O governo de Salvador Allende começou a cair, em 1973, quando os caminhoneiros chilenos iniciaram uma greve reivindicatória que acabou se transformando num movimento político que colocou a classe média do país contra o primeiro presidente socialista eleito nas urnas.
Quem cobriu aquele protesto, ocorrido há 41 anos, inevitavelmente associa a greve chilena com a brasileira atual e sente um frio na espinha porque os desdobramentos apontam na direção de uma crise institucional de consequências imprevisíveis. Allende sabia que seu destino já estava traçado muito antes de um golpe militar do qual a maioria dos chilenos se arrepende até hoje.
A greve dos caminhoneiros paralisou o abastecimento da população e o funcionamento da indústria, estrangulando a jugular da economia do país. A imprensa chilena da época, radicalizada política e ideologicamente, cobriu apenas o factual do protesto, deixando de lado as causas e principalmente as consequências do movimento. A desconstrução do governo Allende deu origem a um golpe militar que se transformou num capítulo trágico na história do país.
Tanto em 1973, no Chile, como agora no Brasil o protesto dos caminhoneiros não tem uma estrutura sindical e nem um comando central visíveis (1). Ele assume a forma de uma guerrilha rodoviária onde há apenas indícios de um comando centralizado porque há coordenação dos bloqueios de estradas. Se tudo ficasse apenas nas mãos dos motoristas, o movimento não mostraria tanta eficiência.
Os principais jornais brasileiros até agora não foram mais fundo nas origens e estrutura do protesto, o que revela uma decisão editorial e política que tem inevitáveis desdobramentos. O principal deles é ampliação do clima de incerteza na população e nos segmentos empresariais. Uma incerteza que vem crescendo desde as eleições do ano passado e que pode chegar a um ponto crítico se a greve dos caminhoneiros provocar a falta de alimentos, combustíveis e produtos essenciais (como remédios, por exemplo) nas principais capitais brasileiras.
Isso aconteceu no Chile em 1973 e levou, na época, a população do país a um estado de perplexidade quase catatônica que neutralizou preventivamente qualquer tipo de resistência a uma ruptura institucional. Este tipo de alerta não está sendo veiculado pela imprensa, o que deixa o público sem uma noção exata dos riscos a que ele poderá estar sujeito. Um dos papéis-chave da imprensa em situações de pré-crise é fornecer à população elementos para que ela avalie como lidar com o um possível desabastecimento alimentar, com a paralisação dos transportes públicos e privados, e o aumento da insegurança pessoal.
O que estamos assistindo agora aqui no Brasil é um paulatino agravamento das tensões que geram irritação progressiva e perda de controle emocional e político. Protestos podem rapidamente degenerar em pancadaria, depredações e vítimas pessoais por conta do clima de polarização e radicalização de posicionamentos político-ideológicos.
Ao não tratar estes temas como uma preocupação pública, a imprensa está brincando com fogo. A omissão informativa pode ser coerente com a oposição ao governo Dilma Rousseff, mas qualquer analista político ou sociológico sabe que o risco de descontrole cresce na medida em que a governabilidade é transformada em arma na luta pelo poder.
NOTAS DOS ÍNDIOS DESTE TOLDO
Resta saber de onde surgiu esse personagem e quem o financia, pois consta que tem grande mobilidade para viajar pelo Brasil e está imediatamente em Brasilia para participar das reuniões ministeriais em que se discutiu o impasse, em algumas das quais foi barrado.
A pagina no Facebook do tal “comando nacional do transporte” foi criada em 03/02/2015. Passou a ter postagens dia 08/02 e a movimentar informações com aporte de internautas dia 15/02.
A grande e velha mídia golpista tupiniquim (Globo, UOL e Veja) já dá grande visibilidade ao homem, que se materializou do nada, mas que parece que também já tem vários grupos jornalísticos internacionais – Reuters, AFI, etc. – muito dispostos à ouví-lo.
Cheira a ser um preposto bagrinho do Tucanistão, quiça da CIA, que depois de ter sua missão cumprida será cuspido como um bagaço de cana mascado, como Don Quincas Brabosão, do STF ou aquela Vanina Veneno, que ganhou 18 minutos no Fantástico da Globo-vina e por fim se viu que era um embuste, pois mais tarde até o juiz Moro, condutor do caso Lava Jato, a dispensou como testemunha, de tanta abobrinha que falou quando inquirida.
Tá certo! A única classe autorizada a protestar e fazer greve são os funcionários públicos -- com seu salário e aposentadoria integral garantidos.
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