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quinta-feira, 20 de junho de 2013

A juventude que está nas ruas


por Emilio GF, comentando no blog do Nassif

Esses jovens de cerca de 20 anos, a maioria dos manifestantes, contavam oito anos quando, em 2003, Lula chegou ao poder. Os governos Lula e Dilma marcaram, portanto, toda sua vida politicamente consciente.
Parte das elites, capitaneadas pelos grandes órgãos de imprensa, passam então a uma luta sem trégua contra o governo. O que pode ser bom será transformado em ruim; o que é ruim será transformado em péssimo.
A compra de um avião presidencial, substituído seu surrado antecessor é um acinte. Criam-se escândalos a cada mês, quase todos esquecidos no mês vindouro por falta de provas. O “Mensalão” torna-se o maior anátema pelo qual um governo já foi marcado na história da humanidade.
A conquista da Copa do Mundo e das Olimpíadas, disputadas pelo prestígio e dinheiro que trazem a seus países, passa ser explorada pelo governo. Súbito, a oposição de direita passa a atacá-los como o pior dos mundos; lembra-se dos hospitais e escolas públicas que ela mesma desprezou por 500 anos.
Em reação, blogs e professores de esquerda contra atacam em igual medida. Denunciam os impérios de comunicação, representados por Globo e Abril/Veja e suas opiniões enviesadas. Fustigam o governo de FHC, pelo baixo crescimento e desemprego e inação frente à miséria. Lembram escândalos como as das “privatarias” e do “Mensalão Tucano”, que a direita preferiria esquecer.
A Internet amplifica e deforma tudo. Uma frase falsa atribuída a Dilma ou Alkmin passa a ter mais credibilidade que a que sai da boca de William Bonner.
E some-se a isso uma educação danificada, informativa e normativa, para entender os jovens manifestantes. Desconhecem as atribuições dos poderes da república. Sobem a rampa do Congresso contra a corrupção e olvidam o Poder Judiciário, que anulou 19 operações da Polícia Federal e distribuiu generosos habeas corpus a poderosos. Passaram a ter uma sensação indistinta de que tudo está errado e por isso renegam “tudo isso que está aí”.

Nesse imbróglio, não dão o perdão a ninguém – governo, oposição ou imprensa. Por isso, talvez, todos se salvem.

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