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segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Semeadores de Vento e Colhedores da Tempestade
por Aldo Fornazieri, no blog do Nassif
As indefinições e falta de rumos do segundo mandato do governo Dilma estimulou a oposição, setores da grande mídia e parte das elites a semearem os ventos da discórdia, do tumulto, do inconformismo, da vendeta e da desestabilização política do país. A oposição, capitaneada pelo inconformado Aécio Neves, transitou para o golpismo, apostando todas as fichas imediatas na cassação da chapa Dilma-Temer e, no limite, no impeachment da presidente. Para inviabilizar o governo e uma saída econômica para a crise, Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara e a estratégia das pautas-bomba foi implementada com o objetivo de torpedear o ajuste fiscal.
Parte da grande mídia, associada à parcela da elite econômica, insuflou os tumultos de rua de março e abril, também apostando no impeachment e na queda do governo. Dúbio e sem iniciativas, mergulhado no turbilhão da Lava Jato, acossado pelas ruas e perdendo base de sustentação no Congresso, o governo viu as condições de governabilidade se esvaírem.
Os semeadores de ventos começaram a colher a tempestade. Com o governo levado ao corner e com o país sem comando político, a deterioração econômica ficou visível. As perdas atingiriam todos os setores. As empresas, endividadas em dólar, entraram em pânico com a instabilidade cambial. Novos empréstimos só seriam contratados com juros exorbitantes. Bancos, empresas de mídia e grandes indústrias ascenderam o sinal de alerta e todos começaram a jogar água nas labaredas da crise política. Lançou-se mão de cortes de despesas e de demissões. Se isto deu uma sobrevida política a Dilma, o fato é que do ponto de vista econômico, o estrago já estava feito: todos perderam. O Brasil perdeu.
A luta irresponsável e sem limites pelo poder político, somada a um governo frágil, equivocado e sabotado por todos os lados, gerou essa tempestade perfeita que atinge a todos, mas principalmente os trabalhadores que perdem emprego e os pobres que sofrem o impacto da inflação. Aécio Neves também colheu sua tempestade: perdeu a confiança das elites.
O governo, por seu turno, ameaçado de soçobrar em poucas semanas, parece ter despertado de sua letargia e do seu torpor no final de semana que passou. O medo da morte o fez ser tomado pelo sentimento de urgência, e alguma coisa de relevante deverá ser anunciado nesta semana. Resta saber se o que virá vem a tempo de salvá-lo ou se está vindo muito tarde.
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