por Willian Cruz, no blog vádebike
(sugestão de meu amigo Arno Bender, incansável defensor das bicicletas)
Uma iniciativa popular para aumentar a segurança dos ciclistas causou grande repercussão em Fortaleza, no domingo 4 de agosto. Com equipamentos improvisados e material de baixo custo, cidadãos pintaram uma ciclofaixa ao longo de toda a extensão da Rua Ana Bilhar, para proteger os ciclistas que já utilizam essa via.
Segundo declarações ao Diário do Nordeste, a via foi escolhida por ter sido recapeada há pouco tempo e possuir espaço para a ciclofaixa sem atrapalhar o fluxo de veículos. Antes mesmo do final da pintura, os ciclistas que habitualmente circulam pela Ana Bilhar já o faziam pelo espaço demarcado.
Veja aqui outras iniciativas populares de reforma urbana, no Brasil e no mundo. Em uma delas, em Curitiba, participantes da ação foram multados por “crime ambiental”, mas depois de algum tempo tiveram ganho de causa na justiça.
AMC pretende remover já removeu a ciclofaixa
O vice-presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC), Arcelino Lima, classificou o ato como “violação de um bem público”, conforme sua declaração ao mesmo jornal. Para ele, a implantação de qualquer ciclofaixa depende de análise que comprove a necessidade de deslocamento dos ciclistas e preserve a segurança dos envolvidos. O engenheiro civil Felipe Alves, um dos participantes do movimento, justifica: “se, fazendo isso, que é uma pintura temporária, percebermos que tem muito ciclista utilizando e que não está atrapalhando o fluxo de carros, a gente pode sugerir para a prefeitura que seja feita de forma definitiva”.
A pintura foi realizada com material que deveria desaparecer naturalmente em pouco tempo, pois não fixa bem no asfalto. Mas a AMC
pretende apagar apagou a sinalização antes disso. “Principalmente por não estar dentro dos padrões estabelecidos no Manual de Sinalização do Código de Trânsito Brasileiro”, declarou Lima. Porque, afinal, pintar direito é mais importante que proteger vidas. Entretanto, não foi declarada intenção alguma de sinalizar oficialmente a via.
O manual citado pelo vice-presidente da AMC é o “Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume IV – Sinalização Horizontal”, disponível no site do Denatran. O manual foi produzido pelo Contran, não sendo parte integrante do Código, mas constituindo regulamentação obrigatória a ser seguida pelos órgãos e entidades de trânsito, conforme disposto na resolução 236, de 11 de maio de 2007.
E há a estúpida equiparação de bicicletas elétricas a ciclomotores, sendo que entre a bicicleta elétrica típica e o ciclomotor típico há uma diferença de 10:1 de potência: http://epx.com.br/logbook/archive/2009/10/febeapa-bicicletas-eletricas-agora.html
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