rio São Bento entre os bairros Oxford e Cruzeiro |
Os textos e fotos desta
série por henry Henkels
escritos em março de 2004 – recuperados hoje de antigos CDs de backup de
arquivos do programa Adobe PageMaker – adaptados rapidamente para reapresentá-los aqui no blog pois tinham sido escritos para o Dia Mundial
da Água (22 de março), e foram publicados no jornal Evolução de SBS naquela ocasião. Adendos
de atualização de hoje, [agosto de 2013 - entre colchetes em negrito itálico]. Analises um pouco rápidas, pois o texto era destinado a publicação em jornal, que dispõe de pouco espaço para um aprofundamento que um tema dessa complexidade exige.
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As perturbações aos sistemas fluviais são decorrentes de uma maneira direta da construção de represas e reservatórios, retificação e canalização dos cursos dos rios. Indiretamente todos os sistemas fluviais são enormemente afetados pelo uso contínuo – e inadequado – do solo que vem provocando aumento de carga através de drenagem difusa, e mais grave, grandes quantidades de efluentes orgânicos e inorgânicos, nas regiões mais populosas e industrializadas.
POLUIÇÃO – RIO OU DEPÓSITO DE LIXO
Rio ou vala de descarte? – Duas coisas diferentes, mas que muitas vezes são confundidas. Vala é uma coisa morta, suja, onde corre esgoto, matéria orgânica, dejetos, lixo. Atrai moscas, mosquitos e baratas, gerando doenças, pestes e contaminação para nós e para o ambiente. Já o riacho é uma fonte de vida, é água corrente, nascente... riacho em que fauna e flora, a vida, se desenvolve, nele e em suas margens.
E o rio São Bento? – Tomemos como exemplo para a compreensão dessa problemática o rio São Bento, que empresta seu nome a nossa florescente cidade. Infelizmente hoje, e há muito tempo já, o rio São Bento é o escoadouro de águas pluviais superficiais e receptor de significativa parcela do esgoto sanitário de sua bacia. Também é receptor de aproximadamente 30.000 m³ anuais de assoreamento (equivalente a 5.000 caminhões caçambas de tamanho normal). As causas principais deste assoreamento são o decapamento vegetal dos terrenos, especialmente das encostas e morros, o carreamento do solo com o pavimento, edificações e a má disposição do lixo.
De uma maneira lamentável esse estado de coisas demonstra,
infelizmente, o nível civilizatório de um povo, no caso: nós. Num primeiro
momento a reação de qualquer administrador público ou da própria população é
tentar negar esse estado de coisas ou esconder a situação. Isso também acontece
aqui. No centro da cidade o rio já foi convenientemente tapado e canalizado,
isso também ajudou a atender a diversos interesses imobiliários. Essas práticas
que não são recentes e sim históricas, infelizmente continuam em pleno ano de
2004 [de resto até 2013]. Essas ações, baseadas em decisões equivocadas
no passado e nos tempos atuais, tem grande influência na deficiência na
drenagem urbana, notadamente no centro da cidade, o que provoca as constantes
enchentes em diversos pontos centrais.
Em São Bento do Sul diversos rios e riachos cortam a zona
urbana, atravessando vilas e bairros. Também é deles que provém parte da água
que bebemos. Ao longo do caminho de alguns rios (São Bento, Banhados, Negrinho
II, p. ex.) o mesmo vai se transformando em vala de deposição, numa grande
lixeira onde se despeja esgotos “in natura”, onde se encontra de tudo: sacolas
e garrafas de plástico, vidros, latas, animais mortos, carcaças de
eletrodomésticos, sofás, pneus, sogras, baralho velho e tudo o que é resto e
inútil. Os riachos, agora transformados em valas, ficam entulhados com acúmulo
de lixo que atraem insetos e roedores, gerando doenças e alagamentos.
Existem informações que para futuro não muito distante se
planeja a implantação de esgoto sanitário na bacia do São Bento, o que
diminuirá a pressão antrópica sobre esse microsistema hídrico, e promoverá sem
dúvida uma melhoria nas condições ambientais urbanas da cidade. [em agosto de 2013 esse sistema ainda não opera plenamente, só uma pequena extensão da área que deve cobrir está concluida]
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