O programa Roda Viva, tudo leva a crer, vai se consolidar
como roda-morta em curto espaço de tempo. Eu já deixei de assistir a essas
entrevistas há muitos anos com a tucanização da TV Cultura. Mas as vezes surge
uma surpresa e na ultima 2ª feira foi um caso desses.
A
entrevista foi com Pablo Capilé e Bruno Torturra, do movimento Mídia Ninja.
Esses dois deram um surra de chinelo e
uma aula de comunicação para uma bancada que parecia atordoada e sem conseguir
entender o que está acontecendo por fora das corporações da velha midia babana
da qual a maioria deles vem. Por parte de alguns dos entrevistadores, o
espetáculo foi deprimente, com raras excessões quase que só do mais ancião
deles, o Alberto Dines
Os
entrevistadores trataram de pautar que tudo que acontece por fora do mercado
tradicional só pode ter algum vínculo com grupos políticos e tem algo de
suspeito. Foi esse o recado que a turma dos jornalistas representando
seuspropprietários tentou mandar pra audiência. Mas a banca da oligarquia foi
desmoralizada na tese com respostas tranqüilas e equilibradas de Torturra e
Capilé.
Suzana Singer
teve que engolir seco e ver Capilé relembrando uma coluna dela como ombudsman
da Folha chamava a atenção para o fato de o jornal não citar o PSDB num
escândalo.
Mário Sérgio
Conti também ouviu, quase que tossindo, Torturra dizer que a TV Cultura também
não é aquele exemplo de independencia,
até porque nunca tratou com transparência o caso da demissão de Heródoto
Barbeiro. Pra quem não lembra, Heródoto foi demitido a pedido de D. José I o
Almirante do Tietê.
Eugênio
Bucci foi melancólico de tão mal. Quando se viu perdido passou a fazer
perguntas tão longas que parecia querer se auto-entrevistar, com sóem ser os mediocres. Falou do governo
federal, mas não citou, por exemplo, os gastos do governo do seu Estado, São
Paulo. Aliás, ele sempre se esquece desse “personagem” quando trata do assunto. É notório que proporcionalmente o
governo do estado de São Paulo gasta muito mais com publicidade do que o
governo federal.
A
entrevista foi uma demonstração de como o jornalismo tradicional envelheceu
algumas décadas nos últimos anos. Foi triste de ver. Mas ao mesmo tempo também
foi feliz, pois tem coisa nova no ar. E o jornalismo não precisa mais ser refém da turma do mesmo de sempre.
Hoje se observa gente que acredita na reinvenção, como os dois entrevistados
claramente demonstraram.
Mais um texto a respeito: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/317961_MENOS+HIPOCRISIA+NA+CULTURA+POR+FAVOR+
ResponderExcluirNeste caso a postura "neoliberal" é a melhor. Governo *não* *tem* *de* *ter* *canal* *de* *TV*, em particular Executivos. Qual o sentido de governo estadual ter canal de TV? TV Senado/Câmara ainda tem uma justificativa remota, mas TV Justiça e TVs estaduais...
No fim a Cultura incomoda mais porque é a única que tem audiência um pouco acima do zero absoluto.
Enquanto eu tinha parabólica, pegava até uma TV do Paraná, carinhosamente apelidada por um amigo de esquerda de "TV Requião". Só passava esquerdismos, claro. Acho que eu devo ter sido o único que assistiu mais que 5 minutos deste canal, a qualquer tempo. Agora a coisa modernizou aqui, a BUD (Big Ugly Dish) foi pro ferro-velho e com ela boa parte das TVs bizarras.
E espero que ninguém se iluda que a "TV Brasil" seja coisa diferente. Simplesmente pegaram a TVE do Rio, mudaram o nome e pintaram a chapa de um branco mais puro. E acabaram com um excelente programa que a TVE tinha, o "Espaço Público": http://epx.com.br/logbook/entries/espacopublico.php
Concordo 100% com vc no que se refere a TVE chapa branca e proincipalmente no que se refere ao programa "Espaço Publico", do qual eu gostava bastante tbm... tinha uns comentaristas muito feras lá... Vou reproduzir seu arrazoado do link aqui no blogzinho da indiarada... :)
ResponderExcluirHooray! \o/
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