“... ella está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para qué sirve la utopía? Para eso sirve: para caminar”
Eduardo Galeano
por Dan Moche Schneider, Cláudio Spínola e Guilherme Turri, reproduzindo no blog do Nassif
NOTA PRELIMINAR DESTE BLOGO: nos batemos nessa luta inglória desde 2006, consultar aqui e aqui (só pra constar).
A compostagem domiciliar passou a ser objeto de política pública de São Paulo a partir do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da cidade de São Paulo - PGIRS[1], publicado em 2014. Nesse mesmo ano foram distribuídas composteiras a dois mil domicílios. Os primeiros resultados são surpreendentes!
ANTECEDENTES
Em 2013, três anos depois da publicação da Política Nacional de Resíduos sólidos quase que todos resíduos sólidos coletados pela prefeitura eram destinados aos dois aterros sanitários existentes. Mas nem sempre os aterros foram a principal destinação dos resíduos em São Paulo.
Nas primeiras décadas do século XIX a cidade possuía apenas algumas poucas dezenas de ruas e uma população de mais de vinte mil habitantes, mais de um quarto de escravos. O lixo neste período era sobretudo orgânico e um assunto que se tratava em casa, enterrado nos quintais, destinado à alimentação de animais ou como adubo de hortas.
Mas nessa mesma época, para manter a limpeza das poucas ruas e becos existentes, o poder público já determinava destinações alternativas para o lixo: “nos fundos das casas do tenente coronel Antônio Maria Quartim” e outros seis locais pré- determinados.
Durante o século XX a cidade e o lixo cresceram aceleradamente e as destinações se diversificaram. Neste período o lixo de São Paulo foi destinado a lixões, incineradores, centrais de compostagem e aterros sanitários; mas em 2004, todas as destinações haviam minguado à exceção de dois aterros sanitários existentes, um deles situado fora do município.
Esse era ainda o cenário vigente em 2013 quando a cidade, em atendimento a determinação da PNRS planejou a gestão de resíduos sólidos para os próximos vinte anos e estabeleceu programas, projetos e ações para a recuperação de resíduos compostáveis e recicláveis, por meio do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS.
Centenas de delegados eleitos por milhares de paulistanos e apoiados por especialistas e técnicos da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB decidiram, durante meses e dezenas de reuniões, os principais aspectos do que fazer com os diferentes resíduos gerados em São Paulo.
58 eventos que envolveram mais de 7 mil pessoas e organizações sociais diversas culminaram pela aprovação de diretrizes e estratégias do PGIRS, um plano com contribuições diversificadas, muito debatido, complexo e, sobretudo, socialmente compromissado.
Um dos programas propostos pelos delegados foi a compostagem domiciliar fomentada pelo poder público. As análises demonstraram que os custos da cessão de composteiras - sua implantação, monitoramento e assistência técnica – podem ser cobertos em uma gestão governamental, pela economia obtida com a redução da coleta, transporte e disposição final de resíduos orgânicos.
RESULTADOS INICIAIS[2]
A compostagem in situ começou a ser incentivada pela administração pública de São Paulo logo após a publicação do PGIRS, em junho de 2014, por meio da cessão de composteiras a domicílios unifamiliares[3]. Em seis meses foram recuperados 250 toneladas de resíduos orgânicos.
O projeto denominado Composta São Paulo[4] entregou kits de compostagem doméstica com minhocas para 2.006 domicílios da cidade de São Paulo. Os kits contemplaram uma composteira de 3 caixas plásticas, 2 para o processo de compostagem e uma para a coleta do líquido produzido durante o processo, acessórios e manual impresso.
O projeto Composta São Paulo fez um chamamento público para a adesão de interessados e em aproximadamente 40 dias o projeto teve 10.061 inscrições de regiões e classes sociais diversas do município de São Paulo; até mesmo se inscreveram mais de mil interessados de outros municípios brasileiros! Foram selecionados 2006 domicílios. A entrega das composteiras foi acompanhada de 135 oficinas de capacitação para mais de 5.000 participantes.
Após 2 meses de uso das composteiras, os participantes do projeto foram convidados para 88 oficinas de Plantio onde receberam dicas e técnicas de plantio em pequenos espaços para utilização do composto produzido pelas composteiras. E criou-se uma comunidade virtual no Facebook[5]. A formação dessa comunidade de “composteiros” encerrou o primeiro ano de projeto com mais de 6.000 membros.
Os resultados do monitoramento do projeto mostram que 89% diminuíram notavelmente a entrega de resíduos para a coleta. Quase todos os participantes enfrentaram alguma dificuldade com o manejo da composteira ao longo do processo, mas isso não se configurou como barreira, tendo em vista o nível de satisfação com a prática de compostagem e com a desistência de apenas 47 domicílios (2,3%).
97% dos participantes que responderam à pesquisa (1535 pessoas), se consideram satisfeitos ou muito satisfeitos com a técnica, 98% acreditam que é uma boa solução para o tratamento de resíduos orgânicos e 86% afirmam ser fácil praticar. 85% acreditam que ter acesso a experiência de outras pessoas por meio do grupo exerceu influência positiva na motivação em compostar e mudanças de hábitos.
29% ajudaram outras pessoas não contempladas pelo projeto a produzir, instalar ou manusear uma composteira. Os participantes que responderam aos questionários (1.535 pessoas) atraíram 2.525 novos participantes, que trataram de montar ou comprar o seu próprio sistema de compostagem.
27% dos participantes doaram minhocas para que outras pessoas pudessem iniciar a pratica. 84% afirmam ter ampliado muito ou razoavelmente seus conhecimentos sobre sustentabilidade urbana; 96% se consideram muito ou razoavelmente mais esforçados em lidar corretamente com os resíduos que produzem; 54% afirmam que passaram a comer muito ou razoavelmente mais frutas e legumes.
A estratégia de comunicação foi essencial para os ótimos resultados iniciais.
Nossa espécie é curiosa, observa Naomi Klein[6] em um livro magistral sobre as mudanças climáticas: “Confrontada a uma crise que ameaça nossa sobrevivência como espécie, toda nossa cultura continua fazendo justamente aquilo que provocou a crise, inclusive colocando um pouco mais de empenho (...)”.
Mas na crise, além de ameaças há oportunidades: “Há formas de evitar esse futuro desalentador ou, pelo menos, de fazê-lo menos ameaçador. O problema é que todas elas implicam também em mudar tudo (...) a boa notícia é que muitas dessas mudanças não tem nada de catastróficas. Muito pelo contrário: boa parte delas são simplesmente emocionantes.”
Na gestão de resíduos sólidos, continuar fazendo justamente aquilo que provocou a crise é continuar a priorizar a gestão “end of pipe”: o desperdício de materiais compostáveis ou recicláveis em aterros sanitários, lixões ou incineradores e cimenteiras.
Quando se olha para a origem, até mesmo o sistema arrecadador pode se tornar mais inteligente e justo: aqueles que recuperam seus resíduos e os desviam dos aterros devem pagar menos do que daqueles que geram mais resíduos, emissões e despesas públicas.
É emocionante observarr a transição da gestão “end of pipe” para a origem, conforme determina a PNRS. As vantagens são muitas e conhecidas: aumento na vida útil de aterros sanitários, redução de GEE; diminuição do número de viagens na cidade; recuperação de matéria orgânica e nutrientes para o solo e plantas; captura do carbono da atmosfera e como material filtrante de GEE de aterros sanitários.
Não é só emocionante, mas surpreende quando nos damos conta dos inesperados benefícios pessoais e coletivos decorrentes da pratica da compostagem in situ, apresentados nos Depoimentos Selecionados [7], realizada pelos empoderados e criativos “mestres composteiros”.
A compostagem in situ é um instrumento de política pública empoderador, forjador de compromissos coletivos, com um extraordinário efeito multiplicador que promove e alenta a cidadania.
Depoimentos Selecionados:
NOTA PRELIMINAR DESTE BLOGO: nos batemos nessa luta inglória desde 2006, consultar aqui e aqui (só pra constar).
A compostagem domiciliar passou a ser objeto de política pública de São Paulo a partir do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da cidade de São Paulo - PGIRS[1], publicado em 2014. Nesse mesmo ano foram distribuídas composteiras a dois mil domicílios. Os primeiros resultados são surpreendentes!
ANTECEDENTES
Em 2013, três anos depois da publicação da Política Nacional de Resíduos sólidos quase que todos resíduos sólidos coletados pela prefeitura eram destinados aos dois aterros sanitários existentes. Mas nem sempre os aterros foram a principal destinação dos resíduos em São Paulo.
Nas primeiras décadas do século XIX a cidade possuía apenas algumas poucas dezenas de ruas e uma população de mais de vinte mil habitantes, mais de um quarto de escravos. O lixo neste período era sobretudo orgânico e um assunto que se tratava em casa, enterrado nos quintais, destinado à alimentação de animais ou como adubo de hortas.
Mas nessa mesma época, para manter a limpeza das poucas ruas e becos existentes, o poder público já determinava destinações alternativas para o lixo: “nos fundos das casas do tenente coronel Antônio Maria Quartim” e outros seis locais pré- determinados.
Durante o século XX a cidade e o lixo cresceram aceleradamente e as destinações se diversificaram. Neste período o lixo de São Paulo foi destinado a lixões, incineradores, centrais de compostagem e aterros sanitários; mas em 2004, todas as destinações haviam minguado à exceção de dois aterros sanitários existentes, um deles situado fora do município.
Esse era ainda o cenário vigente em 2013 quando a cidade, em atendimento a determinação da PNRS planejou a gestão de resíduos sólidos para os próximos vinte anos e estabeleceu programas, projetos e ações para a recuperação de resíduos compostáveis e recicláveis, por meio do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS.
Centenas de delegados eleitos por milhares de paulistanos e apoiados por especialistas e técnicos da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB decidiram, durante meses e dezenas de reuniões, os principais aspectos do que fazer com os diferentes resíduos gerados em São Paulo.
58 eventos que envolveram mais de 7 mil pessoas e organizações sociais diversas culminaram pela aprovação de diretrizes e estratégias do PGIRS, um plano com contribuições diversificadas, muito debatido, complexo e, sobretudo, socialmente compromissado.
Um dos programas propostos pelos delegados foi a compostagem domiciliar fomentada pelo poder público. As análises demonstraram que os custos da cessão de composteiras - sua implantação, monitoramento e assistência técnica – podem ser cobertos em uma gestão governamental, pela economia obtida com a redução da coleta, transporte e disposição final de resíduos orgânicos.
RESULTADOS INICIAIS[2]
A compostagem in situ começou a ser incentivada pela administração pública de São Paulo logo após a publicação do PGIRS, em junho de 2014, por meio da cessão de composteiras a domicílios unifamiliares[3]. Em seis meses foram recuperados 250 toneladas de resíduos orgânicos.
O projeto denominado Composta São Paulo[4] entregou kits de compostagem doméstica com minhocas para 2.006 domicílios da cidade de São Paulo. Os kits contemplaram uma composteira de 3 caixas plásticas, 2 para o processo de compostagem e uma para a coleta do líquido produzido durante o processo, acessórios e manual impresso.
O projeto Composta São Paulo fez um chamamento público para a adesão de interessados e em aproximadamente 40 dias o projeto teve 10.061 inscrições de regiões e classes sociais diversas do município de São Paulo; até mesmo se inscreveram mais de mil interessados de outros municípios brasileiros! Foram selecionados 2006 domicílios. A entrega das composteiras foi acompanhada de 135 oficinas de capacitação para mais de 5.000 participantes.
Após 2 meses de uso das composteiras, os participantes do projeto foram convidados para 88 oficinas de Plantio onde receberam dicas e técnicas de plantio em pequenos espaços para utilização do composto produzido pelas composteiras. E criou-se uma comunidade virtual no Facebook[5]. A formação dessa comunidade de “composteiros” encerrou o primeiro ano de projeto com mais de 6.000 membros.
Os resultados do monitoramento do projeto mostram que 89% diminuíram notavelmente a entrega de resíduos para a coleta. Quase todos os participantes enfrentaram alguma dificuldade com o manejo da composteira ao longo do processo, mas isso não se configurou como barreira, tendo em vista o nível de satisfação com a prática de compostagem e com a desistência de apenas 47 domicílios (2,3%).
97% dos participantes que responderam à pesquisa (1535 pessoas), se consideram satisfeitos ou muito satisfeitos com a técnica, 98% acreditam que é uma boa solução para o tratamento de resíduos orgânicos e 86% afirmam ser fácil praticar. 85% acreditam que ter acesso a experiência de outras pessoas por meio do grupo exerceu influência positiva na motivação em compostar e mudanças de hábitos.
29% ajudaram outras pessoas não contempladas pelo projeto a produzir, instalar ou manusear uma composteira. Os participantes que responderam aos questionários (1.535 pessoas) atraíram 2.525 novos participantes, que trataram de montar ou comprar o seu próprio sistema de compostagem.
27% dos participantes doaram minhocas para que outras pessoas pudessem iniciar a pratica. 84% afirmam ter ampliado muito ou razoavelmente seus conhecimentos sobre sustentabilidade urbana; 96% se consideram muito ou razoavelmente mais esforçados em lidar corretamente com os resíduos que produzem; 54% afirmam que passaram a comer muito ou razoavelmente mais frutas e legumes.
A estratégia de comunicação foi essencial para os ótimos resultados iniciais.
Nossa espécie é curiosa, observa Naomi Klein[6] em um livro magistral sobre as mudanças climáticas: “Confrontada a uma crise que ameaça nossa sobrevivência como espécie, toda nossa cultura continua fazendo justamente aquilo que provocou a crise, inclusive colocando um pouco mais de empenho (...)”.
Mas na crise, além de ameaças há oportunidades: “Há formas de evitar esse futuro desalentador ou, pelo menos, de fazê-lo menos ameaçador. O problema é que todas elas implicam também em mudar tudo (...) a boa notícia é que muitas dessas mudanças não tem nada de catastróficas. Muito pelo contrário: boa parte delas são simplesmente emocionantes.”
Na gestão de resíduos sólidos, continuar fazendo justamente aquilo que provocou a crise é continuar a priorizar a gestão “end of pipe”: o desperdício de materiais compostáveis ou recicláveis em aterros sanitários, lixões ou incineradores e cimenteiras.
Quando se olha para a origem, até mesmo o sistema arrecadador pode se tornar mais inteligente e justo: aqueles que recuperam seus resíduos e os desviam dos aterros devem pagar menos do que daqueles que geram mais resíduos, emissões e despesas públicas.
É emocionante observarr a transição da gestão “end of pipe” para a origem, conforme determina a PNRS. As vantagens são muitas e conhecidas: aumento na vida útil de aterros sanitários, redução de GEE; diminuição do número de viagens na cidade; recuperação de matéria orgânica e nutrientes para o solo e plantas; captura do carbono da atmosfera e como material filtrante de GEE de aterros sanitários.
Não é só emocionante, mas surpreende quando nos damos conta dos inesperados benefícios pessoais e coletivos decorrentes da pratica da compostagem in situ, apresentados nos Depoimentos Selecionados [7], realizada pelos empoderados e criativos “mestres composteiros”.
A compostagem in situ é um instrumento de política pública empoderador, forjador de compromissos coletivos, com um extraordinário efeito multiplicador que promove e alenta a cidadania.
Depoimentos Selecionados:
- “Minha relação com insetos e outros bichinhos ficou menos tensa.”
- “Acho que agora, andar na rua, com uma atitude de maior atenção as pessoas, bichos, plantas e movimentos, atitudes, tem outro entusiasmo! Acho que me tornei mais comunicativa! A consciência social aflorou como uma grande descoberta e surpresa por perceber que não é tão complicado assim melhorar ou ajudar o meio em que vivemos.”
- “Fico muito atenta ao meu lixo orgânico, e ao lixo dos vizinhos (alguns vizinhos compartilham lixo orgânico comigo). Fiquei mais crítica com a quantidade de comida a comprar. Afeição as minhocas.”
- “A prática da compostagem me levou de volta a uma paixão pela terra e pelo plantio. Passei a catar caixotes de feira na rua, vasos de plástico e outros recipientes recicláveis, recupera-los e plantar jardineiras para presentear amigos. Tenho plantado canteiras de suculentas, que ficam lindas, e em algumas, já consegui utilizar o próprio composto produzido pelas minhas bravas minhocas!”
- “Me sinto conectada novamente. Como se o longo de uma vida inteira não fizesse parte. Tem sido como uma reconexão. Simplesmente por trazer a atenção para o assunto (natureza, interação) com mais frequência. Alimentar as minhocas, retirar o chorume, regar as plantas, entre outras atividades prazerosas que envolvem a compostagem, são como uma Meditação Ativa, Mindfulness, reconexão, um explorar da minha bagunça interna e do silêncio do Todo.”
- “Cuidar da compostagem se tornou um compromisso porém com o prazer de um hobby! Gosto de fazer isto e me sinto útil e contente por contribuir de alguma forma para a sustentabilidade, mostrando também para outros que não é tão difícil assim mudar de atitude.”
- “Acredito que um dos pontos mais positivos da compostagem foi o envolvimento da minha irmã mais nova ao longo de todo o processo. Para uma criança, acredito que seja de extrema importância esse tipo de informação e cultura para que se tornem cidadãos plenos e seres humanos de fato HUMANOS.”
- “Como passei a plantar e, portanto, mexer mais na terra, uso isso como forma de relaxar, desestressar. Parece que descarrego todas as energias ruins no contato com a terra.”
- “Em nossa casa, a reciclagem sempre foi uma realidade mas com a compostagem orgânica, vivenciamos um envolvimento familiar muito interessante: a hora de recolher os resíduos e colocar nas plantas, o cuidado com as minhoquinhas, a atenção com o recolhimento e separação dos resíduos virou um "programa" familiar. Até nossa funcionária gosta do projeto.”
- “Não imaginava a fonte de prazer que seria observar diariamente esses processos de decomposição, germinação, equilíbrio natural.”
- “Tenho menos "nojo" de vermes e outros animais rastejantes. Também colônias de animais não me assustam tanto, depois de ver a colônia de ácaros que haviam na minha composteira. Lido melhor quando encontro alguma comida que está apodrecendo em casa (ante eu ficava com nojo, quase horrorizada, hoje em dia fico interessada em ver como ela se decompõe).”
- “As plantas sempre me trouxeram uma sensação de paz e tranquilidade. Com a compostagem eu passei a cuidar melhor de minhas plantas e a me sentir feliz com isto. É interessante ver que tudo é reutilizável e que cada coisa tem sua função neste planeta, as folhas mortas, os restos de vegetais, as minhocas e que tudo se encaixa de uma maneira fantástica no universo.”
- “Me inscrevi no Treinamento de Lideranças Climáticas ministrado pelo Al Gore no RJ e fui aceita, me inscrevi numa oficina de Bioconstrução na Casa Fora do Eixo e passei 2 meses em uma fazenda orgânica em Saquarema - RJ. Estou apaixonada pelo Planeta!”
- “Me envolvi em uma ong, na qual faço parte hoje, que faz palestras de educação ambiental em praças/espaços públicos.”
- “Dei curso de compostagem na escola do meu filho e no condomínio onde moro. Já “Estou tentando convencer o pessoal de uma igreja aqui da região, que eles podem usar o terreno que está inutilizado por eles, e cultivar alimentos orgânicos e praticar compostagem e captar água da chuva sem muito custo adicional.”
- “Desenvolvi uma oficina de minhocário de baixo custo (com baldes de margarina) no bairro onde moro. No momento estou implementando esses minhocários numa comunidade cultural do bairro.”
- “Vendi meu carro e só ando de bike.”
- “Dei uma oficina sobre compostagem doméstica no meu condomínio. :)”
- “Comecei a participar mais ativamente de alguns encontros, visitei algumas hortas e finalmente comecei a frequentar o Pic Nic de troca de sementes e mudas.”
- “Fiz uma horta orgânica na escola pública do meu neto.”
- “Identificação é a palavra. Num mundo individualista, digo sempre que o grupo dos composteiros é o meu favorito!”
- “Trocar experiências, e pedir opiniões é fundamental quando o objetivo é evoluir num sentido comum. Saber que outros enfrentaram as mesmas dificuldades e lograram sucesso, incentiva na busca de melhores soluções e amplia o conhecimento e, quando este é retransmitido a outros, recicla a própria natureza humana.”
- “Definitiva. Foi através da página do facebook que aprendi as lições mais importantes sobre como manter a composteira. Outra coisa legal da página foi me re-conectar com pessoas que eu já conhecia, ou seja, já eram meus contatos no facebook, mas eram pessoas distantes de meu convívio, e quando vimos que estávamos na mesma página e fazendo compostagem, nos reconectamos!”
- “Cuido do meu pai que tem demência e não tenho muito tempo pra participar de cursos. Sem este grupo ficaria muito difícil para leigos como eu continuarem com a compostagem, além de serem muito dinâmicos dando dicas para acabar com as drosófilas e outros insetos. Tenho muitas dúvidas e sempre pergunto pra eles, tenho sempre resposta até hoje. Obrigada.”
- “O que tem sido mais interessante é notar e satisfazer a curiosidade dos visitantes da casa com relação à compostagem com minhocas. Muitos amigos se inspiram ao perceber que o processo é simples. Não sei dizer se levarão a ideia a cabo, mas apenas de discutirem o assunto já sinto que algo mudou."
- “Os amigos que não participam do projeto ficam curiosos em conhecer como a composteira funciona e pedem composto e biofertilizante.”
- “O mais positivo ao meu ver é o caráter contagiante do projeto. Eu mesma estou mantendo a composteira no espaço comum do prédio onde moro e só na primeira semana 6 pessoas além de mim já viram e aprenderam sobre compostagem por causa do projeto. Imagine até o final do projeto, cada um dos 2000 participantes, irá multiplicar muito isso e por isso, ao meu ver, será permanente.”
- “Envolvimento. Esta é a palavra que agrega tudo o que vivenciamos a partir do momento que iniciamos o projeto. Envolvimento meu e de meu marido que abraçamos a ideia. Envolvimento de minhas filhas que foram se apropriando e incorporando a seleção do que ia para um ou outro cesto (inclusive "importamos" umas minhocas para Botucatu, onde minha filha mora e seu namorado iniciou uma compostagem na república que moram). Envolvimento de nossos parentes e visitas que saem de casa com uma outra concepção do que é lixo e, claro, muitos nos pedem para vir ver a composteira doméstica. É a estrela daqui de casa! (rsrs) Estamos realmente envolvidos neste projeto e muito felizes em fazer parte de um momento histórico tão significativo em nossa cidade. Fazendo a diferença para que em um futuro próximo isso seja um hábito, mudança estrutural na cultura dos grandes centros urbanos do nosso país.”
- “É interessante ver que toda família se animou com a composteira e até amigos se interessaram. O lixo orgânico diminuiu muito e se tornou algo até como distração para minha mãe.”
- “A experiência de ter uma Composteira em casa é indescritível, ter a responsabilidade e comprometimento da redução do lixo disposto em lixões. E fora as aulas de compostagem para cada visitante de sua casa.”
- “Meu presente de natal para os amigos foi um lindo vidro de chorume do bem com um laço de fita vermelho e verde! foi um sucesso!”
- “Acho positivo que a prefeitura de uma capital, como SP, se posicione e incentive a população a cuidar de seus resíduos.”
- “O mais interessante é a experiência, o aprendizado. Foi graças a compostagem que aprendi o quanto realmente preciso comprar de comida pra minha família, pois passei a observar o que descartava.”
- “O volume de resíduos que estou deixando de jogar no lixo é bastante considerável!”
- “Primeiro, gostamos muito de saber que a prefeitura está engajada em reduzir os resíduos sólidos nas residências - nosso lixo realmente diminuiu 70% (a gente já reciclava), passando de 1 saco de 100l por semana que ia pro aterro, pra um saco de 100l a cada 3, 4 semanas. Além disso, o grupo no facebook tem se mostrado muito útil e acolhedor, muitas pessoas se ajudando!!!”
- “Mudança nos meus hábitos alimentares, estou começando a comer menos carne e mais vegetais e frutas.”
- “Talvez meio incongruente mas é verdade... o lado lúdico!!! O fato de ser divertido compostar... unir a preservação do meio ambiente e ao mesmo tempo ser divertido.”
- “O mais positivo é reduzir o resíduo orgânico! Eu reduzi meu lixo pela metade depois de fazer a compostagem caseira! =)”
- “Participar de um projeto coletivo. Unir é preciso. Aprender coletivamente é essencial.”
- “A diminuição de resíduos orgânicos em casa é incrível! Antes levávamos o lixo no mínimo 1 vez por dia e uma grande quantidade. Agora a lixeira além de permanecer limpa por só ir resíduos secos, só é esvaziada em média a cada 2 ou 3 dias.”
- “Nunca antes eu havia conhecido ou ouvido falar sobre uma abordagem como esta desenvolvida para construir uma política pública, ou ainda um projeto como este para incentivar a compostagem doméstica em uma cidade grande como São Paulo, dada a complexidade para enfrentar este desafio. O projeto foi estruturado e desenvolvido de forma exemplar, sem nenhuma falha, e com muita dedicação de sua equipe. Em resposta a tal esforço eu vejo a forma como os participantes se identificaram com o projeto e fizeram dele parte de suas vidas, construindo também uma rede participativa de compostagem doméstica. Quando penso neste projeto penso em muito mais do que a transformação de resíduos domésticos, penso na transformação de vidas, de comunidades e de toda uma cidade.”
- “Primeiramente gostaria de parabenizar a iniciativa do projeto e a parceria. Achei a proposta muito corajosa ao incentivar a mudança de paradigma, o empoderamento de cada indivíduo, se todos fizermos um pouco singularmente com certeza faremos muito coletivamente. O projeto faz você perceber que a mudança é possível e começa dentro de casa!”
- “Esse projeto é ótimo, conseguiu atingir e sensibilizar pessoas de diversas classes sociais, com diferentes níveis de formação escolar, desde profissionais com especialização, professores, pais de alunos de baixa renda em escola pública. Práticas como essa devem ser incentivadas, estimulada e divulgada, para que assim possamos transformar o ambiente em que vivemos em algo melhor. Se não tivesse ganhado essa composteira, dificilmente eu compraria uma, mas depois de ver o sistema funcionando me convenci da importância de pequenas ações e processos, e a importância da participação da Prefeitura de São Paulo, e a parceria com o projeto Composta São Paulo. Esse tipo de projeto me fez sentir parte de um projeto e ação maior, de ver o Estado próximo ao cidadão, não apenas para cobrar impostos, mas direcionando parte da verba da contribuição ao próprio cidadão e melhorando nossa cidade.”
- “Adorei a iniciativa do Projeto. Vai ser uma história e tanto para ser contada e vivenciada daqui alguns anos por todos (assim espero).”
NOTAS GERAIS DO TEXTO
[1] Disponível no sítio da Secretaria de Serviços da Prefeitura de São Paulo à qual está vinculada a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/servicos/arquivos/PGIRS-2014.pdf
[2] Video sobre os resultados iniciais disponivel em https://vimeo.com/127681378
[3] O projeto Composta São Paulo é uma iniciativa da Secretaria de Serviços da Prefeitura de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, realizado pelas concessionárias de limpeza urbana (LOGA e ECOURBIS), idealizado e operacionalizado por empresa referência em compostagem doméstica e empresarial (MORADA DA FLORESTA)
[4] http://www.compostasaopaulo.eco.br/
[5] https://www.facebook.com/groups/compostasaopaulo/
[6] Klein, N. Esto Lo Cambia Todo: el capitalismo contra el clima. Paidós. Editorial Planeta Colombiana S.A. Primera Edición: abril de 2015 (Colombia).
[7] http://www.compostasaopaulo.eco.br/downloads/Depoimentos Selecionados.pdf
Vem coisa boa por aí em termos de geração de energia distribuída e sustentável. O petróleo a US$ 40 está sinalizando, o "dinheiro esperto" já está pulando fora.
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