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quinta-feira, 31 de março de 2011

A Líbia e os privatizadores da água


extraido (e complementado) do Asia Times onLine – por Pepe Escobar

Poucos no ocidente devem saber que a Líbia – como o Egito – repousa sobre o Sistema Aquífero do Arenito Núbio [inglês: Nubian Sandstone Aquifer]: um oceano da extremamente valiosa água doce. Ah!... sim, essa brincadeira de esconde “agora você vê, agora você não se vê”, é a guerra crucial pela água.

O controle do aquífero é um patrimônio sem preço: além da água para beber, tem o prestígio de como “resgatar” valiosos recursos naturais das mãos de árabes tribais e “selvagens”.

Este Aquedutistão – 4.000 quilômetros de dutos enterrados no fundo do deserto - é o Maior Projeto de Rio Criado pelo Homem [inglês: Great Man-Made River Project (GMMRP)], que Kadafi construiu por US$ 25 bilhões, sem tomar emprestado um centavo sequer, nem do FMI nem do Banco Mundial (mais um exemplo de barbárie de Kadafi, que não se deve deixar vazar para o resto do mundo subdesenvolvido).

O sistema GMMRP fornece água para Trípoli, Benghazi e todo o litoral da Líbia. A quantidade de água disponível, estimada por especialistas, é o equivalente à toda a água que corre pelo Nilo por 200 anos.

Comparem-se esses números os números das chamadas “Três Irmãs” – as empresas Veolia (ex-Vivendi), Suez Ondeo (ex-Generale des Eaux) e Saur – todas francesas que controlam mais de 40% do mercado mundial de água.

Todos os olhos devem ficar atentos, para ver se algum dos aquedutos da GMMRP serão bombardeados. Cenário altamente possível, caso sejam bombardeados, é que imediatamente comecem a ser negociados os gordos contratos de “reconstrução” – que beneficiarão a França. Será o passo final para privatizar toda aquela – até o momento gratuita – água. Da doutrina do choque, chegamos à doutrina da água.

Essa lista dos que ganham com a guerra está longe de ser completa – ainda não se sabe quem ficará nem com o petróleo nem com o gás natural da Líbia. E agora queremos saber também quem vai ficar coma água. Enquanto isso, o show (das bombas) tem de continuar. Não há "negócios" tão bons como os "negócios-de-guerra".

Sabemos agora mais um detalhe dos motivos da sede de Sarkozy.

E essa Ferrosul?... sai?...


pescado no SC5


Os secretários de Infraestrutura de Santa Catarina, Valdir Cobalchini, do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, e do Paraná, José Richa Filho, se reuniram, nesta quarta-feira (30), em Porto Alegre, e criaram um grupo técnico para discutir a implantação de uma ferrovia que liga os três Estados ao centro do País. A reunião foi preparatória para a reunião dos governadores do Codesul, que acontece em Porto Alegre, na próxima segunda-feira.

Os três Estados do Sul, mais Matogrosso do Sul, pretendem implantar a Ferrosul, uma ferrovia ligando o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, a cidade de Panorama, em São Paulo. “Com essa ligação, o Brasil de Norte a Sul ficaria ligado através de ferrovias”, explica o secretário Valdir Cobalchini, que é o atual vice-presidente para a região Sul do Conselho Nacional dos Secretários de Transportes (Consentrans).

Segundo o secretário, o Governo Federal já colocou no seu planejamento a implantação dessa ferrovia e agora compete aos Estados definir o seu traçado. “Essa reunião é o primeiro passo para definirmos como vai ser gerida a Ferrosul, qual a participação de cada Estado e por onde será o traçado”, adianta Cobalchini. “O objetivo é interligar em Santa Catarina essa futura rodovia às ferrovias já existentes”, completa.

Cobalchini vai levar agora o assunto ao governador Raimundo Colombo que definirá a participação do Estado. “No nosso entendimento, Santa Catarina não pode ficar fora do contexto do transporte ferroviário. Vamos levar esse assunto também para o Fórum Parlamentar Catarinense porque os recursos para esse empreendimento devem sair do Governo Federal”, finalizou.

Ferrosul - Em Santa Catarina já existe uma lei aprovada pela Assembléia Legislativa e sancionada pelo ex-governador Leonel Pavan autorizando o poder executivo a participar da composição acionária da Ferrovia da Integração do Sul (Ferrosul S. A.), junto com os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

31 de março ANNO 2011


Agnelli, a Vale e essa confusão toda



Brasil, dono das maiores jazidas de ferro do planeta, ocupa só o nono lugar no ranking dos principais produtores de aço do mundo. Essa já é uma ótima razão para botar Agnelli para fora. Ele conseguiu trazer lucros para os sócios da Vale, mas não ajudou o Brasil a ganhar posições no estratégico mercado mundial do aço.

Mas sab’cumé: o que interessa mesmo para uma empresa "moderna" é lucro para os acionistas. Não existe na equação preocupação com o país ou com vidas humanas (o social). E diga-se de passagem que não existe sequer vida inteligente nestas "administrações modernas", dados os erros grosseiros que cometem de forma rotineira como exportar minério de ferro bruto à preço de banana por exemplo, quando poderia-se exportar bobinas de aço prontas por um preço bem maior.

Dai chega-se a conclusão obvia: o pensamento coletivo do empresariado brasileiro ainda está nos tempos do Brasil colônia.

Essa estória de sucesso da Vale pós privatização está cheia de vícios e mistificações. Vejamos: o preço do minério de ferro subiu de 22 dólares a tonelada em 1998 para 60 dólares em 2009.

Claro, quando a Vale foi criminosamente privatizada o ferro estava barato, e as contas da empresa apresentavam finanças apertadas. Agora, com o ferro a 60 dólares, e depois de ter aberto seu capital nas bolsas, é claro que a empresa vai registrar um valor muito mais alto. Mas onde está o milagre?... O lucro líquido da Vale cresceu 1.215% de 2001 a 2010, quando a empresa atingiu o maior resultado da história do setor. Entretanto, em percentuais, a expansão é semelhante à de suas concorrentes.

Não podemos negar alguns feitos de Agnelli, principalmente o de ir lá peitar os chineses na valorização do minério, o que não é pouca coisa. Mas depois se achou o “reizinho-da-cocada-preta” e resolveu também que poderia peitar o presidente Lula, e demitiu 1300 funcionários por pura sacanagem quase que só para mostrar que é “o bom”, justamente quando o governo pedia ao empresariado evitar demissões para o país contornar a grande crise de 2008/2009. Ai foi o inicio do fim.

Depois o governo pediu para que a Vale se movesse na direção de investimentos para transformar o minério em produtos com maior valor agregado – siderurgia – e nosso herói fez ouvidos moucos. Mais pontos na carteira.

Agora o Bradesco, que detém 17% do capital votante na Vale e que o sustentava lá, também deixou Agnelli pendurado na broxa, pois espera renovar o contrato do Banco Postal com o governo, que lhe rende um lucro de aprox. R$ 1 bilhão por ano, e ai não pode se dar ao luxo de ter um menino birrento afrontando o governo, os ministros da área econômica e a própria presidente Dilma.

Foi pro cepo!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Simulador portuário criado no Brasil começa a ser exportado

do site Inovação Tecnológica

A empresa Virtualy, da Incubadora de empresas da Coppe, acaba de inaugurar o primeiro Centro de Simulação de Guindastes Portuários e Offshore do país, com tecnologia 100% nacional.

Equipado com dois simuladores com projeção em caverna digital e duas estações de mesa para operação a partir de monitores interligados, o Centro funcionará como ambiente de treinamento para operações em guindastes de bordo, portainer, ponte rolante e caminhões.

A tecnologia do Centro foi desenvolvida no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) da Coppe e já está sendo utilizada para treinamentos em portos italianos.

Por meio de um convênio entre a Coppe e a Universidade de Genova, na Itália, a Virtualy comercializou um simulador de portainer que opera no Porto de Cagliari, na Sardenha, e um simulador de caminhão de operações portuárias para treinamento, no Porto de Gênova.

Simulador portuário

Os simuladores funcionam a partir de uma réplica da cabine com todos os comandos ativos integrados a um sistema de visualização avançado. O cenário virtual em 3-D, que pode ser projetado em uma caverna digital ou em monitores interligados, simula sons e condições meteorológicas em tempo real.

Os cenários são reproduções do ambiente de portos brasileiros, entre eles o porto de Santos e do Rio de Janeiro, e o Portocel, no Espírito Santo.

A técnica pode ser adaptada para a construção de simuladores que possam atender a demandas de outros setores, como construção civil, mineração e aviação.

Manipulação de cargas

O pesquisador da Coppe e sócio da Virtualy, Gerson Cunha, explica que os simuladores proporcionam situações que podem ser vivenciadas durante o exercício da função, como procedimentos padrões de manipulação da carga, abastecimento e descarga de navios, e condicionamento em situações de emergência e situações adversas de clima, entre outros.

Segundo Gerson, o equipamento foi desenvolvido levando em conta até mesmo as propriedades mecânicas e elásticas do material a ser manipulado.

"Construímos uma forma de reproduzir o cenário real dos profissionais que atuam no ambiente portuário e offshore, o que é muito importante para a capacitação de pessoas. Agora temos condições de garantir segurança e agilidade nas operações, reduzir custos e aumentar a produção, já que os treinamentos não precisam mais ser feitos no próprio equipamento ou, em alguns casos, até mesmo fora do Brasil, como ocorre atualmente", explica o pesquisador da Coppe.

Treinamento

O diretor comercial da Sampling Planejamento, Ivan Pereira, destaca a importância do Centro no treinamento e na qualificação de profissionais para a operação de guindastes. Segundo Ivan, a Sampling capacita, por mês, entre 1.500 e 1.800 técnicos para operar, com segurança, equipamentos no ambiente offshore.

"Até o momento, todo o treinamento é oferecido no próprio local de operação, o que demanda mais tempo e é bastante oneroso. A partir de janeiro de 2011, nossos treinamentos passarão a ser realizados no Centro de Simulação da Virtualy", afirma o diretor comercial da Sampling, primeira empresa a contar com as inovações do Centro.

O Órgão do Gestor de Mão-de-Obra (OGMO) do Estado do Rio de Janeiro, responsável pela gestão de profissionais e técnicos do setor portuário que atuam nos portos de Sepetiba, Niterói, Forno e Rio de Janeiro, também pretende utilizar as técnicas do Centro para capacitação de profissionais.

Segundo o encarregado do setor de treinamentos do OGMO-RJ, Sérgio Oliveira de Araújo, a empresa treinará no Centro futuros operadores de guindastes. "A parte inicial do treinamento será no Centro e, posteriormente, as aulas práticas serão oferecidas nos cais dos portos".

Demorou!...Lobby afrouxa cessão de terras a estrangeiros

Marta Salomon - O Estado de São Paulo


BRASÍLIA - Lobby de grandes empresas do agronegócio - sobretudo dos setores sucroalcooleiro e de plantio de florestas - está fazendo o governo rever o limite legal para compra de terras por estrangeiros, que vinha se tornando mais rigoroso nos últimos meses. A proposta em debate é permitir o direito de uso da terra, mas sem a garantia de posse.

Segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a proposta de cessão de terras privadas por um período de 30 a 50 anos "está sendo construída" em debates que envolvem a Casa Civil e a Advocacia-Geral da União. "Precisamos de investimentos estratégicos no agronegócio", disse.

Rossi contou ter recebido representantes de empresas como Bunge, Cargill e Cosan preocupados com os limites impostos a estrangeiros desde agosto do ano passado, quando um parecer da AGU fez valer os limites a estrangeiros fixados na década de 70 a empresas brasileiras com controle de capital ou de gestão em mãos de estrangeiros.

No início do mês, a AGU tentou fechar brechas ao avanço de estrangeiros por meio de dois avisos. Um deles mandou bloquear negócios de compra, por estrangeiros, de empresas que detenham terras no Brasil. O outro cobrou da Comissão de Valores Mobiliários informações sobre a participação de capital estrangeiro nas empresas.

O Estado tentou falar com Martus Tavares, executivo da Bunge, um dos interlocutores do governo na negociação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Tavares foi ministro do Planejamento no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Restrição. A legislação prevê que estrangeiros não podem ter mais do que 100 módulos de exploração, por empresa. Estrangeiros da mesma nacionalidade não podem possuir mais do que 10% da área de um município. O controle sobre empresas brasileiras com capital estrangeiro foi dispensado durante o governo FHC.

Wagner Rossi contou que a preocupação levada ao chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, não diz respeito a investidores que buscam especular com a compra de terras no Brasil. "O que nos despertou preocupação são os investimentos em áreas estratégicas, empresas que trazem projetos agroindustriais, geram empregos. Não podemos pôr esses projetos na mesma vala comum dos investimentos especulativos", argumentou.


terça-feira, 29 de março de 2011

Chora!


Lula se emociona e chora ao falar da morte de José Alencar. O ex-presidente disse que vai dedicar título 'honoris causa' que vai receber na Universidade de Coimbra, a José Alencar:


'O Brasil perde um homem de dimensão excepcional', disse Lula, "Conheço poucos seres humanos que tenham a alma de José Alencar, a bondade dele”.

BolsoIGnaro

Leonardo Sakamoto, no blog do Sakamoto


Em um quadro de perguntas e respostas do programa CQC, veiculado na noite desta segunda na TV Bandeirantes, ele compartilhou impressões sobre o mundo. Um filho que fuma maconha merece levar “porrada”. Ser um pai presente e dar boa educação garante que a prole não seja gay.

Questionado o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, saiu-se com essa máxima: que os filhos eram educados e que não viveram em ambiente de promiscuidade como a cantora Preta Gil, autora da pergunta – ver vídeo abaixo. O bolsonarinho Marcelo Tas, apresentador do programa, já saiu em defesa: "Particularmente, creio que ele não entendeu a pergunta, porque a resposta foi absurda demais".

Chamar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de figura folclórica seria um elogio desmesurado. É uma vergonha para o país que essa viúva da ditadura militar ainda circule com poder pelo corredores do Congresso, defendendo as barbaridades do período mais tenebroso da história republicana brasileira e rasgando o respeito aos direitos fundamentais. Ou a maior prova que somos uma democracia.

Bolsonaro tinha 19 anos quando Figueiredo deixou o Planalto para cuidar de seus cavalos – é saudosista de um período que não viveu. Ficou 15 anos no Exército e mantém-se no Câmara dos Deputados devido à sua defesa dos direitos trabalhistas dos militares (pela quantidade de rifles que desaparecem dos quartéis no Rio e reaparecem nas mão do tráfico, verifica-se como os salários são realmente baixos). E, com isso, ganha carta branca para falar essas coisas estranhas.

Outro bom exemplo disso aconteceu há alguns anos, quando ele colocou um cartaz na porta de seu gabinete na Câmara dos Deputados com os dizeres “Desaparecidos do Araguaia, quem procura osso é cachorro”, zombando das famílias de vítimas da resistência e dos esforços do governo federal para encontrar as ossadas dos guerrilheiros mortos pela ditadura e enterradas em local que o Exército nega em revelar. Vale lembrar que o PP é filhote da Arena, partido da ditadura.

Outra frase de efeito – “O grande erro foi ter torturado e não matado” – foi dita após seminário no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 2008, contra manifestantes do Grupo Tortura Nunca Mais e da União Nacional dos Estudantes. Segundo ele, essa teria sido a melhor solução para evitar que, hoje, pessoas perseguidas pela ditadura pedissem indenização ou reclamassem a justa e correta abertura dos arquivos que contam o que aconteceu na época.

Com isso, o deputado se mostrou menos “humano” que o seu colega de partido Paulo Maluf, que outrora sugeriu aos criminosos “estupre, mas não não mate”. Ou que seu outro partidário Celso Russomano, que chegou a defender a redução da idade mínima para trabalho, possibilitando que crianças de 12 anos pegassem no batente.

É claro que Bolsonaro e alguns militares da reserva (com a ajuda de alguns “estrelados” da ativa) querem que o direito à verdade e à memória permaneça enterrado em cova desconhecida junto com assassinados pela ditadura. E, pelo que parece, que sejam enviados para as mesmas covas, os direitos conquistados a duras penas depois que a ditadura, que ele apoiou, caiu.




ATUALIZAÇÃO BOTOCUDA

Surpreso com a repercussão de suas declarações, que considerou injustas e extremadas, Bolsonaro deu um murro na mesa e começou a falar em alemão:

“Das Land Brasiliens ist eine Schande!... voller weibliches Jammer! Wir müssen diese Populärmusikanten und Grassraucher die Fingernägel rausziehen. Wo ist den der DOI-CODI eigentlich geblieben?... Die lage ist so ungeheuer ernst das die Sachen nur durch der weg der Revolution wieder in ordnung gebracht können.

("Esse país o Brasil está uma vergonha!... cheio de maricas choraminguentos. Temos que arrancar as unhas desses maconheiros da MPB. Cadê o DOI-CODI numa hora dessas? A situação está tão desesperadamente séria que só pela revolução as coisas podem ser colocadas de novo nos eixos".)

Já o Gilberto Gil, representando os maconheiros da MPB contemporizou: "Há variações cósmicas que orbitam no locus brasileiro e, quando repousam, revelam a transcedentalidade de energias contra as quais devemos lutar"

Pelas suas declarações no programa CQC (reproduzido no video acima), o deputado Jair Bolsonaro poderá receber uma pena inédita pelas ofensas dirigidas a gays e negros. A comissão de igualdade racial vai propor uma pena alternativa: ele será currado por um negão gay com 27 centímetros.

A pena está provocando polêmica. Um juiz, que não quis se identificar, declarou que “o risco é ele gostar e acabar não tendo caráter educativo”.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Frente de Libertação das Patroas contra as Babás


Paulo Sampaio - O Estado de S.Paulo

Indignadas, cerca de 20 mães com sobrenomes tão colunáveis como Gasparian, Vidigal, Pignatari, Souza Aranha e Flecha de Lima se juntaram há cinco anos para fundar o GATB: Grupo Anti-Terrorismo de Babás.

A ideia era se proteger da "petulância" das funcionárias, dar dicas sobre o que fazer em caso de "abuso de direitos" e ainda trocar ideias sobre cabeleireiros, temporadas de esqui em Aspen e veraneios em condomínios do litoral norte.

Hoje, o grupo antiterrorista agrega por volta de cem mulheres que disparam e-mails diariamente. No campo "assunto", leem-se frases como: "É necessário pagar feriado??", com várias interrogações ou exclamações, inclusive em inglês, dependendo do tema. "Help!!"

Decisões em relação às empregadas são contadas como bravatas: "Girls, mandei a copeira e a cozinheira embora numa tacada só. Além de diversos furtos ao longo do ano, Rolex, roupas, etc, comprovamos um furto numa sexta à noite que só pode ter sido uma das duas", diz a integrante.

Dadas a rasgos de generosidade, elas passam adiante babás que não quiseram: "Oi, queridas amigas, é o seguinte: minha babá quebrou o braço e a irmã da minha folguista veio cobrir. Eu tinha até falado que se eu gostasse ia ficar com ela, mas o D. não quer duas irmãs juntas. O bom é que é daquelas que topam tudo: lava louça, passeia com os cachorros e até cozinha. Não é casada, mas tem um filho de 15 anos que se vira sozinho. Bom, quem tiver interessada o telefone é..."

Em autorreferências, as "girls" se ufanam: "Chique é ser GATB, onde meninas ajudam às outras sem pedir nada em troca!!"

TRECHO

"Meninas", diz uma das mensagens. "Minha babá veio com uma história sem pé nem cabeça, de que eu estou devendo todos os feriados em dinheiro, porque existe uma lei agora, onde ela tem esse direito. Estou meio tonta com a atitude, decepcionada com a falta de educação e gratidão por tudo que já fiz por ela, mas gostaria de saber se sou obrigada a pagar. Quando achamos que estamos com uma babá ótima, lá vêm as bombas!"

COMENTÁRIO BOTOCUDO

Realmente, essas babás terroristas são um perigo mesmo!!!...


Babás-Bomba! Existem muitas por ai... um horror!....

Nos EUA não!?...


Finalmente, vários dias após do desastre na central nuclear no Japão, a NBC informa seus telespectadores nos EUA, de passagem, que foi a General Electric – GE – que projetou e vendeu os reatores montados em Fukushima Daiichi na década de 1970. Vejam, a GE é acionista na rede MSNBC. A divulgação desse fato não foi fortuita, é claro. Tem seus motivos.

Rapidamente, a "notícia" na tela da TV mudou para grandes letreiros em azul. Estas mensagens eram para relembrar aos contribuintes, cidadão de bem e cumpridor da lei - o Homer Simpson médio, vendo o noticiário da noite após um dia de trabalho - de que a GE revisou todos os procedimentos de segurança comprometedores que tinham sido previamente levantadas sobre reatores GE BWR no Japão, assim os reatores iguais nos EUA são extremamente seguros. Na verdade, isso não era exatamente uma notícia mas sim muito mais uma manobra de relações públicas, uma oportunidade para a GE projetar a sua imagem positiva, bem ao estilo George Orwell,1984.

A operação psicológica que montaram é convencer e tranqüilizar a opinião pública dos EUA e os países de língua inglesa, que a General Electric não tem nenhuma responsabilidade pelo que está acontecendo no Japão, que os reatores projetados pela GE norte-americana operando em outros lugares, com da mesma idade e design, jamais vão ter os mesmos problemas que os reatores no Japão. A mensagem é também que a NRC – Comissão Reguladora Nuclear norte americana, é como um navio bem conduzido, que promove uma fiscalização abrangente e profunda, que as pessoas estão fazendo seu trabalho de maneira eficiente e que a indústria nuclear os EUA não é nada nem parecida com a indústria dissimulada, cheia de segredos e subterfúgios ocultos, do Japão.

Obviamente essa é uma a mensagem altamente tendenciosa na sua essência [nuclear?], e nada poderia estar mais longe da verdade. Um desastre semelhante tem toda a chance de acontecer também nos EUA sim: em San Onofre, Diablo Canyon, Vermont Yankee, só para citar algumas das usinas que usam a mesma tecnologia de projeto de Fukushima Daiichi.

Já foram emitidos todos os tipos de sinais de alerta. Não vai ser um tsunami nas costas ou um terremoto, que talvez possam até mesmo acontecer, mas o problema maior será um cenário de apagão de algum tipo, como o que aconteceu no Japão.

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Cá pra nós, o projeto dessas usinas nucleares da GE é muito ruim, um desastre de engenharia na sua origem. Poderíamos relacionar muitas burradas que foram feitas ali - apesar que seja chorar sobre leite derramado mesmo – vamos lá:


Burrada nº 1 – as construções externas dos reatores são quadradas (deveriam ser circulares) e receberam o impacto do tsunami diretamente em sua superfície plana.

Burrada nº 2 – seis reatores grudados um no outro

Burrada nº 3 – nenhuma superfície inclinada na base das construções para proteção de uma onda de tsunami

Burrada nº 4 – reatores perigosamente próximos à falhas geológicas

Burrada nº 5 – cálculos e projetos assumindo a premissa de que essas construções seriam a prova de grandes desastres naturais.

Burrada nº 6 – que não surgiu no Japão – A industria de usinas nucleares já começou com estruturações secretas, embasamento de segurança jamais discutidas publicamente, negociatas e corrupção, todo um arcabouço que nasceu nos corredores ocultos nos EUA.

Burrada nº 125 – o material radioativo usado é estocado na própria usina de geração de energia por motivos econômicos.

Burrada nº 458 – os depósitos de material radioativo usado eram posicionados no topo dos prédios das usinas (veja aqui), o mesmo ambiente que as explosões arrancaram a cobertura. Será que querem nos fazer crer que as explosões que vimos nos vídeos não afetaram esses depósitos de material raadioativo?...


Quantas dessas burradas teremos que analisar antes de imaginar que a mesma coisa é feita nos EUA, Europa ou Canadá?... (e aqui no Brasil?)


Informação obtida aqui

sábado, 26 de março de 2011

O escândalo do Tietê

artigo de meu amigo Edu Guimarães, em seu ótimo Blog da Cidadania


Durante os dois primeiros meses deste ano, a capital paulista sofreu uma tragédia que faz lembrar a que se abateu sobre o Japão depois de sua costa leste ter sido varrida por um tsunami. Tragédia igual ocorreu no mesmo período do ano passado. E no ano retrasado.

Nessas calamidades públicas, tudo teve uma origem: o Rio Tiete, que corta a cidade de São Paulo. Ao transbordar, nesses períodos citados, o rio causou quase duas centenas de mortes por afogamento, enchentes que desabrigaram bairros inteiros, provocando perdas patrimoniais imensas às vítimas – a grande parte delas, nada restou em suas casas ou comércios após os desastres – e prejuízos ainda imensuráveis aos cofres públicos.

Apesar de esses desastres virem ocorrendo há anos, só agora um grande veículo da imprensa paulista fez denúncia que circula há muito tempo na internet, há quase dois anos. Em setembro de 2009, a jornalista Conceição Lemes publicou no site Viomundo matéria irrefutável que foi solenemente ignorada pela grande imprensa e que pode ser conferida aqui.

Um ano e meio depois, o portal UOL, pertencente ao Grupo Folha, publica denúncia que atinge aquele que parece estar se tornando seu ex-protegido, o ex-governador José Serra, que passou a campanha eleitoral do ano passado inteiro sem ser questionado por fatos que só agora vêm a público e que poderiam ter enterrado sua candidatura a presidente.

Entretanto, é alentador lembrar, em meio à presumível indignação que os fatos devem estar provocando, que o Brasil se livrou de eleger Serra à Presidência da República, onde fatalmente faria o que fez em São Paulo.

A seguir, reproduzo reportagens que o portal de internet do Grupo Folha publica com anos de atraso. Em seguida, as várias questões que restam por fazer diante dos fatos.

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Em nota, governo de São Paulo confirma suspensão da limpeza do rio Tiete

Em nota oficial emitida no dia 22 de março, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do governo de São Paulo, confirma que deixou de limpar o rio Tietê entre 2006, 2007 e parte de 2008.

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Rio Tietê ficou sem limpeza por quase três anos em São Paulo

Arthur Guimarães Do UOL Notícias Em São Paulo

Destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano, o trecho metropolitano do rio Tietê ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008.

O governo estadual assumiu nesta semana, em resposta a questionamento feito há 24 dias pelo UOL Notícias, que por mais de 1.000 dias não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo e cujos transbordamentos, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.

Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.

“A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.

Na análise de especialistas, no entanto, tal suspensão é temerária e pode, inclusive, ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões, e que alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.

Como apontam engenheiros e geólogos, o Tietê é um rio plano, com baixa velocidade da água e limitada capacidade de autolimpeza. Por isso, precisaria ser desassoreado sempre –apesar de essa ser uma tarefa cara (retirar 1 milhão de metros cúbicos custa R$ 64 milhões) e com pouca visibilidade política.

Aluisio Canholi, doutor em engenharia e coordenador do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (1998), afirma que a suspensão no serviço é “menos grave” por ter sido concentrada no período imediatamente posterior à entrega da obra de rebaixamento da calha.

Como ele explica, o revestimento de concreto aplicado em 2005 nas paredes do leito, em tese, fez com que os resíduos se acumulassem em menor escala nos anos seguintes à inauguração. Além disso, as intervenções aumentaram a vazão do rio e sua velocidade, facilitando a dispersão dos dejetos. “Se eram poucos os resíduos, não teria tanto problema em suspender a limpeza. De toda forma, todo rio urbano precisa ser desassoreado constantemente”, pondera.

Segundo o especialista, no entanto, só é possível saber a extensão exata do problema –e suas reais consequências– se fosse feita uma análise dos resultados das medições do Tietê em 2006, 2007 e 2008. “É necessário ver o que apontam os relatórios de batimetria (técnica que mede a profundidade do rio) e vazão. Se o assoreamento estava de fato interferindo significativamente na vazão do rio, a questão é gravíssima.”

Guardião de tais relatórios, o DAEE foi solicitado em 1º de março deste ano a fornecer os resultados dos estudos de batimetria e vazão. O órgão não havia respondido o pedido até ontem (23 dias depois), quando foi cobrado novamente. Por meio de sua assessoria de imprensa, o DAEE informou que não iria fornecer à imprensa tais informações.

Histórico de idas e vindas

A necessidade de continuar o trabalho de limpeza foi lembrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no dia da cerimônia de entrega da obra de rebaixamento da calha, em 19 de março de 2006.

Na ocasião, além de prometer que o Tietê não voltaria e encher tão cedo, o então postulante ao Planalto anunciou aos presentes que uma Parceria Público Privada (PPP) seria lançada para garantir a manutenção da obra recém-inaugurada, enquanto outras empresas governamentais –Sabesp, Nossa Caixa, Cetesb e Cesp – cuidariam dos 50 quilômetros de jardim na marginal. “A manutenção já começa imediatamente. Começamos com quatro empresas do governo e pretendemos ampliar com a iniciativa privada”, disse na ocasião.

Apesar do corte da vegetação marginal ter sido feito, a PPP nunca foi adiante no Palácio dos Bandeirantes, que passou a ser comandado em março de 2006 por Claudio Lembo. Foi somente no final de 2008, na gestão José Serra (PSDB), que o serviço foi retomado, em contratação anunciada no dia 14 de outubro na página 129 do Diário Oficial do Estado.

  • R$ 2,1 bilhões/mês

É o prejuízo estimado causado pelas enchentes às empresas de São Paulo, segundo dados da Fiesp

Segundo o DAEE, no ano da assinatura do contrato, máquinas removeram 117 mil metros cúbicos de sedimentos (contra o 1 milhão que chega anualmente) em pontos mais críticos do rio Tietê (como a foz dos rios Tamanduateí e Aricanduva), o que representou um investimento de R$ 7 milhões.

Na temporada de chuvas do ano passado, no entanto, após ser alvo de críticas quando a marginal encheu e interrompeu o trânsito novamente, Serra anunciou que o volume de resíduos que voltou a ser retirado precisava ser ampliado. Em fevereiro de 2010, ele afirmou que aumentaria o serviço: passaria de 400 mil metros cúbicos para 1 milhão de metros cúbicos anuais.

Desde então, o contrato foi várias vezes aditado. Foi somente neste ano, quando Alckmin retornou ao poder, que o governo resolveu fazer novas licitações para o setor. Assim que enfrentou a primeira leva de críticas após o caos visto em São Paulo com a chuva de 10 de janeiro de 2011, o tucano lançou um novo programa de contenção de enchentes.

Alckmin, que mudou o rumo de vários projetos do antecessor, incluiu no pacote uma revisão do que se vinha fazendo com o Tietê. Na primeira ação anunciada, ele disse que passaria a retirar 2,1 milhões de metros cúbicos de resíduos do rio neste ano, contra meta anterior de 1 milhão de metros cúbicos.

No total, entre todos os pacotes anunciados, o governador afirmou que irá investir cerca de R$ 558 milhões em ações contra as enchentes. O governo estadual calcula que, hoje, o rio tenha cerca de 2 milhões de metros cúbicos de resíduos.

Outro lado

O ex-governador José Serra foi procurado para se posicionar sobre a reportagem. Apesar do contato feito com sua assessora de imprensa e das perguntas enviadas, não houve retorno até a publicação deste texto.

O DAEE, que desde o começo do mês é solicitado a passar ao UOL Notícias dados sobre a questão, enviou apenas um texto em que elenca de forma genérica os principais projetos e as promessas do órgão.

Mesmo sendo solicitado diversas vezes a detalhar os dados que forneceu, o DAEE não divulgou mais informações e não agendou entrevistas com os técnicos do órgão, como foi solicitado pela reportagem.

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Especialistas criticam a suspensão na limpeza do Tietê; rebaixamento da calha pode ter sido prejudicado

Arthur Guimarães Do UOL Notícias Em São Paulo

Especialistas ouvidos pelo UOL Notícias afirmaram que a ideia de suspender por quase três anos o trabalho de desassoreamento do rio Tietê foi arriscada e pode ter contribuído para a volta das enchentes na marginal. Como mostrou reportagem publicada hoje, o governo estadual paulista deixou de limpar o leito entre 2006, 2007 e parte de 2008.

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E AGORA?... Sobram algumas questões importantíssimas e indispensáveis:

* Por que nenhum meio de comunicação noticiou antes tudo isso?

* Quantas vidas, quantos prejuízos teriam sido poupados se a grande imprensa divulgasse esses fatos antes?

* Teria havido candidatura José Serra a presidente se esse material fosse divulgado no fim de 2009, antes da tragédia anterior de alagamentos mortais em São Paulo?

* Essas denúncias ficarão restritas ao UOL ou irão para os telejornais de cobertura nacional diante do escândalo que encerram?

* Qual é a qualificação do crime de desviar dinheiro da limpeza do Tietê e investi-lo na avassaladora campanha publicitária que o governo de São Paulo fez para louvar a gestão Serra antes de ele deixar o cargo de governador e se candidatar a presidente?

* E, por fim, o que é que o Ministério Público Estadual de São Paulo irá fazer diante dessa barbaridade? E mais: se fizer alguma coisa, será só contra Serra ou a imprensa que o acobertou e que recebeu verbas de seu governo será arrolada no processo investigativo?