A partir da década de 1990, como o turismo de vilegiatura se perdeu na história da cidade, evolui-se, ou tentou-se recuperar algo parecido através de um conceito novo, que é o conjunto de Turismo Ecológico, de Aventuras e Rural, o que derivou para o que se convencionou chamar simplesmente “Ecoturismo”.
De uma maneira geral, em quase todos os lugares o conceito ecoturismo se banalizou fortemente, passando quase a sinônimo de promoção inescrupulosa de atividades ao ar livre respaldado numa componente econômica, o que se torna um ponto de vista destorcido, introduzindo uma visão comercial e “eco-oportunista”. Não houve uma evolução diferente por aqui.
Em conseqüência, o ecoturismo, praticado de maneira quase que amadorística também aqui em São Bento do Sul, não passa de uma atividade confusa, desordenada, impulsionada, quase que exclusivamente, pela oportunidade imediata, deixando, a rigor, de gerar os benefícios sócio-econômicos e ambientais esperados. Isso compromete, não raro, o conceito e a imagem do produto ecoturístico que se tem a oferecer. Um dos muitos sintomas desse desarranjo é o fechamento ou decadência ao ostracismo de todas as agências de operação nessa área que se instalaram em anos recentes.
Tomemos um caso real com a finalidade de se tentar dar um significado mais concreto para nosso entendimento. Como exemplo operacional, vamos analisar um caso ilustrativo regional: a evolução de fatos ocorridos no Braço Esquerdo, localidade são-bentense de Ano Bom – um lugar tão distante dos pensamentos do são-bentense comum que parece ser em outro país. Esses fatos se referem a épocas recentes e se inserem no âmbito deste tema: o ecoturismo.
Existe naquele local um complexo de atrações naturais que apresentam um grande potencial, caso sejam corretamente explorados e preservados. Atrações que incluem cachoeiras, vales, paredões rochosos, cavernas, fragmento razoavelmente conservado de Mata Atlântica e uma ruína de uma antiga usina hidrelétrica. Essa configuração permite tanto o desenvolvimento do turismo de aventura como o de lazer ecológico.
Dois moradores locais fazem a exploração econômica potencial. Ocorre que ambos são precariamente preparados para gerir as atividades que se impõe, tanto do ponto de vista de gestão da atividade comercial em si, de prestação de serviços, como na manutenção dos recursos ambientais. Nunca receberam algum auxílio por parte dos formadores de políticas ou da própria secretaria de turismo municipal ou de quem quer que seja, no sentido de se capacitarem minimamente para exercer a função a que se propõe. Para complicar, existe uma disputa pessoal de características rixosas entre eles, uma encrenca intestina de longa data por desentendimentos nas divisas de suas terras. Embora esse seja um fator extremamente particularizado, para uma análise geral não deixa de influir no resultado.
Além de um portal na estrada de acesso à localidade, do ponto de vista estrutural, todo o auxílio que a região recebeu nos últimos anos foi a abertura de uma estrada particular e uma terraplenagem, oferecidas por um político de São Bento do Sul, numa época de eleição. Essa benesse foi dada para um daqueles moradores, de forma que pudesse ali estabelecer um bar/lanchonete. A obra foi executada com o mínimo critério do ponto de vista ambiental. Além disso, só um dos vizinhos foi beneficiado, o que só contribuiu para exacerbar ainda mais a disputa entre ambos, pois o beneficiado passaria agora a concorrer com o primeiro, que nada recebeu e que já estava estabelecido há muitos anos, também na atividade de bar/lanchonete.
Percebe-se imediatamente, que da perspectiva das políticas públicas não se pode considerar essa atitude como uma medida feliz. Pelo contrário, configura-se num desastre. Uma ação que contribui em muito para piorar o que já não era bom. Hoje a situação não se alterou sensivelmente. Os dois micro-empresários passaram a tentar oferecer cada um mais atrações que o outro. Fazem isso abrindo trilhas, áreas de acampamento, oferecendo novas e novas opções de lazer em que a preocupação com a preservação ambiental – que é seu principal patrimônio – acaba sendo relegado a.um plano secundário.
Se o objetivo era promover a competitividade e a sustentabilidade, de micro e pequenos negócios, estimulando processo local de desenvolvimento, como mandam os manuais, aqui exagerou-se na dose. O Ano Bom, como microcosmo é muito pequeno para suportar um barulho desses. Certamente serão necessários outros arranjos adicionais, antes que todo o sistema se deteriore irremediavelmente.
Em conseqüência, o ecoturismo, praticado de maneira quase que amadorística também aqui em São Bento do Sul, não passa de uma atividade confusa, desordenada, impulsionada, quase que exclusivamente, pela oportunidade imediata, deixando, a rigor, de gerar os benefícios sócio-econômicos e ambientais esperados. Isso compromete, não raro, o conceito e a imagem do produto ecoturístico que se tem a oferecer. Um dos muitos sintomas desse desarranjo é o fechamento ou decadência ao ostracismo de todas as agências de operação nessa área que se instalaram em anos recentes.
Tomemos um caso real com a finalidade de se tentar dar um significado mais concreto para nosso entendimento. Como exemplo operacional, vamos analisar um caso ilustrativo regional: a evolução de fatos ocorridos no Braço Esquerdo, localidade são-bentense de Ano Bom – um lugar tão distante dos pensamentos do são-bentense comum que parece ser em outro país. Esses fatos se referem a épocas recentes e se inserem no âmbito deste tema: o ecoturismo.
Existe naquele local um complexo de atrações naturais que apresentam um grande potencial, caso sejam corretamente explorados e preservados. Atrações que incluem cachoeiras, vales, paredões rochosos, cavernas, fragmento razoavelmente conservado de Mata Atlântica e uma ruína de uma antiga usina hidrelétrica. Essa configuração permite tanto o desenvolvimento do turismo de aventura como o de lazer ecológico.
Dois moradores locais fazem a exploração econômica potencial. Ocorre que ambos são precariamente preparados para gerir as atividades que se impõe, tanto do ponto de vista de gestão da atividade comercial em si, de prestação de serviços, como na manutenção dos recursos ambientais. Nunca receberam algum auxílio por parte dos formadores de políticas ou da própria secretaria de turismo municipal ou de quem quer que seja, no sentido de se capacitarem minimamente para exercer a função a que se propõe. Para complicar, existe uma disputa pessoal de características rixosas entre eles, uma encrenca intestina de longa data por desentendimentos nas divisas de suas terras. Embora esse seja um fator extremamente particularizado, para uma análise geral não deixa de influir no resultado.
Além de um portal na estrada de acesso à localidade, do ponto de vista estrutural, todo o auxílio que a região recebeu nos últimos anos foi a abertura de uma estrada particular e uma terraplenagem, oferecidas por um político de São Bento do Sul, numa época de eleição. Essa benesse foi dada para um daqueles moradores, de forma que pudesse ali estabelecer um bar/lanchonete. A obra foi executada com o mínimo critério do ponto de vista ambiental. Além disso, só um dos vizinhos foi beneficiado, o que só contribuiu para exacerbar ainda mais a disputa entre ambos, pois o beneficiado passaria agora a concorrer com o primeiro, que nada recebeu e que já estava estabelecido há muitos anos, também na atividade de bar/lanchonete.
Percebe-se imediatamente, que da perspectiva das políticas públicas não se pode considerar essa atitude como uma medida feliz. Pelo contrário, configura-se num desastre. Uma ação que contribui em muito para piorar o que já não era bom. Hoje a situação não se alterou sensivelmente. Os dois micro-empresários passaram a tentar oferecer cada um mais atrações que o outro. Fazem isso abrindo trilhas, áreas de acampamento, oferecendo novas e novas opções de lazer em que a preocupação com a preservação ambiental – que é seu principal patrimônio – acaba sendo relegado a.um plano secundário.
Se o objetivo era promover a competitividade e a sustentabilidade, de micro e pequenos negócios, estimulando processo local de desenvolvimento, como mandam os manuais, aqui exagerou-se na dose. O Ano Bom, como microcosmo é muito pequeno para suportar um barulho desses. Certamente serão necessários outros arranjos adicionais, antes que todo o sistema se deteriore irremediavelmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário