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quarta-feira, 12 de março de 2014
Texto da minha amiga Jéssica Diane Bail
texto da minha amiga de longa data, Jéssica Diane Bail, no Feicebúq
Ninguém vem do vácuo. Uma pessoa é fruto de determinadas circunstâncias histórico-sociais, inclusive o Rigoberto, que acredita no mérito como resolução de todas as hierarquias existentes no mundo.
Rigoberto acredita piamente que foi somente o seu esforço que o transformou em um cidadão bem sucedido. Para ele, a sua vida seria exatamente igual, com as mesmas oportunidades e soluções, se por um triste destino ele tivesse nascido no sertão nordestino, sem ter comida, luz, nem dignidade e sua escola mais próxima fosse há 30km de distância, a pé.
Rigoberto também tem o costume de não gostar de ouvir histórias e vivências diferentes das suas, porque o contraditório lhe é inconveniente. Ele sempre acha que sofre demais por ser branco, heterossexual, homem e classe média, por mais que seja claríssimo que o mundo pertence a quem se encaixa nesse padrão.
Rigoberto ama afirmar que todas as reivindicações de quem não faz parte desse nicho não passam de mimimi.
Já fomos um povo menos reclamão, o mundo está muito chato. Chato para quem? Para algumas pessoas, o mundo é chato há muito tempo e de uma maneira nada superficial. Sim, falo de violação de direitos fundamentais, de perigo de vida, de precisar reivindicar o básico, que ao Rigoberto nunquinha faltou.
Não seja o Rigoberto. Se o acaso te transformou em um, saiba enxergar o outro. Entenda as complexidades humanas de outro ponto de vista que não o seu. Você pode ter carro do ano com a ajuda do papai, academia, facul e intercâmbio, desde que não desmereça a dor do outro e não contribua para piorar esse quadro, ao invés de buscar revertê-lo.
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