Relacionamento pluripartidário de ex-diretor da Petrobras explica cautela com CPI - Paulo Roberto da Costa tem contatos em vários partidos, que parecem fazer da criação da comissão investigativa mero jogo de cena, temerosos de que apuração lhes bata à porta
Na terça-feira (25), a edição do Jornal Nacional levou ao ar uma reportagem com trechos do relatório confidencial vazado da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato. Mostrou um diálogo telefônico entre o doleiro Alberto Youssef, preso na operação, e um interlocutor cujo nome foi estranhamente omitido pelo telejornal. Ambos conversavam sobre pagamentos, inclusive para um Paulo Roberto. A Polícia Federal suspeita que se trataria de propina para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa relacionadas a obras na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Também na terça feira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma matéria mais completa, informando que o diálogo ocorreu no dia 21 de outubro de 2013 e o interlocutor era o empresário Márcio Bonilho, sócio proprietário da empresa Sanko-Sider Ltda, fornecedora de tubos de aço, inclusive para a indústria de petróleo.
Márcio Bonilho já foi preso em 2008 em outra operação da PF chamada João de Barro, que investigou deputados e prefeituras que agiam para desviar dinheiro em obras de saneamento e casas populares. Naquela operação foi preso junto Edson José Fernandes Ferreira, que fazia dois trabalhos na época. Trabalhava na Sanko vendendo tubos e como assessor parlamentar no gabinete da liderança do DEM, quando o líder era o senador José Agripino.
Edson Ferreira é filho de João Faustino, figurão do PSDB próximo de José Serra, falecido em janeiro desse ano. Era suplente do senador José Agripino (DEM). Nas eleições de 2002 foi eleito suplente do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), e chegou a exercer o mandato.
Paulo Roberto da Costa foi engenheiro de carreira na Petrobras, onde ingressou em 1977, subindo de cargos até ocupar altos postos de superintendência, gerência e direção a partir da década de 1990, segundo seu currículo. O jornal Estadão apurou que Costa era bem relacionado no mundo político e circulava com desenvoltura pelo Congresso, onde mantinha contato com vários partidos.
O papel manuscrito apreendido pela Polícia Federal entre os pertences de Costa é uma tabela relacionada com financiamento de campanhas, vaga ao não discriminar candidatos, nem partidos, nem valores. O Jornal Nacional, que teve acesso ao documento, tirou foco de parte das informações para se tornarem inelegíveis pelo telespectador.
Costa também mantinha proximidade com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), o que pode ser explicado pela construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Perguntado, o governador confirmou que conhece o ex-diretor da Petrobras e só desconhecia o envolvimento dele em ilícitos.
O amplo leque de relacionamento com parlamentares de diversos partidos explica a cautela e o receio, inclusive da oposição, com uma CPI, apesar do jogo de cena feito diante dos holofotes da mídia.
O governo de Dilma Rousseff tem sofrido um massacre no noticiário sobre o assunto, reagindo pouco e deixando correr, o que só pode ser explicado pela possível convicção de que o aprofundamento no assunto acabará por atingir mais seus oponentes do que seu governo.
Também na terça feira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma matéria mais completa, informando que o diálogo ocorreu no dia 21 de outubro de 2013 e o interlocutor era o empresário Márcio Bonilho, sócio proprietário da empresa Sanko-Sider Ltda, fornecedora de tubos de aço, inclusive para a indústria de petróleo.
Márcio Bonilho já foi preso em 2008 em outra operação da PF chamada João de Barro, que investigou deputados e prefeituras que agiam para desviar dinheiro em obras de saneamento e casas populares. Naquela operação foi preso junto Edson José Fernandes Ferreira, que fazia dois trabalhos na época. Trabalhava na Sanko vendendo tubos e como assessor parlamentar no gabinete da liderança do DEM, quando o líder era o senador José Agripino.
Edson Ferreira é filho de João Faustino, figurão do PSDB próximo de José Serra, falecido em janeiro desse ano. Era suplente do senador José Agripino (DEM). Nas eleições de 2002 foi eleito suplente do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), e chegou a exercer o mandato.
Paulo Roberto da Costa foi engenheiro de carreira na Petrobras, onde ingressou em 1977, subindo de cargos até ocupar altos postos de superintendência, gerência e direção a partir da década de 1990, segundo seu currículo. O jornal Estadão apurou que Costa era bem relacionado no mundo político e circulava com desenvoltura pelo Congresso, onde mantinha contato com vários partidos.
O papel manuscrito apreendido pela Polícia Federal entre os pertences de Costa é uma tabela relacionada com financiamento de campanhas, vaga ao não discriminar candidatos, nem partidos, nem valores. O Jornal Nacional, que teve acesso ao documento, tirou foco de parte das informações para se tornarem inelegíveis pelo telespectador.
Costa também mantinha proximidade com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), o que pode ser explicado pela construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Perguntado, o governador confirmou que conhece o ex-diretor da Petrobras e só desconhecia o envolvimento dele em ilícitos.
O amplo leque de relacionamento com parlamentares de diversos partidos explica a cautela e o receio, inclusive da oposição, com uma CPI, apesar do jogo de cena feito diante dos holofotes da mídia.
O governo de Dilma Rousseff tem sofrido um massacre no noticiário sobre o assunto, reagindo pouco e deixando correr, o que só pode ser explicado pela possível convicção de que o aprofundamento no assunto acabará por atingir mais seus oponentes do que seu governo.
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