por Altamiro Borges, em seu blog
O ex-presidente FHC oficializou na quarta-feira (27) a sua candidatura à cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras (ABL), antes ocupada pelo jornalista e escritor João Scantimburgo, falecido em 22 de março. A carta foi entregue pelo ex-ministro e cupincha Celso Lafer, que ficou famoso por retirar os seus sapatinhos nos aeroportos dos EUA numa prova cabal de servilismo. De imediato, a mídia tucana saldou a iniciativa do “príncipe” dos neoliberais. Para ela, FHC sempre foi um “imortal”.
Em entrevistas
bajuladoras, o vaidoso tucano até tentou posar de humilde e afirmou que
resistiu à ideia de se candidatar. “Minha reticência foi a de que não sou homem
de letras e não queria criar constrangimentos por ter sido presidente da
República. Mas agora, passados tantos anos da presidência e mantida, se não
mesmo que ampliada, a convicção de vários membros da ABL de que eu deveria
juntar-me a eles, acabei por concordar”, afirmou FHC.
A mídia tucana nem citou a
célebre frase do ex-presidente: “Esqueçam o que eu escrevi”. Ela também evitou
mencionar os escândalos de corrupção contra seu governo – como a compra de
votos para a sua reeleição ou o sinistro processo da privataria tucana. A mídia
ama FHC, o intelectual que liderou a onda destrutiva e regressiva do neoliberalismo
no país. Ela já dá como certa a “imortalidade” de FHC e garante que ele terá a
maioria dos 38 votos. Segundo a Folha tucana, esta “promete ser a eleição mais
fácil de sua carreira”.
A ABL infelizmente virou um
antro conservador, que tudo faz para obter os holofotes da mídia. Um dos
últimos “imortais” indicados foi o “calunista” Merval Pereira, o serviçal da
Rede Globo famoso por sua “vastíssima” obra literária – que ninguém conhece. No
primeiro dia de inscrição para a vaga, a única candidatura apresentada foi a do
ex-presidente. Outros interessados podem se inscrever em até 30 dias. Os
“imortais” da ABL terão dois meses para eleger o novo membro.
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