pescado no (vixe, vixe!...) G1
David Ranc, um especialista francês em
esportes e relações internacionais, afirmou à imprensa francesa que a
Copa do Mundo no Brasil neste ano está sendo mais bem organizada que a
Olimpíada de Londres, de 2012. O pesquisador faz parte do projeto
Pesquisa em Futebol em uma Europa Expandida (Free, na sigla em inglês),
um consórcio que reúne universidades de vários países da União Europeia e
da Turquia. Após a polêmica, ele escreveu um artigo no site do projeto
reafirmando sua comparação e deu explicações sobre o assunto.
Para Ranc, o grande número de
reportagens negativas e críticas feitas antes do início da Copa são
fruto de racismo e preconceito contra países do Hemisfério Sul, e que
não aparecem quando se trata de mega eventos organizados pelo Hemisfério
Norte.
O pesquisador citou três exemplos de
como os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, tiveram fatos que mostram
uma organização pior que a que o Brasil vem mostrando na Copa: o fato de
que muitas cadeiras ficaram vazias em várias competições, ao ponto de
os organizadores chamarem membros do exército para preenchê-las; a
mobilização do exército britânico para cobrir as lacunas da empresa
privada contratada para cuidar da segurança dos Jogos, já que ela acabou
contratando menos seguranças do que o necessário; e um incidente no
qual o governo britânico permitiu que o exército instalasse um
lança-míssil em propriedade privada nos arredores dos locais de eventos
esportivos.
Outras gafes, como quando a bandeira da Coreia do Sul foi confundida com a da Coreia do Norte, ofendendo os competidores.
No caso do Brasil, o alarde foi sobre
estádios e obras de mobilidade que não ficariam prontos a tempo e
atrapalhariam o andamento do evento, além das manifestações que se
espalhariam pelas cidades-sede. "A não ser que eu esteja enganado, até
agora nada disso aconteceu realmente."
Sem querer criticar a Olimpíada de
Londres, que ele disse que foi em geral bem organizada, o pesquisadores
explica o motivo da comparação: mostrar o abismo entre realidade e
percepção. “Sempre que um evento é organizado em um país do Sul, o
discurso, e a memória, é de um fiasco em potencial, que em geral não se
materializa. Sempre que um evento é organizado em um país nórdico, o
discurso, e a memória, é de sucesso, mesmo quando houve fiascos de
verdade”, diz Ranc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário