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sábado, 22 de junho de 2013

Ah, a corrupção!..


Centelha, comentarista no blog do  Nassif

Desde que o PT ganhou o governo federal, a grande mídia difunde uma versão da realidade exclusiva e seletivamente focada nas mazelas da vida política, nos descalabros, na corrupção...
Ah, a corrupção!... Como a direita adora a corrupção!... É pau pra toda obra: 
a) beneficia os que estão dentro dos esquemas - isto é, sobretudo, os mais ricos; 
b) serve de álibi diversionista para desqualificar antecipadamente qualquer proposta de redistribuição de renda e riqueza,  que exigiria, NECESSARIAMENTE, a taxação dos ricos (tudo menos isso!!!): "pagar imposto? pra quê, alimentar políticos corruptos?" 
c) fulanizada e denunciada de maneira seletiva pela grande mídia, a corrupção ajuda a desmoralizar os políticos do lado adversário - o que pode resultar numa desmoralização da política lato sensu, abrindo caminho, quem sabe?, para o velho e bom despotismo "esclarecido"... A direita suspira de saudades do regime militar!...
A corrupção é a menina dos olhos da direita. Prova: a mesma mídia que martela dia e noite o mantra de que político é corrupto sabota toda medida capaz de efetivamente coibir a corrupção. Ninguém verá jamais um editorial dessa mídia apoiar um projeto de reforma política ou o fim do sigilo fiscal. (Na Noruega não existe sigilo fiscal... e, coincidência!, a corrupção é baixíssima!)
Então, a mídia conseguiu inculcar sua versão da realidade: a) político = ladrão; b) o Brasil vai de mal a pior.
Aí, o MPL acendeu o pavio. Talvez não soubesse quanta gasolina estaria incendiando.
Se os conflitos sociais não podem ser solucionados de maneira pacífica - isto é, pela via institucional - já que isso exigiria a interveniência dos políticos, e políticos são todos corruptos, por definição, então sobra o quê? Sobra a guerra civil. 
"Sem partido! Sem partido!" Será que ninguém se dá conta das implicações dessas palavras de ordem?
Sem partidos, sobra apenas a ditadura.

Um comentário:

  1. Não devemos atirar no mensageiro. O fato da política estar polarizada entre dois partidos que afinal de contas são muito parecidos, é sintoma de doença. Não há um partido de direita liberal, eu não estou representado na política do Brasil e há muita, muita gente na minha situação.

    Não é um problema exclusivamente local, a atuação do Obama mostra que por lá também as opções estão entre 6 e meia dúzia.

    A democracia tem este problema, de excluir sistematicamente os indivíduos, por meio dos custos de se fazer política, e pela burocracia. Consegue chegar no palanque quem está dentro do sistema, tem facilidades ou tempo livre para dedicar-se a isto: funcionários públicos, pastores, radialistas. Salvo honrosas exceções, não são as 3 classes de pessoas que um cientista político julgaria as melhores para servir de celeiro para a política.

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