes; a extrema deterioração política e o desmoronamento do Iraque após a invasão ilegal de 2003; a erosão contínua da capacidade israelense de servir como cão de guarda dos interesses euroamericanos na região; e, finalmente e sobretudo, a crescente dependência da Europa do gás e do petróleo da Rússia e dos países da Ásia Central e a necessidade de garantir um passo tranquilo desses recursos para a Europa, o desenvolvimento do potencial do gás de xisto e a descoberta de jazidas gigantescas de petróleo e gás no Brasil e na África, que conduzem a uma sensível diminuição do peso econômico e da importância política dos países do Golfo Pérsico, fazem da paz - pelo menos naquela região e neste momento - um negócio lucrativo para quem há décadas vem "agregando valor para os seus acionistas" com base na manutenção de um clima de terror permanente nos países do Oriente Médio. E, para obter esta paz e esta segurança para os negócios, a colaboração do Irã - que já vem sendo utilizada discretamente há anos no Iraque e no Líbano - torna-se abertamente indispensável. Portanto, era igualmente indispensável remover os obstáculos à inserção do Irã no grande esquema.

Neste acordo, ganha quase todo o mundo. Ganham, antes de mais nada, os EUA e o Irã, que com o fim total das sanções dentro de seis meses poderão dedicar-se à atividade de que ambos mais gostam: ganhar dinheiro, de preferência um do outro. Ganham os EUA, que eliminam o que foi por três décadas uma fonte de tensão que consumia incontáveis bilhões de dólares por ano, conquistam um aliado que já soube demonstrar a sua grande utilidade no passado recente e não tão recente e, de quebra, mandam um recado inequívoco para outros aliados que estavam ficando inconvenientes. Ganha o Irã, que, com o fim total das sanções que com certeza virá após o final do "período de experiência" de seis meses, garante o acesso às suas reservas de divisas e a eliminação das barreiras à exportação de petróleo e outros produtos, conquistando instrumentos eficazes para combater a crise econômica que estava ameaçando afundar o país; e, principalmente, ganha liberdade para ampliar e aprofundar a sua já vasta influência na região, contribuindo decisivamente para a "pacificação" do Iraque, da Síria e do Afeganistão, garantindo nestes e em outros países limítrofes ou nem tanto um mercado quase cativo para a sua produção industrial e assegurando o seu ingresso como membro de honra ao "Oleodustão", o grande "país" por onde passarão os oleodutos que vão unir as estepes russas e as planícies uzbeques e casaques aos postos de gasolina da Europa. Ganham os europeus, por todos os motivos acima. Ganham os russos e chineses, garantindo uma relativa tranquilidade na "frente ocidental". Ganham os palestinos. Ganho eu, ganha tudo, ganha o Chico barrigudo.

Alguém tinha de perder, e os sauditas e israelenses, sempre fiéis, correram para preencher a vaga. Os grandes perdedores são sem dúvida os trogloditas sunitas da dinastia saudita, que tentaram por todos os meios sabotar as negociações entre o P5+1 e o Irã (inclusive pelo atentado contra a embaixada iraniana em Beirute na semana passada) e que agora terão de assistir à transformação do arquirrival xiita, de "promotor do terrorismo" a grande aliado garante da paz e da tranquilidade, e à lenta mas certa eliminação das hostes terroristas que financiam pelo mundo afora, do Afeganistão ao Sudão, que não contam mais com a garantia da cumplicidade dos EUA. E, finalmente, perdem os israelenses, que exerceram por tanto tempo e com tanto sangue derramado o papel de fiel cão de guarda de riquezas que hoje estão em outra parte que começaram a acreditar na propaganda antissemita do rabo abanando o cão, achando que podiam influenciar e até ditar a política externa dos EUA, exatamente ao mesmo tempo e na mesma medida em que se iam transformando em um cão velho e desdentado, que rosna o tempo todo e tenta morder quem passa por perto e mais alto ladra quanto mais impotente fica, apanhando até do Hezbolá. Israel vai continuar recebendo os bilhões de dólares habituais de ração do dono, que obviamente não vai permitir que ninguém maltrate o velho e fiel cão, contanto que ele entenda que não pode mais fazer as suas necessidades na casa do vizinho palestino impunemente.

O mundo mudou, mas não necessariamente para melhor. Uma vasta e conturbada região do mundo parece estar a caminho de viver em relativa paz, mas enquanto isto o resto do mundo vai viver o suspense de saber para quem vão se voltar agora os olhos da besta.



NOTA BOTOCUDA

Não temos, aqui na tribu, como o titulo do post indica,  uma certeza do acerto da análise do comentarista. Temos que esperar diminuir a turbidez dessas águas para formar um quadro mais claro. Esse acordo vai contra quase tudo que se denuncia no documentário sobre a história do petróleo, oferecido no post anterior. Vamos acompanhar isso.

Por outro lado quero ver alguém negar que o que foi assinado não era uma cópia exata do que o Molusco Apedeuta aqui desse bananal infeliz havia proposto em maio 2010, ou seja a proposta conjunta do Brasil e Turquia para a resolução da crise do Irão... sobre a qual os vira-latas tupiniquins colonizados uivaram como cachorros molhados em noite de lua minguante. O caráter colonizado de grande parte de nossos observadores diplomáticos teve poucos momentos tão vergonhosos como aquele. Naquele momento, Brasil, Turquia e Irão assinaram um acordo nuclear que, em seus traços essenciais, era um rascunho exato do acerto fechado anteontem, em Genebra, com apoio de Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Alemanha. Mas naquela ocasião os irmãos do norte rejeitaram olimpicamente aquela proposta... Eita pobreza de espírito... (veja no post Vira-latas em Teerã)


sábado, 23 de novembro de 2013

Porque hoje é sábado: documentário imperdivel



O passado infame das grandes empresas petrolíferas transnacionais na Nigéria, no Gabão, no Sudão, na Líbia, no Iraque, no Irã, na Arábia Saudita, no Cáucaso, na Ásia Central, na Venezuela e em outros países e regiões, além da tentativa de se apropriar do petróleo russo, é contado em detalhes, com depoimentos de conhecedores dos fatos, em quatro vídeos produzidos na França da série intitulada: “O Segredo das Sete Irmãs – A Vergonhosa História do Petróleo”.



http://www.youtube.com/watch?v=jQYK3ttfVaw&list=PL65E3B3A3DC9AEBD0&index=1


Os responsáveis pelos vídeos são  Frédéric Tonolli e Arnaud Hamelin. Cada vídeo é de aproximadamente 50 minutos, que vale a pena assistir para testemunhar de quanto se pode descer em termos dignidade humana ante a ganancia e a falta de escrúpulos dos interesses dessas empresas e governos que as acobertam.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Numerologia dos mensaleiros petralhas e outros fálcatras




adaptado de comentários do blog do Professor Hariovaldo Prado


1 - Sonho do Padre Quevedo

O número sete é um número simbólico e cabalístico, por isso aparece centenas, quiçá, milhares de vezes no livro sagrado. Aproveitando que estou falando em livro sagrado, lembrei-me de um sonho, que tinha características, argumento e o estilo do último livro da Biblia - O Apocalipse, o qual, a despeito de provocar temor na maioria das pessoas, na verdade trata-se de uma mensagem de esperança e de boas e novas eras, de prosperidade e felicidade, que advirá com o reinado tucano de mil anos. Vamos a ele:

Estava eu, a tardinha, sentado na soleira da porta de minha capela quando se apresentou o espírito de Javé, o dos Mercados e me disse: 

Eis que lhe apresento o redentor, anjo negro, que lhe mostrará o futuro

Na hora, o Espírito de Javé deu lugar a figura majestosa de Joaquim, o Vingativo, com um livro na mão, disse-me:

Desenrola o livro e leia-o. Foi escrito por mim. Nele estão lançados os nomes dos amaldiçoados do mensalão, os quais, hoje, foram trancafiados a sete chaves nas masmorras mais profundas da terra. De agora em diante tudo mudará, pois acabou toda a tribulação que açoitava esse pobre país. Finalmente os mercados irão se acalmar, com a certeza de que nunca mais alguém tentará contra a ordem democrática, com a liberdade de imprensa e nunca mais tentarão estabelecer um regime bolchevique aqui.

Espantado com a revelação, e com muito medo do fulgor e do cheiro de enxofre que aquela figura imponente exalava, do alto de sua capa preta, atrevi-me a comentar: 

Ó homem santo, finalmente estamos vendo chegar a este país a justiça, que só prendia preto, pobre e prostituta. Quer dizer que podemos esperar outro livro, em que estarão inscritos os nomes dos outros ladrões?……er….. com seu perdão, mas o senhor sabe de quem estou falando, não é verdade?

Assustei-me deveras com a reação do espectro. Meteu as esporas em seu cavalo negro que corcoveou e soltando fumaça pelas ventas e pelas orelhas ele respondeu:

Maldito sejas, ó ser infame. Por que não voltas para o lixo de onde saístes? Como se atreve a contradizer seu soberano? Saibas que, com esse primeiro e único julgamento todos os pecados dos demais estão perdoados. Sim, com o tucanato dos santos no poder, os seus pecadilhos são esquecidos para sempre e os seus nomes serão lançados no livro dos inocentes e justos. É deles o paraíso dos mercados em terra, que Javé lhes dará em outubro de 2014. Saiba, ó verme, que suas vestes (deles, os santos tucanos) foram lavadas e enxaguadas no sangue que o cordeiro J. Serra verteu quando foi covardemente agredido por uma bolinha de papel.

Dizendo isso, o espectro esporrou (ops) esporeou seu cavalo e partiu em direção ao Planalto Central, cantando:

"Eu sou o bom, sou o bom, sou o bom, sou o bom……”

Senhores: O que significa esse sonho?



2 - Tentativa de interpretação do Padre Iscariotes

Preclaro Pe. Quevedo, já vou adiantando que João era chegado em um cogumelos que abundavam na ilha de Patmos. Mas vamos lá para este desafio, que é mais difícil que os do Faraó, citado na passagem de José do Egito (cheia de referências ao número 7, como comprovastes).

Disse o mestre Hari Prado, no post reencarnacionista, sugerindo a possibilidade de ser Lula, o cavalo (médium nas crenças afro-descendentes renegadas por JB, joão bobo) de Stalin, portanto vamos nesta linha.

Dizem também que João Bobo sofre de encosto de Jânio, o do varre varre vassourinha aliterativo e jingleado. Está aí minha interpretação querido colega de sacerdócio. O encosto de JQ em JB (joãos bobos sempre se equilibram porque tem um peso nas partes baixas). O velhote que bebia porque era líquido, portando sua majestosa vassoura, encontrou em JB um orifício para ostentar sua identidade, o que justifica em partes , as fortes dores lombares de JB, o cavalo preto citado por vossa vigarância.

Ouso juntar a tal complexo cavalo-quadros-vassoura-joão-bobo , a observação que o mesmo tentou se livrar do estandarte que ostentava, encomendando um vaso sanitário de 90 mil, que estaria à altura de tal artefato, mas em vão.
Amém!...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Tucano arrependido



depoimento de Mauro, comentando no blog do Nassif

Cara, eu vou te dar um depoimento de Tucano arrependido, através dos meus votos para presidente:
Eu votei em Mario Covas em 1990, porque gostava do " socialismo light" que ele representava, honestidade, mudança sem revolução, ética, etc...não votei no Lula, porque como Regina Duarte, eu tinha medo dele...rs. O PT era contra tudo e contra todos, e tem hora parecia que era contra mim, tal a raiva que transbordava deles. Ele estavam certos, o resto do mundo errado, simples assim.
Em 1994, votei em FHC, porque tinha vivido o período da hiperinflação, e estava em um país sem inflação.
em 1998, votei de novo em FHC, pelas razões acima.
Aí, logo depois das eleições, o dólar disparou, e me pareceu que tinha algo errado, que eu tinha sido enganado. Um amigo tinha um carro financiado em Dólar, e teve que entrar na justiça, porque de repente a dívida dava para comprar quatro carrinhos populares novos em relação ao usado que ele estava em posse. 
Depois FHC começou a ser pressionado, e reagiu da pior maneira possível, ao menos para mim:aposentados eram vagabundos; professores eram preguiçosos; todo mundo com salário congelado enquanto água, luz e telefone, e tudo o mais sempre subia...e  se alguém o questionava, era "nhennhennhen da oposição". Terminou o governo com acusações de corrupção (Sudam é uma coisa que ficou na minha memória), apagão, dívidas, FMI, etc...
Aí resolvi mudar para o Lula, depois que ele renunciou ao radicalismo anterior,  ele foi eleito...mas o que me chamou a atenção foi a inversão dos papéis: de repente  os raivosos, contra tudo e contra todos, os donos da verdade, pretensamente puros, etc, eram os Tucanos e "Democratas". Radicais, só sabem criticar o que o governo faz, o tempo todo, como se fosse possível alguém errar em 100% das vezes. São tão raivosos, que me transformaram num Petista não filiado. Juro, é culpa deles!! Cada vez que recebo um meme com uma mentira no meu facebook, me sinto mais petista. Não gosto de mentiras e injustiças, e me dá muita raiva quando acusam o filho do Lula de Dono da Friboi, de ser Dono da Esalq, etc...cada porcaria desta que recebo, me faz decepcionar com quem compartilhou (quando João me fala de Pedro, aprendo mais sobre João do que sobre Pedro). Como podem ser tão burros de acreditar naquilo, e ter tanta raiva na alma para compartilhar?

As últimas manifestações desumanas sobre Genoíno e Dirceu, por exemplo (quero que morra mesmo, etc), só tem um efeito em mim: vontade de me filiar ao PT, eu que nunca fui filiado a partido nenhum. Porque gente ruim de alma, gente como essa, na minha opinião, não pode ter o poder, e se eu puder, vou evitar que tenham.

Vê portanto meu caro, como os Tucanos perderam minha alma e a jogaram no colo do PT? E quanto mais raiva e ódio eles disseminam, mais eu quero evitar que eles ganhem qualquer eleição.

Porque até aqui, tudo que vejo é que eles querem tirar o PT do poder. Para que? O que eles querem fazer com a Petrobrás? E com o BB? E com a a CEF? E em relação a mídia? Ao direito de resposta? Aos juros? Ao péssimo serviço de telefonia? Ao financiamento de campanha?
Sinceramente, eu não sei, porque tudo que vejo por aí é eles falando que o Governo está errado. Só isso.
Fosse diferente, pode ser que eu não votasse neles, mas pelo menos eles cairiam de pé, com idéias a defender.
Então, essa oposição raivosa e mentirosa das redes sociais, dos parlamentares de oposição e da mídia só tem um efeito: pregar para convertidos, solidificar a posição dos que apoiam o governo, e afastar os moderados que tem medo do ódio disseminado por essa galerinha.
É por isso que vcs perdem, e vão continuar perdendo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Hondismo


chupado da Descidopédia (e ligeiramente modificado e acrescido)


Se o leitor deste artigo é brasileiro, ou tem um mínimo conhecimento da cultura brasileira, deve saber muito bem que no Brasil é muito forte o "efeito manada". Em um determinado produto ou serviço, o brasileiro elege uma marca como sendo sua preferida. Os que preferem a marca a compram; Os que não se decidiram, também a compram, pelo efeito manada.

No ramo do motociclismo no Brasil, é facilmente visível que uma marca já foi escolhida, que é a Honda (Motor da Amazônia). Este fenômeno chama-se "Hondismo" e seus praticantes, "Hondeiros". 

O hondeiro só compra motos Honda; Não compara a moto da Honda com a concorrente, portanto nem suspeita que para a sua moto pode existir uma concorrente melhor e mais barata. Hondeiros se agarram caninamente em qualquer argumento que possa justificar seu hondismo e viram argumentos eternos a favor do hondismo. 

Se a moto Honda é refrigerada a água, dizem: "refrigeração a água... resistência ao aquecimento, super modernidade. Honda é Honda". Se a Honda lança uma moto refrigerada a ar: "Nada de radiador... isso só serve pra furar e dar gasto. Moto boa mesmo é refrigerada a ar. Honda é Honda". 

Se a moto concorrente é mais rápida, mais econômica e mais bonita, não tem problema: "moto Honda é dinheiro na mão". 

Quando a moto Honda usada é levada pra revender na loja e encalha ao lado de outras 30 Honda iguais: "É o mercado que está desaquecido... Nada está vendendo". 

Quando uma Honda tem evidentes problemas de projeto (como a recente série das motos de 300 cilindradas em que grande numero delas apresenta aquele defeito no motor, vazamento de óleo pela cabeça e perda súbita total de rendimento (muitos motores foram substituídos sem nenhum alarde) ou seu problema eterno de corrente que transforma todas elas em cascavéis, vibrando o guiso): "É que a moto vende muito... (?!?!)"

Tem um Hondeiro hidrofóbico aqui na minha cidade que diz que qualquer pessoa que compre uma moto Yamaha se torna imediatamente um "químico!..." "Por que"? você vai perguntar... "Transforma dinheiro em merda!"... responde esse luminar. Ai, ai, ai!... isso sim que é pisar na jaca...  esse tem que se juntar aos companheiros de JC no Gólgota: "Pai, perdoa-os, eles não sabem o que falam!..."

Assim caminha nossa Bananolândia... é assim pra tudo!... com motos e com outras coisas muito mais prosaicas.

A pirâmide imobiliária



por Marco Antonio Araujo, no R7

Estou convencido que as incorporadoras estão aplicando o golpe da pirâmide em quem compra imóvel no Brasil. E, pelo visto, aquele que neste momento estiver usando suas suadas economias para adquirir a tão sonhada casa própria está no lugar daquele idiota que entrou por último e vai ficar no prejuízo.

O que aconteceu nos últimos cinco anos com o preço dos imóveis não é um movimento natural de mercado. É uma conspiração contra o povo brasileiro. Em algumas regiões das grandes cidades, o preço do m² simplesmente triplicou. Em São Paulo, uma rua do Centro da cidade conhecida por ser ponto de tráfico e moradia de assaltantes e trombadinhas foi de R$ 6.000 para R$ 12 mil, sem que nenhuma reforma urbanística tenha sido feita na área. E o Joaquim Barbosa não faz nada!

Todos sabem que entre os principais anunciantes (principalmente de veículos impressos) estão exatamente as incorporadoras e seus lançamentos imobiliários. Isso deve explicar, em parte, o porquê de esse setor ser tratado pela mídia de forma tão benevolente e acrítica, para não dizer suspeita e criminosa. Observem como, quando de algum lançamento, estão lá as “informações”: todas as unidades foram vendidas em um final de semana! A valorização tende a continuar em ritmo expressivo, apesar da queda no poder aquisitivo da população! O mercado imobiliário continua em ascensão, apesar da crise iminente! Tudo mentira.

Estou convencido que muito da tão falada bolha imobiliária foi construída e inflada por uma cobertura jornalística displicente, baseada exclusivamente nos interesses e na visão dos especuladores. O consumidor, o cidadão que deseja um teto pra chamar de seu, é sistematicamente tratado como idiota. E acaba sendo mesmo, pois se sujeita a pagar os preços abusivos, histéricos e indecentes cobrados pelos estelionatários.

O brasileiro realmente tem algo de muito estúpido. Simplesmente, não damos valor ao nosso dinheirinho — algo típico de um povo que nunca aprendeu a poupar e trata esbanjadores com admiração, em vez de desprezo. Só isso justifica pagarmos os valores estratosféricos dos automóveis vendidos aqui pelo dobro do valor justo. Enquanto houver compradores dispostos a serem esfolados para adquirir carros ultrapassados e inseguros, podem apostar, os fabricantes não vão baixar um único centavo.

Esse mesmo fenômeno tem se repetido na hora da comprar um imóvel — na verdade, apartamento, que é o que traz mais lucro para os construtores (e degradação para as grandes cidades). Não estivesse interessada em perpetuar esse ciclo de abuso econômico, a imprensa trataria do tema com o rigor necessário, informando o consumidor sobre a armadilha em que está caindo quem acredita que o m² vai subir 30%, 50% ,100% acima da inflação até o final dos tempos. Não precisa ser gênio para afirmar: uma hora vai explodir.

Mas não será como nos EUA (em que todo mundo se espatifou), por uma razão simples: o capitalismo nativo é pródigo em se defender. Cobra preços altos, financia a juros imorais e pede garantias draconianas. Portanto, quem vai quebrar não é o banco, a construtora ou o empreendedor. Acertou: que vai pagar a conta é o mané que entrou por último nessa esbórnia. Bem feito.

Pense bem: um apê de dois dormitórios custa, nos grandes centros, em bairros de classe média baixa e média, algo em torno de R$ 700 mil. Se o comprador desse estrato social tiver renda familiar de R$ 8 mil por mês (algo que menos de 3% da população atinge) e tiver a capacidade olímpica de economizar 30% dessa renda, em um ano de privações terá guardado R$ 28.800. Em dez anos, R$ 288 mil. Só ao final de 25 anos terá atingido o suficiente para quitar o valor inicial do imóvel. Em cima dessa quantia, nosso sistema financeiro vai jogar mais sete anos de juros, correções e taxas. Fora o IPTU e o condomínio que virão todos os meses. É um tiro na nuca.

Bastaria que, no curto período de um ano, ninguém aceitasse adquirir um imóvel na planta que se mostrará impagável. Um único aninho, não estou exagerando, e pronto: acabou a farra. A canalha que vem aplicando o golpe da pirâmide imobiliária simplesmente teria que baixar os preços a um patamar aceitável. Simples assim.

domingo, 17 de novembro de 2013

E o Pizzolato?... o quêque acontece?...






texto introdutório de Miguel do Rosário, em seu O Cafezinho


Entre todos os réus, o caso de Pizzolato talvez seja o mais estarrecedor. Porque há documentos e provas abundantes de sua inocência. Ele simplesmente não tinha nenhum acesso ao dinheiro da Visanet. Isso estava a cargo de seus superiores no Banco do Brasil.

A acusação de que recebeu suborno, por sua vez, é derrubada facilmente pelos seguintes motivos:

1) O ato de ofício pelo qual se acusa Pizzolato, que seria transferir dinheiro para a DNA, não aconteceu. Ele não tinha poder para transferir nada à DNA, como provam os documentos, entre eles o já famoso Laudo 2828, escondido por Joaquim Barbosa e os procuradores, num ato criminoso.

2) Seu histórico financeiro e fiscal foi devassado. Ele foi o primeiro a abrir todos os seus sigilos, e nada foi encontrado.

3) Há documentos e depoimentos provando a versão de Pizzolato.

As versões de Pizzolato sempre foram confirmadas pelos fatos e pelos documentos. No entanto, ele foi condenado inclusive pelos juízes que absolveram outros réus porque a pressão contra Pizzolato nunca teve contrapeso político.

Era fácil condenar Pizzolato. Não era famoso. Não era poderoso. Fora sua família, formada por pessoas simples, ninguém choraria pelo arbítrio que o violentou.

Pizzolato é um homem comum, sem a aura guerrilheira, quase mística, de Genoíno. Sem o brilho intelectual e os contatos de José Dirceu.

Além disso, sempre foi um homem religioso, cordato e tranquilo. O cordeiro perfeito para ser encaminhado ao sacrifício. Só não contavam com uma coisa. Sua indignação, sua resistência. Em todos esses anos, ele não fez outra coisa senão estudar seu caso, reunir provas, colher documentos. Sempre com ajuda de sua esposa, a arquiteta Andrea Haas.

Aquele homem que todos reputavam frágil, descobriu em si mesmo a força mais poderosa de todas: aquela que nasce da necessidade de lutar pela sua honra.

Agora seu caso deverá ser julgado por um tribunal italiano, em tese imune às pressões midiáticas do Brasil, embora eu não duvide que os barões se esforçarão para estender seus tentáculos até lá.

A saga de Pizzolato é uma das lendas mais antigas da história. Um homem simples lutando por sua inocência.

Pizzolato hoje representa o maior perigo para os poderosos da mídia, porque do reexame de seu caso, e da quantidade de provas e documentos que reuniu, virá à tôna todas as maldades que se fizeram contra sua dignidade, e todas as mentiras que se contaram para lhe condenar.

E provada sua inocência, o mensalão desmorona. Porque se não houve desvio dos recursos da Visanet, e se o dinheiro não era público, então não há peculato, e toda a tese da acusação escorre pelo ralo da inépcia jurídica, da má fé judicial, e do mau caratismo criminoso do Ministério Público.

O caso de Pizzolato mostrará, quando esclarecido à sociedade, que a procuradoria geral da república e alguns ministros do STF prevaricaram e foram negligentes, incompetentes e covardes.



NOTA PÚBLICA DE PIZZOLATO:

Minha vida foi moldada pelo princípio da solidariedade que aprendi muito jovem quando convivi com os franciscanos e essa base sólida sempre norteou meus caminho.

Nos últimos anos, minha vida foi devassada e não existe nenhuma contradição em tudo o que declarei seja em juízo ou nos eventos pÚblicos que estão disponíveis na internet.

Em meados de 2012, exercendo meu livre direito de ir e vir, eu me encontrava no exterior acompanhando parente enfermo quando fui, mais uma vez, desrespeitado por setores da imprensa.

Após a condenação decidida em agosto, retornei ao Brasil para votar nas eleições municipais e tinha a convicção de que no recurso eu teria êxito, pois existe farta documentação a comprovar minha inocência.

Qualquer pessoa que leia os documentos existentes no processo constata o que afirmo.

Mesmo com intensa divulgação pela imprensa alternativa – aqui destaco as diversas edições da revista Retrato do Brasil – e por toda a internet, foi como se não existissem tais documentos, pois ficou evidente que a base de toda a ação penal tem como pilar, ou viga mestra, exatamente o dinheiro da empresa privada Visanet. Fui necessário para que o enredo fizesse sentido. A mentira do “dinheiro público” pára condenar… Todos. Réus, partido, ideias, ideologia.
Minha decepção com a conduta agressiva daquele que que deveria pugnar pela mais exemplar isenção, é hoje motivo de repulsa por todos que passaram a conhecer o impedimento que preconiza a Corte Interamericana de Direitos Humanos ao estabelecer a vedação de que um mesmo juiz atue em todas as fases de um processo, a investigação, a aceitação e o julgamento, posto a influência negativa que contamina a postura daquele que julgará.

Sem esquecer o legítimo direito moderno de qualquer cidadão em ter garantido o recurso a uma corte diferente, o que me foi inapelavalmente negado.

Até desmembraram em inquéritos paralelos, sigiloso, para encobrir documentos, laudos e perícias que comprovam minha inocência, o que impediu minha defesa de atuar na plenitude das garantias constitucionais. E o cúmulo foi utilizarem contra mim um testemunho inidôneo.

Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente, fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itálila, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália.

Agradeço com muita emoção a todos e todas que se empenharam com enorme sentimento de solidariedade cívica na defesa de minha inocência, motivados em garantir o estado democrático de direito que a mim foi sumariamente negado.

Henrique Pizzolato

sábado, 16 de novembro de 2013

Blackfoot Strikes Full Album

Porque hoje é sábado: Coisas de louco!...

Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: 

Ladrões, ladrões, malditos ladrões!” 

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo... 

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: 

É um louco!” 

Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: 

Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!” 

Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós. 

Khalil Gibran

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"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos furos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Que desdenham regras fixas. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."

Berthold Brecht

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Com quase 50 anos de atraso



A Justiça é sempre bem vinda e, como diz o ditado popular, antes tarde do que nunca, isso é bom para a memória do país para os familiares também que, como se sabe, carregaram por anos e anos a pecha de terem sido parentes de alguém que os meios de comunicação demonizaram. Com a reabilitação, tudo muda de figura. E nada mais do que merecido. Ao contrário de Collor, o Jango era querido pelo povo brasileiro, seu governo, ao contrário do que apregoava essa mídia bandida, tinha o apoio de 72% da população e, para as eleições do ano seguinte, dois candidatos progressistas e odiados pela direita e pelos meios de comunicação estavam no páreo: Jango e JK. Pelo voto essa direita que continua aí não tinha chances. Sua única chance era se vender aos EUA e dar o golpe, o que de fato ocorreu.

Perdeu o Brasil.

comentário de IV Avatar, leitor do Nassif

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Dia da Mudança



cronica de autoria do meu amigo Henrique Fendrich, no Novos Cronistas da Internet


É dia de mudança, afinal. Moramos numa região alta em que venta muito. É comum que as casas sejam destelhadas. Também as árvores costumam derrubar os seus galhos. Outro dia, caiu um deles justamente em cima da nossa antena parabólica. Foi um baita prejuízo. Minha mãe não suporta mais passar por isso. Quando o vento é forte demais, e vem a tempestade, ela tem medo do que possa acontecer. E então faz orações para a santa. Há inclusive uma simpatia que consiste em fazer uma cruz com farinha, ou algo do tipo, em cima da mesa. E assim passamos, enquanto lá fora venta, chove, troveja.

Mas não mais, pois hoje mesmo nos mudamos. Até que ficamos bastante tempo aqui – todos os meus treze anos. Conheço toda a vizinhança. Quer dizer, ultimamente vieram alguns moradores novos, que eu não conheço tão bem. Mas por aqui sempre estiveram os meus amigos. Do outro lado da rua, o meu melhor amigo. Na casa ao lado, a minha primeira amiga – eu tinha quatro anos. Depois a gente cresceu e se separou. E há os amigos que moram em outras ruas, mas sempre aqui por perto. É bem verdade que nos últimos tempos eu pouco tenho conversado com eles. Estou me mudando daqui e não fiz as pazes com meu melhor amigo. A gente brigou, e já faz tempo. Mas nem sei o que houve. Sei apenas que um dia eu não fui mais em sua casa, ele não foi mais na minha, e fomos repetindo isso ao longo dos dias, até que nos acostumamos com a situação.

De vez em quando o irmão dele vem aqui em casa. Mas tem só uns cinco ou seis anos. Não é a mesma coisa. Tenho passado a maior parte do tempo sozinho mesmo. Quer dizer, ultimamente arrumei um cachorro. A gente nunca teve um cachorro, mas eu arrumei o cachorro do vizinho pra mim. É um vira-lata pequeno, criança ainda, e todo branco. Mora na casa ao lado. Supostamente, ele estaria preso ou amarrado – na pior das hipóteses, deveria estar solto mas dentro do terreno dos nossos vizinhos. Mas aquele cachorro não conhece limites ou fronteiras. Não tem um dia que não escape até a nossa casa. E eu aproveito a ocasião para brincar com ele – raros cachorros brincam mais do que esse. Jogo até futebol com ele. E basquete. É um bom companheiro. Agora há pouco, brinquei com ele pela última vez. A gente vai se mudar e eu vou perder o meu novo amigo. Paciência.

Sou meio bobo e por isso fico pensando em todas as coisas que estou fazendo pela última vez nessa casa. Fui tomar banho e pensei nisso – a última vez que estava tomando banho ali. Não sei até que ponto o sentimento era natural, mas eu realmente me emocionei. Deu vontade de chorar. Ali, embaixo do chuveiro. Não sei bem o motivo. Um pouco era mesmo saudade e outro tanto era vontade de sentir mais saudade. Alguma coisa deve mudar em mim junto com essa mudança. Estou saindo do lugar da minha infância. Acho que foram essas coisas que me deram vontade de chorar – e eu não me fiz de rogado, e chorei.

Enfim. Meu pai está me chamando. Tenho que ajudar a levar coisas para o caminhão. As coisas pequenas, claro. As minhas coisas de criança estão subindo naquele caminhão também. Onde as deixarão? Elas só fazem sentido nessa casa. Mas vamos lá. Vou aproveitar ao máximo as coisas que farei aqui pela última vez. Talvez eu queira guardar bem na memória. Um dia, quem sabe, eu até escreva algo sobre isso.

Mais confusão a caminho - transformar o aquecimento global em seca global



Redação do Site Inovação Tecnológica


Uma abordagem tecnológica amplamente discutida para reduzir o aquecimento global também iria interferir com as chuvas e a neve em escala global.

Calcula-se que o aquecimento global causado por um aumento maciço nos gases de efeito estufa estimularia um aumento médio de cerca de 7% nas precipitações em relação às condições pré-industriais, o patamar contra o qual o aquecimento global é calculado.

Contudo, tentar resolver o problema do aquecimento através da geoengenharia poderá inverter a situação, resultando em uma redução entre 5 e 7% nas chuvas na maioria das regiões do mundo, também em comparação com as condições pré-industriais.

Globalmente, a média de precipitação poderia diminuir em cerca de 4,5%, chegando a 7% na América do Norte e no Sudeste Asiático.

"A geoengenharia do planeta não resolve o problema. Mesmo que uma dessas técnicas possa manter as temperaturas globais aproximadamente equilibradas, as precipitações não voltariam às condições pré-industriais," disse Simone Tilmes, principal autora do novo estudo.

O estudo internacional foi coordenado por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR) dos Estados Unidos, e chegou a conclusões parecidas com um trabalho feito por uma equipe europeia em 2012:
Geoengenharia pode reduzir drasticamente chuvas na Terra



Riscos da geoengenharia

Muitos cientistas têm defendido abordagens de geoengenharia para reduzir o aquecimento futuro, amparados na crescente preocupação com as mudanças climáticas.

Algumas dessas técnicas pretendem capturar o dióxido de carbono antes que ele entre na atmosfera.

Outras almejam essencialmente fazer sombra na atmosfera injetando partículas de sulfato na estratosfera ou colocando gigantescos espelhos em órbita da Terra com o objetivo de reduzir a incidência dos raios solares.

O novo estudo concentrou-se no segundo conjunto de abordagens, aquelas que pretendem "proteger o planeta do calor do Sol".

Os autores advertem, porém, que o clima da Terra não iria retornar ao seu estado pré-industrial mesmo se o próprio aquecimento fosse atenuado conforme os defensores dessas técnicas alegam.

"É muito mais um tipo de 'engula seu próprio veneno'," disse John Fasullo, coautor do trabalho. "Se você não gosta do aquecimento, você pode reduzir a quantidade de luz solar que atinge a superfície [da Terra] e esfriar o clima. Mas, se você fizer isso, grandes reduções nas chuvas são inevitáveis. Não há nenhuma opção do tipo ganha-ganha aqui."


Geoengenharia pode destruir azul do céu



"Mais pesquisas poderão mostrar tanto as consequências positivas quanto as negativas para a sociedade de tais mudanças no ambiente," acrescentou Tilmes. "O que sabemos é que o nosso sistema climático é muito complexo, que a atividade humana está tornando a Terra mais quente e que qualquer solução tecnológica que possamos tentar para sombrear o planeta poderia ter consequências imprevisíveis."

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

É uma gauchada - projeto inovador de um balão dirigível cargueiro


por Jefferson Klein, no Jornal do Comercio

Ousado. Essa é uma palavra que pode definir o projeto da Airship do Brasil Indústria Aeronáutica (companhia formada pela associação da Transportes Bertolini e Engevix). A empresa pretende desenvolver dirigíveis que serão empregados, entre outras ações, no transporte de cargas. Inicialmente, a própria Bertolini será a principal cliente, utilizando o veículo para deslocar produtos de Manaus para as regiões Sul e Sudeste do País. Mas a ideia é também comercializar as aeronaves no mercado para outros agentes.

A Airship já desenvolve modelos de dirigíveis menores voltados para o imageamento aéreo, publicidade ou outros fins. Entretanto, o próximo passo da companhia, o cargueiro ADB 3, com capacidade para transportar até 30 toneladas em cargas, é que gera grandes expectativas. A previsão é que o voo teste desse dirigível ocorra em julho de 2016. O veículo será construído em uma unidade que está sendo instalada no município paulista de São Carlos. O diretor de gestão da Transportes Bertolini e diretor da Airship, Paulo Vicente Caleffi, explica que o lugar foi escolhido por se tratar de um local muito ligado aos assuntos aeronáuticos, sediando o curso de Engenharia Aeronáutica da EESC-USP.

O dirigente adianta que na unidade fabril e no protótipo do dirigível deverão ser investidos cerca de R$ 145 milhões, sendo R$ 105 milhões financiados pelo Bndes. Nesse momento, a empresa está desenvolvendo o projeto do veículo em laboratório, enquanto constrói a planta em São Carlos. O complexo já tem capacidade para criar alguns equipamentos e deverá começar a produzir os chamados aeróstatos (balões para o içamento de cargas e outras atividades comerciais) no final do ano.

O cargueiro, por sua vez, que será implementado futuramente, terá mais de cem metros de comprimento e deverá alcançar uma velocidade de cerca de 100 quilômetros por hora, voando a uma altitude de cerca de 3 mil metros. Caleffi estima que a operação terá um custo semelhante ao do frete de caminhão. No início, a aeronave deverá operar com hélio (gás mais leve que o ar, que fará o veículo flutuar). Contudo, estão sendo feitas pesquisas que indicam que será possível atuar com hidrogênio, um gás mais abundante e econômico.

Caleffi lembra que o hidrogênio foi um dos fatores que causou o desastre com o Hindenburg (dirigível construído pela empresa Luftschiffbau-Zeppelin que sofreu um incêndio ao final de uma viagem transatlântica na década de 1930). Porém, o dirigente ressalta que os equipamentos atuais são muito mais seguros do que os seus antepassados, devido ao avanço da tecnologia. Os motores da aeronave empregarão diesel como combustível.

Para Caleffi, como o Brasil não usa adequadamente as hidrovias e a malha ferroviária não é estendida como deveria, existe a possibilidade de um novo modal ocupar um espaço no mercado. O dirigente lembra que na Rússia faz-se transporte de cargas por dirigíveis, mas não em grande escala.

No caso da Transportes Bertolini, a empresa não pretende utilizar o dirigível em todo o Brasil, mas em locais de difícil acesso, como a Amazônia. Na região, a aeronave poderá usar balsas para pousar. Caleffi diz que as principais características das cargas vocacionadas a serem transportadas por esse modal aéreo são: grande volume, pouco peso e alto valor agregado.

A Transportes Bertolini, por exemplo, pretende movimentar eletroeletrônicos a partir de Manaus. “É uma gauchada”, compara Caleffi, fazendo relação à fama de desbravador. Apesar de a sede ser localizada em Manaus, a companhia foi fundada pelo gaúcho Irani Bertolini, e suas primeiras atividades envolviam o transporte de móveis, por caminhões, de Bento Gonçalves para o Amazonas. “É a renovação do que existia no passado, através do dirigível”, argumenta Caleffi.

Boa adição de Ruy Acquaviva, comentarista do blog do Nassif

Pesquisas recentes demonstram que o responsável pela explosão do Hindenburg foi o revestimento do do invólucro que era pintado com uma tinta de alumínio altamente inflamável. Também durante a explosão a maior parte do Hidrogênio escapou dos balões internos e subiu, queimando-se uma parte na parte de cima do dirigível. As mortes que ocorreram foram provocadas principalmente pela queima do próprio invólucro ou pela queda da estrutura sobre os passageiros.
O Hélio é um gás raro, praticamente monopólio americano pois nos EUA é que ficam as principais minas desse gás. É um recurso natural finito e que está acabando rapidamente. Por ser um gás raro, o Hélio é completamente inerte, não se combinando com nenhum outro elemento. Sua única fonte são reservas primordiais desse gás, que ficaram aprisionada no interior da Terra durante a formação do Planeta. Nas Montanhas Rochosas, EUA, existe uma formação geológica que concentrou esse gás formando fontes naturais que são as únicas comercialmente aproveitáveis no planeta.
Já o Hidrogênio além de ser abundante e barato (o Hélio é bastante caro), dá mais flutuabilidade e estabilidade ao dirigível pois é ainda mais leve que o Hélio.
É mito dizer que o responsável pelo fim dos grandes dirigíveis de passageiros nos anos 30 foi o acidente do Hindenburg. Fosse assim abandonaríamos o transporte por aviões na primeira queda que matasse todos os passageiros, coisa que ocorre vez ou outra, sem impedir o desenvolvimento desse tipo de veículo aéreo.
Os dirigíveis foram substituídos pelos aviões por uma questão de velocidade e custo.
Existem várias iniciativas para o retorno dos dirigíveis como forma de transporte de carga. Algumas estão em andamento, outras já quebraram. Infelizmente ninguém conseguiu ainda emplacar seu uso em larga escala. Acho que o preço do Hélio, que eleva bastante o custo desses aparelhos, aliado aos grandes investimentos necessários para desenvolver a tecnologia e a infra-estrutura necessárias é um dos principais fatores para essa situação.
A idéia é bastante interessante e eu torço muito para que dê certo. Sendo essa uma empresa brasileira torço ainda mais para eles. Desde já estão de parabéns pela iniativa e pioneirismo.

Icaro derreteu suas asas com o calor do sol e se esborrachou



Por Pierre Henri Gouyon, no livro Transgênicos para quem?...   


Gostaria de recorrer à mitologia e citar Dédalo − que é, no meu ponto de vista, o exemplo típico do engenheiro de hoje − para ilustrar o mito do Progresso. Minos tomou emprestado um touro de Zeus e não o devolveu. Zeus, para puni-lo, infunde em Pasífae, a esposa de Minos, uma paixão pelo touro. Pasífae quer ser possuída pelo touro. Minos, que é um homem declaradamente muito aberto, concorda e chama seu engenheiro Dédalo. Para resolver isso este fabrica uma vaca de couro e madeira (mais ou menos do jeito que se utiliza hoje nos centros de inseminação artificial) em que Pasífae entra e pode assim copular com o touro.

Dessa união, nasce o Minotauro. Novamente Dédalo é solicitado para solucionar o problema. Dédalo inventa seu famoso labirinto para ali confinar o monstro, mas o Minotauro devora alguns e algumas atenienses a cada ano. É preciso, portanto, livrar-se dele. Encarregam Teseu de matar o Minotauro, mas permanece uma dúvida: como Teseu sairá do labirinto após ter cumprido sua missão?

Ariadne (ou Ariane), a filha de Minos, que está apaixonada por Teseu, pergunta a Dédalo como proceder. Dédalo indica-lhe a técnica do fio. Teseu mata o Minotauro e sai graças ao fio de Ariadne. Em seguida foge com ela mas abandona Ariadne no caminho. Minos, furioso, acha um bode expiatório para toda essa encrenca na pessoa de Dédalo, que ele encerra no labirinto com seu filho Ícaro.

Para escapar, Dédalo, que declaradamente tem fé nas soluções técnicas para resolver os problemas apresentados por suas próprias técnicas, fabrica asas com penas que cola com cera e foge com seu filho voando; mas este se aproxima muito do sol e morre, para desespero de seu pai.

Esta história mostra como, a partir de uma necessidade ilegítima salva pela técnica, o recurso sistemático à solução técnica somente causa novos problemas.

Hoje, em nossa sociedade, coexistem dois tipos de pessoas: os primeiros pensam que o movimento em direção ao progresso é o único remédio contra o tédio e consideram que os problemas serão acertados no caminho, que encontraremos soluções técnicas para os problemas ocasionados por nossas técnicas; os segundos estimam que cometemos muitos erros e que já chegou o tempo de refletir sobre os problemas que corremos o risco de encontrar.

Uma reunião sobre a biodiversidade comporta certamente uma grande maioria de representantes do segundo grupo. Todavia, obteremos um grande benefício ao evocarmos em nossos intercâmbios esta visão do progresso.

[...]

Vamos deixar a desordem de o Progresso invadir completamente nossas sociedades? Vamos aceitar que os interesses econômicos muito poderosos gerem o futuro da biodiversidade?...

[...]

... a biodiversidade continua sendo prioritariamente um problema de ética. Ela levanta problemas de tipo puramente político. Um estudo econômico pode provar que um prisioneiro custa mais caro vivo do que morto. Esse cálculo econômico pode, conseqüentemente, visar demonstrar que a pena de morte é uma coisa boa. Portanto, qualquer que seja o resultado de todo estudo econômico, permaneço profundamente contrário à pena de morte, porque penso que uma sociedade que se dá o direito de eliminar os indivíduos que a compõem é uma sociedade que passa uma imagem ruim dela mesma. Da mesma forma, uma sociedade que se permite destruir todas as espécies que estão em torno dela é uma sociedade...


CONCLUSÃO AQUI DA ALDEIA:

... que destruirá a sí própria, mas ainda não sabe disso.

Essa metáfora ai tem a haver com os transgênicos. Ah, e o livro linkado, do qual foi retirado essa fabula mitológica, é muito bom.