por Luis Nassif, em seu blog
A notícia de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negociou o banco de dados dos eleitores com a Serasa-Experian é mais um episódio nebuloso na história da companhia.
Empresa modelo até ser vendida para a britânica Experian, a Serasa se transformou. A Experian é empresa de capital aberto na Bolsa de Londres. Como tal, sujeita a regulamentos severos para coibir práticas pouco ortodoxas.
Há pelo menos três episódios da atuação da Serasa no Brasil que merecem ser melhor investigados:
1. Na gestão José Serra como governador de São Paulo, a Serasa fechou inúmeros convênios com a Secretaria da Fazenda. Logo após a saída de Serra, adquiriu uma empresa de email marketing - a Virid - por R$ 104 milhões. No mercado, a empresa não valia mais do que R$ 30 milhões. O valor da operação ficou oculto, não se informa nem aqui nem em Londres, apesar das normas de transparência exigidas pelo mercado de capitais. Pouco antes da venda, a Virid ganhou participação de um fundo de investimento administrado por Verônica Serra.
2. Negociou com o CDL (Clube dos Dirigentes Lojistas) assumir as operações do seu serviço de proteção ao crédito. Há informações de que foi fechado um acordo extremamente lesivo ao CDL e favorável aos dirigentes envolvidos nas negociações. Tem adotado atitudes agressivas para impedir a entrada no mercado de competidores externos.
3. Agora, essa operação com o TSE, transferindo a uma empresa privada um banco de dados público.
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